
27.6.07
Exmo. Sr. Comendador
Etiquetas: Morte, Real, Tempo, Vida
22.2.07
E o Carmelo pegou-me...
Depois da falsa polémica da jornalista raptada fica aqui o capítulo 17 do romance, em pré publicação.
Muitos outros blogues se associam à ideia.
Acho que qualquer dia até serei convidado para uma entrevista do Carmelo sobre a blogosfera, seria interessante poder surrealizar um pouco sobre o assunto. Deve ser por isso, a minha constante surrealização do real numa hermenêutica alucinada (estou a aprender com o Sr. Hermenêutica, e esta hem?), que o Luís me pede para pré-publicar o romance e para alinhar na tanga do rapto e, apesar dos meus 4 anos aqui a pregar neste deserto, nunca se lembrou de mim para uma entrevista. Acho que ele sabe que sou difícil nessas coisas. Afinal nem tanto, pelos vistos. Coube-me um número primo, o 17... representa a ordem do universo, a ordem no caos, o mundo em toda a sua diversidade, material e imaterial, e a lei, o tempo e o espaço ordenados, o Céu Divino e a terra temporal mais a lei; nada mau, fica aqui a capa.
Etiquetas: Luís Carmelo, Mundo, Romance, Sr. Hermenêutica, Vida, Vieira de Carvalho
10.2.07
S. Francisco
Será que hoje o S. Francisco, se voltasse a esta terra tolerante, escapava de ser internado num hospital psiquiátrico?
Etiquetas: Mundo, S. Francisco, Tempo, Vida
1.2.07
A teia dos argumentos
Carlos Manuel Castro, no Tugir diz, implicitamente, que ninguém pode criticar a lei espanhola porque, pasme-se, na Catalunha as mulheres com mais de trinta e cinco anos apresentam uma maior taxa de gravidez, e são mães cada vez mais tarde. Segundo ele essa é uma idade "que muitos não consideram desejável". Tudo serve, mesmo os maiores disparates lógicos que, neste caso, são um perfeito atentado à inteligência do leitor.
Explico a falácia de tal argumento, a natalidade tem subido devido a alguns factores:
1. Maior qualidade de vida e desenvolvimento económico, levam a uma maior natalidade que se relaciona com a confiança no futuro. A natalidade em Portugal é baixa e será cada vez mais baixa, porque Portugal é um país triste, de gente triste, sem cultura, sem horizontes, em crise permanente, governado por corruptos e mentirosos que são iguais aos governados. Para romper uma baixa de natalidade é preciso em primeiro lugar uma profunda revolução, uma revolução cultural e de mentalidades, nada tem a ver com a lei do aborto. A Catalunha, ao contrário de todo o Portugal, é um território de alegria, de crescimento e de esperança.
2. As mulheres mais velhas podem agora ter mais filhos, isso tem a ver com as suas carreiras, e com uma entrada muito competitiva no mercado de trabalho que lhes dá poucas hipóteses de terem a maternidade na idade de maior fertilidade.
A lei espanhola do aborto facilita precisamente esta situação, as mulheres recusam a maternidade se isso prejudica as suas carreiras, quando se diz que: apesar da lei há mais natalidade, está-se a cometer um erro de julgamento e uma manipulação da realidade, essa lei contribui apenas para uma natalidade mais tardia.
3. A eficácia da medicina na resolução do problema da infertilidade que atinge mais de dez por cento da população e que numa sociedade onde existe maior poder de compra e apoio do sistema nacional de saúde vai também pesando no aumento da natalidade junto de mulheres mais velhas que engravidam pela primeira vez, ao contrário de Portugal.
Isto leva-me à questão do aborto e à sua premência política em Portugal. O aborto em situações sócio-económicas graves ocorre apenas num número reduzidíssimo de situações, tendo entrado em hospitais devido a complicações com aborto clandestino em 2006 menos de uma dezena de mulheres; ao contrário dos milhares de "desgraçadinhas" que se propalam por aí nas campanhas. A infertilidade afecta mais de dez por cento dos casais e ninguém se peocupa em defender as situações em que casais desfavorecidos tentam desesperadamente engravidar. O sistema nacional de saúde não tem contemplacões para essas situações trágicas e de grande sofrimento para muitas jovens mulheres e homens portugueses.
O aborto clandestino vai continuar a realizar-se porque as mesmas mulheres que abortam hoje, continuarão a abortar nas mesmas condições, não terão dinheiro para ir às clínicas para a classe média e alta. Em situações de problemas psicológicos, físicos, violações, riscos para o feto, o aborto já é permitido e mesmo assim o sistema nacional de saúde não responde muito bem, como será no caso de receber mil e oitocentos casos (ou mais) de pedidos de aborto indiscrimado?
Despenalizar não será solução para nada disto. Entretanto será que os casos de aborto a pedido terão prioridade sobre todos os outros casos do sistema nacional de saúde? Para mim seria um escândalo e uma vergonha para este país.
O pai não tem uma palavra a dizer nesta liberalização, o pedido é da mulher consagrando a total desresponsabilização do pai nestas circunstâncias. Que confortável para o Estado esta demissão, menos processos de paternidade, menos casos de Torres Novas.
Entretanto as mulheres com dez semanas e um dia de gravidez e que abortem, irão parar à cadeia? Com que critério?
No meu entender é tudo uma grande hipocrisia. Enquanto não se defender a maternidade e se apoiar essa mesma maternidade, a que se dá naturalmente e a que não consegue ocorrer, que afecta um número esmagadoramente superior de pessoas em Portugal, não se pode mudar uma lei que já defende a mulher e o feto, mesmo em situações extremas.
O que é mesmo necessário não é a liberalização, é essa revolução das mentalidades, a começar pelos defensores do aborto liberalizado e a pedido que, de acordo com as suas ideias modernas, deveriam ter as prioridades mais estruturadas nas suas esclarecidas e libertárias cabeças.
Etiquetas: Aborto, Irritações, Maternidade, Morte, Política, Referendo, Sequestro, Vida
24.1.07
O problema aqui é a realidade, a ilusão, a memória, a invenção e o tempo. Valores éticos, condenações, juízos de valor. Mas, de facto, tudo totalmente errado. Condena-se alguém (Luís Carmelo) que "inventou um facto para supostamente promover um livro". Esse facto não é real, afirma-se.
As minhas questões centram-se sobre o conceito de real. A partir do momento em que o facto se torna aparente, e é recriado/imaginado por nós na nossa mente, passa a ser real. O mundo, tal como existe, é apenas uma representação proveniente da nossa consciência desse mundo, quer ele exista ou não na realidade, coisa que não interessa muito afinal, o que interessa é ontologia. Será o mundo real? Interessa essa questão? Indivíduos como somos, utilizamos a realidade em nosso proveito, inventamos a realidade.
Noutro caso concreto em apreço, considera-se como factor negativo da oportunidade de se "inventar" um facto de "sequestro" de um jornalista a situação do pretenso sequestro de uma criança de cinco anos, isto admitindo que existe na consciência de uma maioria de indivíduos em Portugal que se aperceberam da notícia. Neste caso os formalistas condenam um pai adoptivo com base em juízos abstractos. Serão esses princípios, que formam a base do juízo, reais? A Lei é real? Será uma representação de um ideal? Ou uma aproximação muito falível desse ideal? Ou nem sequer se aproxima desse ideal se acreditarmos que o mundo como tal é apenas uma ilusão? Por outro lado se acreditarmos que o ser humano é intrinsecamente mau, como o nosso pessimista de serviço, Schopenhauer, tão bem o colocou, uma Lei emanada do homem (no sentido de humanidade mas sempre com h minúsculo) será sempre intrinsecamente má, longe dos reais valores éticos, da abnegação, da renúncia, da arte de atingir o nonumenal que passa pela arte de esquecer a Lei dos homens (ou apenas de esquecer, como louvava Nietzsche), uma Lei sempre errada, sempre conducente ao primitivismo, ao egoísmo, à maldade. Uma lei humana defenderá eternamente o mesquinho e vil egoísmo, enquanto o homem for homem.
Voltamos então ao ponto do comentário pedido: como comentar algo que é apenas virtual? Porque razão a invenção de uma realidade paralela é eticamente errada? Será errado promover um livro à custa da indignação alheia? Não acho. Tão egoísta é o burlador como o burlado caro Rui. Além disso que belas reflexões essa invenção de um real paralelo não suscitou?
Sentir-me-ei enganado? Claro que não, a realidade, sob que forma for, nunca nos pode enganar. Podemos mudar de ideia ao mudar a nossa representação, mas o engano como acto ético valorativamente errado nunca poderá estar presente numa representação do mundo, válida como outra qualquer.
E voltemos à criança, que no fundo é a única realidade que ainda está em contacto com a natureza íntima das coisas, próxima do estado natural, recém saída do uno criacional. Interessa-te Rui a felicidade de uma criança? A mim interessa e muito. É nessa felicidade que reside a esperança de um homem que pode vir a conhecer o caminho da eterna renúncia, longe da mesquinhez e do egoismo de ti, do Carmelo e de mim. Sem nos apercebermos...
E volto ao Nonnumenal depois desta digressão pelo "real", volto à música, que nos aproxima do infinito, a música e o amor como dizia o nosso pessimista de serviço. Faz-nos regressar à inocência criacional.
Etiquetas: Criança, Crítica, Fait divers, Mundo, Música, Real, Schopenhauer, Sequestro, Tempo, Vida
19.1.07
Sequestros
Uma jornalista sequestrada por supostos terroristas nem sequer foi notícia nas televisões. Um escândalo, é Portugal no seu melhor...
Etiquetas: Criança, Fait divers, Mundo, Política, Sequestro, Vida
15.1.07
Come Lagrima il signo dolente
Come lagrima il Signo dolente
Quando sente,
Che il suo spirto à morire s'invia,
Così geme quest'anima mia;
Il suo duol, la mia pena è infinita,
Ma à diversa è de pianti la sorte,
Egli piange, che perde la vita,
Et io piango, che bramo la morte.
Silvio Stampiglia 1664-1725
Il martirio di S. Adriano
No próximo Podcast a oratória do mesmo nome de Francesco Antonio Pistocchi com as palavras do poeta romano.
Etiquetas: Morte, Óratoria, Podcast, Poesia, Vida
12.1.07
Crime
"Sim, se o motivo não for eticamente justificável, como por exemplo o risco de vida para a mãe ou outros previstos na actual lei.
Acho que quem aborta por motivos como manter a linha ou por razões profissionais ou porque já tem demasiados filhos ou por outra razão fútil qualquer deve ir parar à cadeia. Seja aqui ou seja no regresso de uma clínica em Badajoz ou Londres."
Para protejer a mulher grávida existe legislação abundante que deveria ser fortemente fiscalizada pelo estado para evitar situações complicadas para a futura mãe.
Para evitar a concepção existem métodos mais que seguros, o aborto praticado por pessoas com meios e acesso à informação é injustificável. Seria muito mais tolerante para com os excluídos de informação e vivendo em condições incompatíveis com a dignidade humana, mesmo sabendo que os valores éticos não são valores relativos.
Sim, num mundo perfeito quem abortasse a pedido deveria ir para a cadeia. A morte prematura de um milagre precioso e frágil como a vida é um crime, um filho é uma dádiva rara.
Aborto liberalizado e a pedido da mulher é, para mim, crime contra a vida, é filosófico, é profundo, não há volta a dar-lhe. E diz respeito a dois, não apenas à mulher.
Ler também.
Etiquetas: Aborto, Morte, Política, Referendo, Vida
HIpocrisia
Hipocrisia: é liberalizar o aborto para permitir a quem tem meios abortar de forma indiscriminada deixando os desgraçados na mesma.
Mas será que ninguém percebeu que vão ser estes que continuarão a abortar de forma mortal, em condições degradantes, porque não terão dinheiro para pagar os abortos nas clínicas privadas. Ou será que o Estado vai comparticipar o aborto liberalizado e a pedido no Serviço Nacional de Saúde? Passando os casos de aborto a pedido à frente nas listas de espera?
Será ético, ou mesmo possível, um caso de aborto a pedido e sem razões ponderosas objectivas (saúde da mãe, do feto, violação,...) passar à frente numa lista de espera do SNS onde figuram casos gravíssimos que esperam eternidades? Um aborto até às dez semanas não é adiável...
Como disse D. Duarte, e desta vez muito bem: O Estado em vez de liberalizar o aborto deveria apoiar e ajudar os mais desfavorecidos a ultrapassar a sua situação.
Etiquetas: Aborto, Morte, Política, Referendo, Vida
Comemorações e aforismos
2008 - Ano internacional da Batata (ONU).
2008 - Centenário do regicídio em Portugal.
Paulo Macedo vale muito mais o que ganha do que o primeiro ministro. Se mais não fosse provou-o pela missa que mandou rezar, alheio à turba multa do politicamente correcto, às PIDES dos costumes "democráticos", agindo por convicções profundas, de consciência tranquila. E porque não se escandalizam os senhores do costume contra a maçonaria, e os lobbies variados que de forma secreta e insidiosa por aí polulam e poluem, corrompendo e destruindo beatamente este país? Uma missa é aberta a todos e a mensagem de Cristo é de paz e de inclusão. Até o cromo do Hugo Chávez concorda...
E ao mesmo tempo evitava horas extraordinárias nos serviços contribuindo para a redução do défice!
A vida não se relativiza, o nosso regime é herdeiro de um crime, quem condena a morte de Saddam também deveria condenar a mentira desta república herdeira dos crimes da morte de D. Carlos e de seu filho.
Quem espera sempre alcança.
Quem espera desespera.
A memória é o pior inimigo do mentiroso, logo deveria ser o pior inimigo do político, mas a falta de memória nos outros acaba por ser o seu melhor aliado.
Etiquetas: Efemérides, Fait divers, Morte, Paulo Macedo, Política, Vida
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