
25.6.08
Artigo de Luís Miguel Cintra no "O Público"
A ex-ministra e a Cinemateca
25.06.2008, Luís Miguel Cintra, Actor e encenador
A obra de Bénard da Costa é um dos poucos aspectos da política cultural de que nos podemos sentir orgulhosos
Apatética ignorância, inconsciência e arrogância com que a dra. Isabel Pires de Lima, a pretexto da defesa da criação de um pólo da Cinemateca na cidade do Porto, insulta o dr. João Bénard da Costa, como director da Cinemateca Portuguesa, no artigo que publicou no PÚBLICO de 6.5.08, obriga-me a duas palavras em sua defesa.
A obra do dr. João Bénard à frente da Cinemateca Portuguesa é um dos poucos aspectos da política cultural em que nos podemos sentir orgulhosos de sermos portugueses. Não é com certeza o actual Teatro Nacional, a que a sua acção como ministra deu origem e onde se pratica um teatro de características comerciais, ou uma programação baseada em critérios de gestão que nada têm a ver com critérios artísticos e comandada por um caricato marketing, que o consegue. Nem tão-pouco a decadência do nosso Teatro de Ópera, o S. Carlos, a que conduziu a substituição, ordenada por si, da anterior direcção. Por estranho que pareça, a nossa Cinemateca é uma das melhores cinematecas da Europa e talvez do Mundo. A sua programação e os critérios que lhe presidem, a função que tem desempenhado na preservação dos filmes, é um modelo de defesa e preservação de uma Arte de suporte técnico particularmente frágil e delicado. Mas essa obra, financiada pelo Estado, tem uma cara, um autor, o dr. João Bénard da Costa. Só porque existe essa pessoa com a inteligência, o saber, o amor pelo Cinema e os conhecimentos técnicos que tem ou que conseguiu reunir através da equipa que tem escolhido para o ajudar, a nossa Cinemateca é assim. Parece-me inacreditável que uma pessoa que há tão pouco tempo era responsável pela condução da política do Estado para a Cultura tenha a veleidade, e passe pela vergonha, de pôr em causa a acção do dr. João Bénard da Costa como director da Cinemateca, para defender a criação de um "pólo" da Cinemateca com o simplório argumento de que os habitantes do Porto vêem poucos filmes antigos. Não passará pela cabeça da antiga ministra que talvez as razões do dr. João Bénard para não aceitar fazê-lo possam ser mais responsáveis, mais sabedoras e menos superficiais que a conclusão a que chegou olhando para uma qualquer estatística? A dra. Pires de Lima será tão ignorante que não tenha sequer consciência da sua incompetência para falar destes assuntos perante a autoridade de uma pessoa como o dr. Bénard da Costa? E não esteve nas suas mãos como ministra obrigar o dr. João Bénard a fundar o tal "pólo"? Porque não o pôs na rua como fez ao dr. Pinamonti e não arranjou outro director capaz de fundar o "pólo" da Cinemateca para exibir filmes antigos para os portuenses? Porque não fez obra e não fundou a Cinemateca do Porto? Não terá a dra. Isabel Pires de Lima consciência de que pôr a funcionar uma Cinemateca a sério não consiste apenas em ir a um catálogo e pôr filmes antigos a correr? Achará que é a mesma coisa ver um filme nas mais próximas condições possíveis daquelas em que foi concebido pelo seu autor, como a Cinemateca "do" dr. João Bénard faz, que ver DVD projectados num ecrã? Não terá consciência do que é a responsabilidade de "programar"? Pensará a dra. que abrir "um pólo" de uma Cinemateca noutra cidade é a mesma coisa que abrir outra FNAC noutro centro comercial? Não tem vergonha de confundir uma Cinemateca com "oferta" de cinema? Se o que pretende para o Porto é uma sala onde possa ir sair à noite e conviver com o pretexto da projecção de um filme antigo, para depois ir beber um copo, é fácil. Basta fazer uma sala confortável, arranjar um projeccionista, máquina de projectar e um programador que faça uma escolha variada para todos os gostos. Há tanto filme "clássico" à venda em formato DVD na Internet! E para isso não precisa do dr. Bénard da Costa. Mas um "pólo" desses não é a acção de uma Cinemateca. Não terá a senhora consciência de que uma Cinemateca de DVD seria como um museu em que se exibissem as reproduções dos quadros e não os quadros que os pintores pintaram? Além disso, não reparou ainda que a sua tão defendida descentralização corresponde apenas a um ponto de vista de mero consumidor? Para si, a descentralização cultural é apenas exportar para a província o que se vê na capital? Não preferia que a sua cidade e todas as outras cidades de província gerassem Cultura? Não terá ainda sentido como é difícil criar na população uma verdadeira prática cultural inteligente, responsável? E que mais do que transformar a Cultura em mercado o que importa é formar, é não perder a oportunidade de ainda aprender com quem sabe, não baixar a fasquia? Se assim é, envergonha-me profundamente ser cidadão de um país que a teve como ministra da Cultura.
Temo que as verdadeiras razões que estão na origem do artigo de Isabel Pires de Lima sejam menos filantrópicas que aquilo que querem aparentar. O seu irresponsável ataque ao dr. Bénard da Costa a reboque de uma saudável petição para a criação de uma Cinemateca no Porto não será apenas uma patética tentativa de ficar bem vista na cidade a que voltou depois do passeio de camelo? O Porto está por certo mais vivo culturalmente do que a dra. Pires de Lima esteve como ministra. Assim o Estado ou a própria cidade lhe dessem meios para existir. Já se esqueceram do que aconteceu ao Rivoli? Oxalá se consiga transformar a prometida Casa Manoel de Oliveira na Casa do Cinema de que o Porto precisa. Com a defesa, a preservação, o respeito, a exaltação do Cinema como Arte a que a obra de um tão grande cineasta obriga a sua cidade. E a verdadeira prática cultural que daí possa advir.
Como talvez dissesse, e infelizmente já não pode dizer, outro grande cineasta português, João César Monteiro, à dra. Isabel: "Sois belle et tais toi!".
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29.1.08
Pires de Lima no olho da rua
Pinto Ribeiro tem um currículo muito reduzido na área da cultura e pertence ao lobby da advocacia, que se reforça fortemente neste governo, também com o novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Entretanto a remodelação é hoje porquê?????
Repare-se que hoje foi divulgado que Portugal ajudou os Estados Unidos a contrabandear mais de setecentos presos dos americanos à revelia dos direitos humanos e do direito internacional. Hoje começa também a co-incineração. O PS está também sob a ameaça do Alegre criar novo partido com o seu milhão de votos.
O vídeo da chamada do INEM no youtube vai em mais de sessenta mil visitantes.
O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais vinha do tempo de Pina Moura.
Genial, a central de informação está a trabalhar.
Esta reflexão foi do João Vasco Almeida que navegou nos sites de informação na última hora ...
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1.12.07
O Quadro de Tiepolo e Paulo Henriques
A ministra da cultura, Pires de Lima, disse que nada sabia do assunto, isto após repetidas notícias na imprensa. Lima deu a entender que o assunto estava encerrado por falta de orçamento e por total desinteresse e ignorância culpando os malfadados "serviços" de não a informarem. Bairrão Oleiro e Paulo Henriques pelos vistos andavam distraídos.
Rebentada a bronca pela imprensa o novel director do museu de Arte Antiga disse que faria tudo para obter o quadro. O tudo de Paulo Henriques foram umas férias no Brasil de 26 de Novembro a 6 de Dezembro.
A escandaleira foi tão grande que, após a pressão dos media, o senhor Sousa lá resolveu mandar abrir os cordões à bolsa.
Moralidade(s) da história:
a) Se a imprensa não tem falado do assunto era mais um pedaço do nosso património que se ia. O quarto poder a exercer o seu dever de cidadania é algo que merece um rasgado elogio.
b) O governo age por reacção à comunicação e a única estratégia que conta é a de aparecer na comunicação. Não temos um governo, temos uma super-agência de comunicação e manipulação.
c) Paulo Henriques, Bairrão Oleiro e a ministra nem sabem nem contam para nada e o que dizem, ou fazem, é absolutamente irrelevante. O director do mais importante museu português dá-se ao luxo de ir a banhos para o Brasil em plena crise.
Sic transit gloria mundi.
P.S. Pensando bem, hummm, acho que o homem fez tudo para que o quadro se comprasse: foi para o Brasil a banhos. Provavelmente se tivesse ficado cá o o quadro não se comprava, sábia decisão.
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3.11.07
Este governo...
A marca na cultura é nomeação continuada de personalidades de vulto com sentido crítico e espírito de iniciativa, e não lambe-botas acéfalos, para os mais variados lugares, e destaco dentre os nomeados pela bola de cristal de "Hermenêutica & Pires", essa bela dupla, o Henriques do museu de Arte Antiga, uma luminária do saber ocidental e capaz de juízos de valor independentes e profundos. Mas como já falei demasiado de cultura passo aos tais exemplos:
1. Carlos Araújo Alves dá notícias de uma conferência sobre ensino artístico organizada pelo governo onde não foram convidados artistas ou pedagogos ligados às artes! Apenas os serventuários e apaniguados do costume, ou serão as tais luminárias com sentido crítico e pensamento independente? Será que o Henriques do MNAA lá foi?
Os organizadores foram Cultura, Educação e Estrangeiros.
2. Manuel Cintra Torres disserta sobre o novo contrato de concessão do serviço público, não há link que valha, por isso transcrevo parte do texto de Torres. Não comento, o texto fala por si:
a No contrato de concessão do serviço público de TV agora em consulta pública o monstro governamental terá quase uma dúzia de canais. Estaline e Jdanov, nas suas campas, e Caracas, Harare e Pyongyang roem-se de inveja ao lerem este caderno de encargos televisivo do Governo Sócrates.
Ele prevê a possibilidade de canais adicionais, um infanto-juvenil e outro de conhecimento. Para quê? Manuel Falcão, ex-director da 2:, comentou que essas programações já são hoje obrigação da RTP, pelo que a proposta do ministro Santos Silva visa consagrar que a RTP1 e a RTP2 tenham "cada vez menos conteúdos de serviço público". O Governo pretende da RTP serviços mais comerciais e com mais audiência para as mensagens do Governo na RTP1 e 2.
O documento só obriga a RTP1 a passar um documentário e uma grande reportagem por mês. Mas não impõe limites a noticiários obscurantistas e programas comerciais sem valor acrescentado de serviço público; permite que publicidade e televendas ocupem espaços diários muitíssimos superiores aos que o canal terá de dedicar a documentários, reportagens e outras áreas em que os privados têm menos ou nenhumas obrigações.
O documento, como outros antes, tem um truque: diz o que a RTP deve dar, mas não diz o que ela não deve dar, abrindo portas à programação comercial e até à propaganda (informação "devidamente contextualizada"). Tal como a ERC, o Governo propõe uma avaliação quantitativa do cumprimento do contrato, isto é, basta um programa apresentar-se como de um género para "ser" desse género, mesmo que o conteúdo não seja de serviço público.
O documento arrasa a relação da concessionária com a programação da sociedade civil, que foi uma das maiores conquistas da TV pública desde o 25 de Abril. Por um lado, mantém a fachada da relação da RTP2 com as organizações não-governamentais (ONG), hoje muitas dezenas com acordos assinados com a RTP. Depois de 2003 houve dois debates diários na 2: (Causas Comuns e Tudo em Família), mas a direcção da RTP2 nomeada em tempos deste Governo reduziu-os a um (Sociedade Civil). E agora? Hipocritamente, o novo contrato promete "espaços regulares de debate" que assumam "a pluralidade e a representatividade das organizações" da sociedade civil (nº 11.f), mas o contrato proposto por Santos Silva dá a machadada final à participação da sociedade civil no serviço público ao estabelecer uma periodicidade quinzenal para esses espaços de debate (nº14.b). Quinzenal! São quase cem as ONG que nele participam por acordo assinado com a RTP - de quantos em quantos anos participarão neste espaço quinzenal? O Governo alinha com a via da actual direcção da RTP2, que a vai transformando num generalista tipo de RTP1 com controlo das vozes vindas de fora do Governo e do sistema.
O Governo Sócrates tem tiques autoritários e controleiros, odeia manifestações, tem nojo do jornalismo independente, faz uso sistemático da propaganda e, como se vê no novo contrato de concessão, detesta o debate e a sociedade civil. Nunca esperei que este Governo do PS viesse a ser tão reaccionário.
O outro exemplo vem das Obras Públicas, o mais boçal dos ministros deste governo, o tal Lino que é engenheiro da Ordem e do Técnico, e que arrota uns bitaites sobre o "deserto" da margem sul depois de uma almoçarada, vem dizer que ainda não leu o estudo sobre Alcochete, que não tem tido tempo e que recebe muitos estudos por dia no ministério. Cito as frases de Lino, dignas da antologia da bestialiada e da alarvidade política, acho que ele faria muito melhor a si, ao governo, ao José Sousa e ao país, em vez de arrotar postas de pescada, se dedicasse apenas a arrotar literalmente depois (e antes) das tais almoçaradas, que tem imenso tempo para praticar, ficava-lhe melhor e era menos afrontoso para a inteligência dos que lhe pagam o ordenado de ministro, já que a sua...
O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, disse que ainda não leu o estudo da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) que aponta Alcochete como melhor localização para o novo aeroporto de Lisboa, mas afirmou que lhe dará "uma vista de olhos". A fonte é o "O Público":
"Ainda não tive tempo de ler o estudo", afirmou Mário Lino, acrescentando que "certamente" lhe dará "uma vista de olhos". "O ministério recebe todos os dias muitos estudos (...) e não tenho tempo para estar a ler"...
Brilhante, Sic Transit Gloria Mundi.
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6.5.07
Encomendas
A "grande coragem" da ministra é apresentar-se de trapos ocidentais numa recepção oficial, ao contrário das mulheres locais que não são ministras da cultura de um país estrangeiro. A cena repete-se ao longo do texto, e a ministra lá aparece em diversas poses, sempre com o grande desiderato de andar (mal) vestida à ocidental, de tal forma que parece que granjeou grande feito, quase digno de se comparar ao bravo Albuquerque ou ao ilustre Camões...
Pelas imagens patentes a roupa da ministra podia passar bem numa exposição de farrapos, não dignificando em nada Portugal.
Mas o pior é que aquilo ao que a ministra foi não passa de turismo, dela e dos jornalistas. Nada se fez em nome do interesse público, nada se aproveita para dignificar o país, a ninguém aquilo importa senão aos próprios.
A ministra da cultura vai a um país que não respeita os direitos humanos, um país atrasado, de costumes bárbaros e medievais, um país governado por bandidos. Um país em que o governo é de uma família que pensa o Estado como uma quinta e que não se coibiu de dar o próprio apelido à designação oficial do país. E, no fim de contas, a sua grande coragem são os farrapos que enverga?
É que o passeio falava mais alto, que se lixem as mulheres da Arábia. E digo Arábia porque o nome "saudita" me mete nojo.
E a ministra leva os jornalistas para a encomenda. Por acaso ficava-lhe melhor que não os tivesse levado, ao menos passeava-se sem ecos.
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11.4.07
O que aconteceu a Pinamonti?
Segundo sei Pinamonti ofereceu-se para continuar, também por escrito.
O que aconteceu depois disso? Pinamonti saiu realmente a 31 de Março, dia do requiem de Verdi em Lisboa, estava eu na estreia do Ouro do Reno em Salzburg.
Os jornais nada disseram sobre o assunto, tentei pesquisar on-line e nada. Blogues muito pouco, o Portugal dos Pequeninos, geralmente com fontes bem informadas, pouco adiantou sobre o assunto.
O pouco que descobri, nas minhas indagações, é que a tutela depois de pedir a Pinamonti que permanecesse em S. Carlos não lhe ofereceu contrato!.
Ou seja, depois de correr Pinamonti como o fizeram, Sr. Hermenêutica e coadjutora Lima, estavam à espera que o italiano ficasse sem garantia de um vencimento e de um contrato. Evidentemente Pinamonti mandou-os passear.
Assunto encerrado, não há mais comentários. Estes ficam para a história deste período, as conclusões são evidentes, este é mais um episódio que serve para avaliação de quem tutelou o ínfimo orçamento da cultura sob o "engenheiro" Sócrates.
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27.3.07
O Salazarito que há em nós
Não, não é impune o medo de viver, o medo de existir. Não é impune a cólera surda da ignorância e da humilhação nos anões do Portugal de hoje.
Os Portugueses são senhores de um poder que não existe, num país de faz de conta, fugaz alucinação de esperança logo submersa pela inveja lamacenta e viscosa. Portugal é o paraíso da inveja: senhores de uma inveja notável os portugueses afundam-se uns aos outros e a quem cai na alçada dos detentores do poder imaginário, um poder que, se usado para servir os outros, ainda poderia ter alguma utilidade mas que apenas é usado para destruir e destruir e destruir.
A grande obra de arte deste Portugal de hoje é a mesquinha incapacidade de fazer e a inveja de quem pouco faz. Portugal que, mesmo assim, vai conseguindo subsistir milagrosamente como país de pedintes choramingas em negociações internacionais. Medíocres incapazes ou corruptos cúpidos, os portugueses são o espelho da miséria mesquinha de quem os governou durante séculos, são o barro moldado pelo rotativismo, pela primeira república, pelo salazarismo e pela incompetência e corrupção democráticas. Dá cá o meu, o primeiro lema, não sei e tenho raiva a quem sabe, o segundo lema de todo o "bom português". Todo lusito age e reage, sobretudo reage, por estes bons e consagrados lemas. Quem ousa pensar, sair do esquema, está perdido, condenado.
A hierarquia vinda dos tempos do Salazar, onde vigora o princípio da não discussão das ordens dos sargentos de segunda que nos têm governado, e que vão pisando, de acordo com as suas frustações, quem pensa pela sua cabeça, é a instituição mais sagrada. Não importa se uma discussão é válida, se as ideias dos outros são boas, se os governantes têm decidido a favor do Estado e dos cidadãos ou contra. Cidadãos esses que, bem seja dito, também se estão nas tintas para a maior parte das decisões.
O que se passa em Portugal é simples, os salazaritos de terceira decidem: "fomos eleitos para isso" e "ninguém deve discutir".
Quem sabe mais dos assuntos e quer analisar, discutir, informar o público das "ordens superiores" deve antes de tudo calar o bico, senão está a pôr em causa a "hierarquia" e a "desautorizar os chefes". Não se pode mexer na ordem podre desta gente medíocre que não tem coragem de dizer o que quer, e como quer, a quem lhes paga os ordenados do dinheiro dos impostos, porque não tem coragem para explicar o nada, nem tem autoridade moral e intelectual para discutir, com argumentos válidos, o que quer que seja.
Na cultura a única autoridade, com 0.1% do PIB nas mãos, é para destruir, não existe capacidade objectiva (e subjectiva, como se tem visto) de fazer.
Paolo Pinamonti foi corrido de forma grosseira do teatro Nacional de S. Carlos, estando o italiano disponível para continuar após seis anos a provar ter altas capacidades para o cargo, apenas porque discutiu as "ordens" dos tais senhores da hierarquia. Quem o descartou lesou gravemente o Estado e os cidadãos em termos da qualidade e referência internacional mas também em termos financeiros objectivos: Pinamonti estava na sua produtividade máxima e em tempo integral em Lisboa, Dammann vem em part-time a ganhar o mesmo.
Finalmente, quem decide assim lesa-se a si próprio e não é capaz de o enxergar. Será que os especialistas na utilização da palavra "hermenêutica" serão os piores a interpretar a expressão "balde do lixo da história"?
Compreendo perfeitamente porque Salazar ganhou o concurso do Maior Português. Salazar é o grande modelo dos portugueses: uns admitem, outros imitam. Creio que são preferíveis os assumidos aos recalcados. Apesar de merecida a sua vitória (ele é o modelo de todo um país), também não deixo de incluir António de Oliveira Salazar no "Grande Balde do Lixo da História Portuguesa", tem o prémio de ter conseguido deixar o país destruído e atrasado mais de cem anos e foi, obviamente uma grande figura a fazê-lo. As figuras ainda menos meritórias de Mário Vieira de Carvalho, julgando que tudo sabe, ou Isabel Pires de Lima, que anda a leste de tudo o que não acontece num raio de três quilómetros do Bolhão, não passam de figurinhas transitórias e ficam no "pequeníssimo balde do lixo da história portuguesa". Serão notas de notas de rodapé, ficarão apenas conhecidos pelas asneiras. Serão figuras incontroversas (ao contrário de Salazar) da calinada. Quem era aquele secretário de Estado que demitiu Pinamonti, o melhor director do S. Carlos no início do século XXI?
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20.3.07
Prémio Verde e Preto
Não acho que E. Pitta seja pateta, como ele me chama a mim, naquilo que, vindo de quem vem, não passa de um bom elogio, mas tenho a certeza que é mentiroso, que distorce os factos e que não conhece aquilo sobre o que discute: a demissão de Pinamonti do TNSC. Nunca um assunto de natureza objectiva será transformado numa vulgar troca de insultos, como E. Pitta faz. É inútil esconder a ignorância do assunto e as suas falácias com o manto roto da arrogância despeitada de freira púdica, caro E. Pitta, os factos falam por si.
Pitta entrelaça-se em contradições: apesar de dizer que não defende a tutela com unhas e dentes afirma que fala assim porque o assunto é político e não técnico! De facto a soez intriga contra Pinamonti é política mas o cargo dele é artístico, sublime contradição, obrigado E. Pitta pela confirmação. Onde deveria surgir a avaliação pura de competência técnica, passa a valer a traulitada e a mixórdia da política. Não se trata do preço fixo dos livros que se discute, trata-se da avaliação técnica de alguém que dá provas públicas num domínio complexo e artístico, que poderia até ser muito controverso. Acontece, porém, que toda a crítica musical, sem excepção, avalia, incontroversamente, Pinamonti entre o muito bom e o excelente. E. Pitta pensa que estamos todos no lobby do Pinamonti, mesmo aqueles que desde a primeira hora o criticaram fortemente, como eu, e que se foram rendendo à sua capacidade de realização e à sua inteligência. Como seria possível Jorge Calado, Alexandre Delgado, Augusto Seabra, João Paes, Rui Vieira Nery a fazer lobby por Pinamonti? E. Pitta será o único inteligente cá do burgo que nos quer fazer a todos de patetas? Ele, E. Pitta, parece ter ido a Glyndbourne, será que o Seabra também não terá ido? E o Nery? E eu terei andado por onde quando E. Pitta escrevia livros para muito menos pessoas do que aquelas para as quais interessa a tal demissão de Pinamonti? "Talvez" 200 ou serão afinal "600", números mágicos que parecem ser a sua bitola, porque não 531 ou 141, para números inventados quaisquer serviriam, será que 600 é o maior número para Pitta? Uma tiragem recorde de um microlivro a preço fixo?
Mas será que Glyndbourne interessa aqui nesta questão? E porque não discutir o uso pijamas de seda como o Wagner? Será que interessa a pedantice de E. Pitta a gabar-se de ir a Glyndbourne a propósito do S. Carlos? O que interessa nesta questão é o S. Carlos, onde o E. Pitta não pisa, e não o desprezo que E. Pitta vota ao teatro nacional de ópera. É claro que eu também não vi o Sr. E. Pitta em muitos lados, como Munique, Viena, Praga, Aix, Bayreuth, nos Proms, Paris, Innsbruck, Salzburg ou Frankfurt numa lista interminável e inesgotável de lugares onde encontro amigos portugueses com frequência. Não levo a minha proverbial patetice, caro E. Pitta, a andar de máquina fotográfica em punho fotografando os teatros por onde passo. Também não me interessa fazer alarde disso, o provincianismo de exibir as viagens a Glyndbourne é típico de alguns personagens do Eça que não tinham passado muito para além da Porcalhota, fica o assunto ao cuidado de Isabel Pires de Lima.
Apenas o E. Pitta, da literatura, acha bem que o Vieira hermeneuta despeça Pinamonti. O que é certo é que E. Pitta agora "crítico político" não põe os pés no S. Carlos, como o próprio alardeia com alacridade e uma ponta daquele orgulho luso de ser ignorante e ter "raiva a quem sabe", ele que até conhece o nome de Glyndebourne pode dar-se ao luxo de ignorar o "San Carlos". Mas alguém que fale do preço fixo dos livros tem de saber o que é um livro! E. Pitta nem sabe o que é o teatro de S. Carlos de hoje. Os porteiros do S. Carlos estão bem mais à vontade para dissertar sobre o assunto do que alguém que voluntariamente põe antolhos na sua visão já de si estreita e nos presenteia com esses antolhos como se fossem a oitava maravilha do mundo. O que o E. Pitta diz vale o que vale. Para mim o que ele diz não vale nada e afirmei-o frontalmente. Escrevi isso mesmo para não deixar impune a distorção dos factos sem um reparo, e um registo, neste espaço público. Pelo contrário o E. Pitta acha que sabe muito do assunto e pode mandar umas postas de pescada. Acho bem e respeito as postas do Pitta, estamos num país livre, eu comento apenas as incorrecções e as falsidades; os Pittas deste mundo não me intimidam. Como o país é livre também tenho o direito de chamar mentiroso a quem quiser, se provar o que digo. O E. Pitta prefere chamar-me de pateta. É assim que funciona o mundo. Acho imensa graça e dou uma boa gargalhada. O E. Pitta irrita-se e chama pateta a quem tem a ousadia de contrariar o seu pedantismo ignorante; eu volto a dar uma gargalhada, ainda maior.
O leitor que julgue, mas julgue sabendo que E. Pitta afirma uma série de mentiras com que pretende confundir e manipular os factos da demissão de Pinamonti para desvalorizar objectivamente o que este tem feito de brilhante no S. Carlos.
É claro que, tentando colocar o assunto na esfera política, para E. Pitta deixam de valer argumentos críticos, ponderações de factos, análises. A aldrabice, a manipulação da realidade e a ficção mesquinha do quotidiano passam a ter lugar de excelência neste universo supostamente político, e o Sr. E. Pitta usa a ferramenta abundantemente. O facto é político, logo pode-se atacar o resto do mundo usando a grosseria e chamar pateta aos outros. Felizmente o Sr. E. Pitta responde a quente mostrando a face política do assunto e o verdadeiro lobby a que pertence.
Mentiras objectivas de E. Pitta
O Teatro não abre "talvez" vinte vezes por ano, abre mais de 120 vezes. As récitas de ópera são 43 no último ano, segundo Pinamonti afirmou em entrevista que me concedeu e pelos números oficiais do teatro. A história das 43 récitas não é assunto de discussão, é um facto. Não estou para discutir isso, se o E. Pitta estivesse informado, em vez de andar a pavonear-se de máquina fotográfica em punho para depois exibir as fotos, em Glyndbourne ou noutro lugar qualquer, nem precisaria de perguntar. O tal livreco do preço fixo tem páginas? Pitta que se documente e verifique quantas foram as récitas e os espectáculos realmente efectuados e desampare a loja depois de pintar a cara de preto.
Não há talvez "600" pessoas no público de ópera, o teatro tem cerca de 950 lugares e tem uma ocupação superior a 90 por cento. No caso da Valquíria esgotou as sete récitas e mobilizou milhares de pessoas no largo de S. Carlos que seguiram a ópera em ecrã gigante.
O assunto da demissão de Pinamonti não interessa apenas a 200 pessoas, como é público e notório.
Os bilhetes da ópera não custam 400 euros por espectador ao Estado. É falso: se juntarmos todas as colaborações e os concertos da OSP, os recitais e os concertos de outros agrupamentos, como a Orquestra do Século XVIII, o Divino Sospiro entre tantos outros, um espectáculo custa ao Estado 120 euros por espectador. Isto se não contarmos com as receitas dos bilhetes que não entram directamente nos cofres do S. Carlos mas sim nos das Finanças! Se retirarmos a OSP, orquestra sinfónica do Estado português e que existiria com ou sem ópera, o preço desce para 60 euros por evento, um dos valores mais baixos da Europa.
Pinamonti não podia aceitar um convite não feito formalmente.
Ficam os reparos e posso afirmar ainda que o Sr. Pitta pode ser mentiroso e mal informado mas não é pateta. Pitta, no entanto, tem razão ao chamar-me pateta: sou mesmo pateta por "gastar cera com tão vis defuntos".
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15.3.07
Amigos do S. Carlos apelam a Sócrates
Os aparatchniks da Ajuda estão livres para fazerem o que quiserem no capítulo destruição do que existe, porque construir, caros leitores, isso só com dinheiro. E o Sócrates e o Teixeira dos Santos para a cultura não dão (nem para a Educação dão).
Do mal o menos, o Santos ainda tem currículo académico e sabe-se onde tirou os cursos, é aluno de Salazar no qual se especializou academicamente, e não esconde as suas doutrinas e a origem das suas políticas financeiras, mas desprezando o exemplo de mandar dar o cachet à Guilhermina Suggia. Sobra a Casa da Música, que por ser no Porto, recebe a fatia maior do Orçamento da cultura para piorar escandalosamente a sua programação, e veremos o que o futuro nos reserva, mas começo a duvidar de uma programação melhor a longo prazo e a uma apresentação atempada da mesma.
Por agora teremos que ficar com o Dammann, que tem tido críticas muito fortes em Colónia e que veria a sua renovação em risco nesta cidade, a fazer um part-time em Lisboa até 2008 segundo umas fontes e 2009 segundo outrs, ganhando um vencimento de 10.000 euros por mês. Hoje saberemos mais detalhes na conferência de imprensa de apresentação.
Segue notícia do Expresso Online.
Afastamento de Pinamonti em causa
Amigos do São Carlos apelam ao primeiro-ministro
Luciana Leiderfarb
Descontente com processo de afastamento de Paolo Pinamonti da direcção artística do São Carlos, a direcção da associação de amigos do teatro lisboeta apela à intervenção de José Sócrates.
Amigos do São Carlos apelam ao primeiro-ministro
Nuno Botelho
O afastamento de Paolo Pinamonti está a preocupar os Amigos do São Carlos
18:21 | quarta-feira, 14 MAR 07
A direcção dos Amigos do São Carlos qualificou de "abrupta e desrespeitosa" a forma como se processou o afastamento de Paolo Pinamonti da direcção daquele Teatro e apelou a uma "intervenção pessoal do primeiro-ministro".
Num comunicado à imprensa, assinado pelo musicólogo Rui Vieira Nery, manifesta-se preocupação pelo "vazio de poder agora criado no São Carlos, com o anúncio da contratação de um director ausente, que pouco mais poderá assegurar do que uma função de programador itinerante". A esta situação soma-se o facto de o vazio acontecer "num momento crucial da fusão do teatro com a Companhia Nacional de Bailado no quadro do novo figurino orgânico da Opart (Organismo de Produção Artística), cujas linhas gerais ainda se desconhecem".
No mesmo documento, os Amigos do São Carlos confessam-se "apreensivos" no que toca às linhas gerais esboçadas pelo Ministério da Cultura para o futuro do único teatro lírico do país: "Os objectivos de um teatro nacional português integrado na rede europeia de produção operática não podem confundir-se com a missão específica de um espaço de formação avançada e profissionalização para jovens intérpretes".
Recorde-se que o secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, referiu, numa conferência de imprensa realizada ontem em Lisboa, pretender "a captação de novos públicos" e "oportunidades para jovens artistas", apostando "nos portugueses que ainda não chegaram à ópera".
Por fim, critica-se a vontade expressa da tutela de multiplicar o número de récitas, o que "só seria possível com meios orçamentais que consabidamente o Ministério não está em condições de garantir, a não ser à custa da degradação acentuada do nível qualitativo das produções".
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14.3.07
Carlos Araújo Alves diz tudo
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13.3.07
Aldrabões
Até na arte da mentira estes senhores são primitivos. Segue artigo no "O Público" que segue o take da Lusa.
Pinamonti diz que Governo não o convidou para continuar à frente do São Carlos
13.03.2007 - 18h37 Lusa
O actual director do São Carlos disse hoje que nunca foi formalmente convidado para continuar à frente do teatro lírico, refutando assim a justificação do Governo para a sua saída.
"Quero desmentir as declarações do secretário de Estado porque não correspondem à verdade", disse Paolo Pinamonti.
"Nunca tive um convite formal para continuar", acrescentou.
Para o director do São Carlos, "houve um aproveitamento incorrecto de uma frase" de uma carta que enviou à ministra em Setembro para justificar agora o seu afastamento.
"Essa carta foi enviada num contexto de se estarem a preparar cortes orçamentais da ordem dos 800 mil euros que eu não podia aceitar", indicou ainda o musicólogo italiano, que assumiu a direcção do Teatro Nacional de São Carlos a 1 de Abril de 2001.
Segundo Pinamonti, a ministra nunca respondeu a essa carta e antes apenas manifestara "apreço" pelo seu trabalho.
"Disseram-me genericamente que queriam que continuasse a trabalhar", indicou.
Paolo Pinamonti manifestou-se "muito amargurado com este tratamento" e disse que só meia hora antes da conferência de imprensa do secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, tomou conhecimento, por carta, da decisão do Governo em relação ao futuro do São Carlos.
"Comunicam-me que não estão reunidas as condições para me propor um novo contrato de trabalho no âmbito da OPART", adiantou, explicando que a ministra Isabel Pires de Lima lhe dissera há dias que falaria consigo esta semana.
"O meu contrato acaba a 31 de Março e não me foi feita nenhuma proposta para continuar até final da temporada (Julho)", referiu Pinamonti, que admitiu no entanto ficar em Lisboa até essa altura por motivos pessoais.
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Não acredito
É falso que se fale de um convite quando se oferecem condições inferiores às actuais, como julgo que se quiseram impor a Pinamonti para o forçar ao despedimento. Uma situação que lembra a de Serra Formigal, um medíocre que contribuiu para um declínio do S. Carlos, versus João Paes, início dos anos oitenta.
De qualquer forma: o comportamento inenarrável e rasteiro do Sr. Vieira Hermenêutica no despedimento anunciado, episódio Emanuel Nunes incluído, leva-me a não acreditar numa palavra da versão anunciada pelos políticos.
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10.3.07
Programação ruinosa
Não comento a data da divulgação, nem vale a pena.
Comento apenas a qualidade da programação: muito má.
O leitor poderá dar um salto ao site da dita Casa da Música e avaliar por si próprio. Sobra o Sokolov, o John Elliot Gardiner e a banda da Coruña. O próprio Harry Christophers e os The Sixteen vêm para um concerto com aquela coisa esquisita que se designa por orquestra barroca...
Enfim, mais dinheiro e Guta Moura Guedes a trabalhar na nova imagem...
Em tempo oportuno farei uma análise comparativa com a programação do ano de 2006.
Ver sobre o assunto o Blogue do Carlos Araújo Alves que muito apropriadamente, e de forma que eu diria demasiado moderada, escreve sobre o assunto.
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30.1.07
Experimente a Guta com o dinheiro dela
Finalmente é bom não haver dinheiro, é que sem dinheiro não há palhaços. Segundo a organização da Experimenta (a tal Guta e a sua empresa) vai haver um grande prejuízo. Qual? Pergunta o leitor, a resposta é simples, informa a "organização": para já o dos 500.000€ com que estávamos a contar! O dinheiro dos cidadãos é mesmo como se fosse deles não é? Não há limites para o descaramento e a falta de vergonha. E porque não fazer a coisa com os 2.1 milhões que sobram e o apoio logístico da câmara?
Entretanto a Casa da Música do Porto contratou a mesma santanete para "renovar a sua imagem", ou qualquer coisa que o valha. Casa da Música, a instituição portuense que viu o seu orçamento reforçado em 7%, ao contrário do S. Carlos e do CCB, que viram os seus orçamentos cortados numa fatia próxima dos 7%. A mesma Casa da Música que classificou o recital de Murray Perhaia nos "outros"a par da Banda Marcial de Fermentelos, e não em "piano", no seu site.
Grande Banda a de Fermentelos, que é a grande novidade deste 2007 na Casa da Música. Pelo menos deve ser muito melhor do que certas orquestras que andam por aí.
A mesma instituição, Casa da Música, que apresentou uma programação miserável, agora da autoria de Burmester, o "gestor querido de Pires de Lima", incomparavelmente inferior à realizada por Anthony Withworth Jones, anterior director artístico, para este início de 2007 e que esbanja mais uns larguíssimos milhares de euros com a tal Guta para, supostamente, animar a coisa em termos de imagem! Esta mulher deve ter algo. Uma espécie de poder oculto que não descortino: é que chamar a Guta para animar o projecto do Rem Koolhaas é obra.
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