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15.3.07

Amigos do S. Carlos apelam a Sócrates 

Não acredito que Sócrates sequer leia o que os Amigos do S. Carlos lhe pedem. O autismo governativo de Sócrates relativamente à cultura e ao saber têm origuem, segundo creio numa análise que tenho vindo a fazer desde há algum tempo, nos complexos de inferioridade cultural e académica do primeiro minstro. Sócrates em termos culturais é um desastre, um carreirista político que foi construindo a sua vida política através da pequena manobra e não alicerçado em qualquer feito académico, científico, empresarial, cultural ou mesmo político de fundo. José Sócrates Pinto de Sousa nem sequer é engenheiro, e o seu percurso académico é nebuloso, nunca escreveu uma linha de doutrina política ou um texto relevante. Os seus discursos são genéricos e sem qualquer substrato profundo. As suas aparições em eventos culturais são escassas e apenas representativas, não se lhe conhece gosto pela música. Não tem qualquer sensibilidade para a cultura como se viu pelos orçamentos de Estado. Está-se nas tintas para o assunto, sobra-lhe apenas alguma determinação e faro político para a manobra da baixa política. É óbvio que usa como modelo Salazar, mas este último era licenciado e doutorado por uma Universidade de prestígio e tinha carreira académica e currículo político na área das finanças e era superiormente inteligente; mesmo tendo em conta que Salazar foi um tacanho de visão limitada por opção filosófica e também por complexos de origem, Sócrates ainda consegue ser mais limitado e com mais falta de Mundo. Até no gosto pela música lhe faltam as referências que o ditador de Santa Comba Dão tinha. Salazar sempre acarinhou o S. Carlos e as orquestras portuguesas. Sócrates apesar de eleito democraticamente e de ser um candidato a ditador em democracia não passa de um amador ingnorante, inculto e primário, um salazareco de segunda. Nunca se preocupará com questões que não achar importantes para a manutenção e reforço do seu projecto de poder pessoal: é óbvio que o S. Carlos não passa por aí.
Os aparatchniks da Ajuda estão livres para fazerem o que quiserem no capítulo destruição do que existe, porque construir, caros leitores, isso só com dinheiro. E o Sócrates e o Teixeira dos Santos para a cultura não dão (nem para a Educação dão).
Do mal o menos, o Santos ainda tem currículo académico e sabe-se onde tirou os cursos, é aluno de Salazar no qual se especializou academicamente, e não esconde as suas doutrinas e a origem das suas políticas financeiras, mas desprezando o exemplo de mandar dar o cachet à Guilhermina Suggia. Sobra a Casa da Música, que por ser no Porto, recebe a fatia maior do Orçamento da cultura para piorar escandalosamente a sua programação, e veremos o que o futuro nos reserva, mas começo a duvidar de uma programação melhor a longo prazo e a uma apresentação atempada da mesma.
Por agora teremos que ficar com o Dammann, que tem tido críticas muito fortes em Colónia e que veria a sua renovação em risco nesta cidade, a fazer um part-time em Lisboa até 2008 segundo umas fontes e 2009 segundo outrs, ganhando um vencimento de 10.000 euros por mês. Hoje saberemos mais detalhes na conferência de imprensa de apresentação.

Segue notícia do Expresso Online.


Afastamento de Pinamonti em causa
Amigos do São Carlos apelam ao primeiro-ministro
Luciana Leiderfarb

Descontente com processo de afastamento de Paolo Pinamonti da direcção artística do São Carlos, a direcção da associação de amigos do teatro lisboeta apela à intervenção de José Sócrates.


Amigos do São Carlos apelam ao primeiro-ministro
Nuno Botelho
O afastamento de Paolo Pinamonti está a preocupar os Amigos do São Carlos

18:21 | quarta-feira, 14 MAR 07

A direcção dos Amigos do São Carlos qualificou de "abrupta e desrespeitosa" a forma como se processou o afastamento de Paolo Pinamonti da direcção daquele Teatro e apelou a uma "intervenção pessoal do primeiro-ministro".
Num comunicado à imprensa, assinado pelo musicólogo Rui Vieira Nery, manifesta-se preocupação pelo "vazio de poder agora criado no São Carlos, com o anúncio da contratação de um director ausente, que pouco mais poderá assegurar do que uma função de programador itinerante". A esta situação soma-se o facto de o vazio acontecer "num momento crucial da fusão do teatro com a Companhia Nacional de Bailado no quadro do novo figurino orgânico da Opart (Organismo de Produção Artística), cujas linhas gerais ainda se desconhecem".
No mesmo documento, os Amigos do São Carlos confessam-se "apreensivos" no que toca às linhas gerais esboçadas pelo Ministério da Cultura para o futuro do único teatro lírico do país: "Os objectivos de um teatro nacional português integrado na rede europeia de produção operática não podem confundir-se com a missão específica de um espaço de formação avançada e profissionalização para jovens intérpretes".
Recorde-se que o secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, referiu, numa conferência de imprensa realizada ontem em Lisboa, pretender "a captação de novos públicos" e "oportunidades para jovens artistas", apostando "nos portugueses que ainda não chegaram à ópera".
Por fim, critica-se a vontade expressa da tutela de multiplicar o número de récitas, o que "só seria possível com meios orçamentais que consabidamente o Ministério não está em condições de garantir, a não ser à custa da degradação acentuada do nível qualitativo das produções".

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