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25.6.07

Referendo ao tratado europeu 

Totalmente contra, o povo português já demonstrou que não tem sentido das responsabilidades quando foi chamado a votar coisas tão importantes como a liberalização do aborto onde nem sequer se atingiram os 50% de votantes.
É um bom povo este, um bom e atrasado povo. Gosto deste bom povo português, atrofiado, egoísta e estúpido. Referendo ao tratado europeu? O que é isso? Não mexe na minha carteira? Não mexe no meu e dos meus filhos? Estou-me nas tintas. Os políticos, esses bandalhos espertalhões, era tão bom ter um tacho como o deles, mas como não tenho digo mal deles, que decidam por mim, sou um bom português, incapaz para quase tudo a não ser para a inveja, o egoísmo e a velhacaria. Não sou igual aos outros? Não, claro que não? sou o maior, o mais esperto, sou do Benfica, ou do Porto que é a mesma coisa, os maiores clubes do mundo, mas por sinal sou também o mais estúpido e ignorante do mundo, sou um bom português: os outros que votem por mim... E este parágrafo está demasiadamente bem escrito, devia ter dado uns erros hortográficos como qualquer português que se preze. Viva Portugal.

P.S. A propósito ou a despropósito leia-se.

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1.2.07

A teia dos argumentos 

Relativamente ao sim (e ao não) à liberalização do Aborto toda a espécie de argumentos são usados. O problema profundo e filosófico é escamoteado.

Carlos Manuel Castro, no Tugir diz, implicitamente, que ninguém pode criticar a lei espanhola porque, pasme-se, na Catalunha as mulheres com mais de trinta e cinco anos apresentam uma maior taxa de gravidez, e são mães cada vez mais tarde. Segundo ele essa é uma idade "que muitos não consideram desejável". Tudo serve, mesmo os maiores disparates lógicos que, neste caso, são um perfeito atentado à inteligência do leitor.

Explico a falácia de tal argumento, a natalidade tem subido devido a alguns factores:

1. Maior qualidade de vida e desenvolvimento económico, levam a uma maior natalidade que se relaciona com a confiança no futuro. A natalidade em Portugal é baixa e será cada vez mais baixa, porque Portugal é um país triste, de gente triste, sem cultura, sem horizontes, em crise permanente, governado por corruptos e mentirosos que são iguais aos governados. Para romper uma baixa de natalidade é preciso em primeiro lugar uma profunda revolução, uma revolução cultural e de mentalidades, nada tem a ver com a lei do aborto. A Catalunha, ao contrário de todo o Portugal, é um território de alegria, de crescimento e de esperança.

2. As mulheres mais velhas podem agora ter mais filhos, isso tem a ver com as suas carreiras, e com uma entrada muito competitiva no mercado de trabalho que lhes dá poucas hipóteses de terem a maternidade na idade de maior fertilidade.
A lei espanhola do aborto facilita precisamente esta situação, as mulheres recusam a maternidade se isso prejudica as suas carreiras, quando se diz que: apesar da lei há mais natalidade, está-se a cometer um erro de julgamento e uma manipulação da realidade, essa lei contribui apenas para uma natalidade mais tardia.

3. A eficácia da medicina na resolução do problema da infertilidade que atinge mais de dez por cento da população e que numa sociedade onde existe maior poder de compra e apoio do sistema nacional de saúde vai também pesando no aumento da natalidade junto de mulheres mais velhas que engravidam pela primeira vez, ao contrário de Portugal.


Isto leva-me à questão do aborto e à sua premência política em Portugal. O aborto em situações sócio-económicas graves ocorre apenas num número reduzidíssimo de situações, tendo entrado em hospitais devido a complicações com aborto clandestino em 2006 menos de uma dezena de mulheres; ao contrário dos milhares de "desgraçadinhas" que se propalam por aí nas campanhas. A infertilidade afecta mais de dez por cento dos casais e ninguém se peocupa em defender as situações em que casais desfavorecidos tentam desesperadamente engravidar. O sistema nacional de saúde não tem contemplacões para essas situações trágicas e de grande sofrimento para muitas jovens mulheres e homens portugueses.

O aborto clandestino vai continuar a realizar-se porque as mesmas mulheres que abortam hoje, continuarão a abortar nas mesmas condições, não terão dinheiro para ir às clínicas para a classe média e alta. Em situações de problemas psicológicos, físicos, violações, riscos para o feto, o aborto já é permitido e mesmo assim o sistema nacional de saúde não responde muito bem, como será no caso de receber mil e oitocentos casos (ou mais) de pedidos de aborto indiscrimado?
Despenalizar não será solução para nada disto. Entretanto será que os casos de aborto a pedido terão prioridade sobre todos os outros casos do sistema nacional de saúde? Para mim seria um escândalo e uma vergonha para este país.
O pai não tem uma palavra a dizer nesta liberalização, o pedido é da mulher consagrando a total desresponsabilização do pai nestas circunstâncias. Que confortável para o Estado esta demissão, menos processos de paternidade, menos casos de Torres Novas.

Entretanto as mulheres com dez semanas e um dia de gravidez e que abortem, irão parar à cadeia? Com que critério?

No meu entender é tudo uma grande hipocrisia. Enquanto não se defender a maternidade e se apoiar essa mesma maternidade, a que se dá naturalmente e a que não consegue ocorrer, que afecta um número esmagadoramente superior de pessoas em Portugal, não se pode mudar uma lei que já defende a mulher e o feto, mesmo em situações extremas.
O que é mesmo necessário não é a liberalização, é essa revolução das mentalidades, a começar pelos defensores do aborto liberalizado e a pedido que, de acordo com as suas ideias modernas, deveriam ter as prioridades mais estruturadas nas suas esclarecidas e libertárias cabeças.

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12.1.07

Crime 

Um amigo perguntou-se se achava que quem abortava devia ir parar à cadeia. A minha resposta foi simples:

"Sim, se o motivo não for eticamente justificável, como por exemplo o risco de vida para a mãe ou outros previstos na actual lei.
Acho que quem aborta por motivos como manter a linha ou por razões profissionais ou porque já tem demasiados filhos ou por outra razão fútil qualquer deve ir parar à cadeia. Seja aqui ou seja no regresso de uma clínica em Badajoz ou Londres."

Para protejer a mulher grávida existe legislação abundante que deveria ser fortemente fiscalizada pelo estado para evitar situações complicadas para a futura mãe.
Para evitar a concepção existem métodos mais que seguros, o aborto praticado por pessoas com meios e acesso à informação é injustificável. Seria muito mais tolerante para com os excluídos de informação e vivendo em condições incompatíveis com a dignidade humana, mesmo sabendo que os valores éticos não são valores relativos.

Sim, num mundo perfeito quem abortasse a pedido deveria ir para a cadeia. A morte prematura de um milagre precioso e frágil como a vida é um crime, um filho é uma dádiva rara.

Aborto liberalizado e a pedido da mulher é, para mim, crime contra a vida, é filosófico, é profundo, não há volta a dar-lhe. E diz respeito a dois, não apenas à mulher.

Ler também.

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HIpocrisia 

Hipocrisia: é dizer que se concorda com o aborto liberalizado para defender os pobres.

Hipocrisia: é liberalizar o aborto para permitir a quem tem meios abortar de forma indiscriminada deixando os desgraçados na mesma.

Mas será que ninguém percebeu que vão ser estes que continuarão a abortar de forma mortal, em condições degradantes, porque não terão dinheiro para pagar os abortos nas clínicas privadas. Ou será que o Estado vai comparticipar o aborto liberalizado e a pedido no Serviço Nacional de Saúde? Passando os casos de aborto a pedido à frente nas listas de espera?

Será ético, ou mesmo possível, um caso de aborto a pedido e sem razões ponderosas objectivas (saúde da mãe, do feto, violação,...) passar à frente numa lista de espera do SNS onde figuram casos gravíssimos que esperam eternidades? Um aborto até às dez semanas não é adiável...

Como disse D. Duarte, e desta vez muito bem: O Estado em vez de liberalizar o aborto deveria apoiar e ajudar os mais desfavorecidos a ultrapassar a sua situação.

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5.1.07

Sim ou Não 

O meu amigo João Vasco Almeida jornalista e Chefe de Redacção de uma publicação à qual não quero fazer publicidade, no seu novo blog Estado Cítrico, fala do aborto. E com razão, sem querer discutir vida e não vida, cadeia e não cadeia, penalização ou não, clínicas para a liberalização ou não, o que é certo é que o aborto diz respeito a, pelo menos, dois.
Depois virá a conversa da hipocrisia do aborto esterilizado e climatizado para ricas e degradante, aviltante, clandestino e mortal, como hoje é, e continuará sempre a ser, para as pobres.
E o mais hipócrita é pensar-se que a liberalização será para as classes mais desfavorecidas poderem abortar legalmente e em boas condições, nada de mais falso, a liberalização do aborto servirá apenas para o negócio, para o lobby, para a corrupçãozinha tradicional portuguesa. Para amigos de alguns políticos poderem ganhar mais uns cobres.

Post 1400 em três anos e oito meses.

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