13.3.07
O Camarada Hermenêutica
Segundo Vieira, o Hermeneuta, o Teatro de S. Carlos deve servir para os cantores portugueses rodarem e para os turistas terem ópera à disposição em Lisboa. Julgava que a ópera era para o consumo do povo local, agora além da bica, dos banhos de sol e dos serviços do Zézé Camarinha, vamos também ter ópera para os "camones".
Entretanto deve manter-se o projecto da Tetralogia. Paradoxalmente a ópera do Nunes, a tal que "o génio" Emanuel (não confundir com o cantor pimba Emmannuel) não consegue acabar apesar de ter sido já acabada mas à qual faltam as partes vocais, num dos maiores e sublimes paradoxos pós-modernos, uma desconstrução que nem Derrida nem o falecido Baudrillard conseguiriam explicar senão pela ôntica pré-compreensão, afinal Deleuse puro, mas num universo aparente! Algo que poderia até justificar a hermenêutica pré-compreensão, se este último conceito não fosse claramente ôntico e não ontológico e claramente antagónico ao primeiro, o que nos deixa num beco sem saída hermenêutico; a não ser que um Boaventura Sousa Santos ou um qualquer catedrático Sr. Hermenêutica nos ajudem a perceber a nossa ignorância hermenêutico-ontológica-ante-compreensiva-ôntica-dualmente-ontológica.
Um Nunnnes que reinventa a ópera, apenas música instrumental e para-instrumental, orquestra e parafernália com dezenas de cantores em cena, cantores esses que não cantam(!). Reinvenção da ópera que poderá até ser representada e cantada por sopranos surdos, altos brigantinos, tenores ciciosos, mezzos sopinhas de massa e baixos mudos.
Voltando ao tema: o novel director artístico é um tal Dammann (assim mesmo com dois mm e dois nn), um senhor académico que dirige a ópera de Colónia, e que tem um currículo curto, apesar do que se afirma por aí em comunicados oficiais: "fabuloso" é o adjectivo e o meu adjectivo para tal adjectivo é "parolo". Parece que o tal senhor vem de Lübeck (da parte da DDR ou RDA), nasceu em 1964, tendo estudado na bem socialista Rostock. Parece que foi barítono e trabalhou em marketing artístico. Mais um doutorado na velha Alemanha de Leste, onde é que eu já vi isto antes?... Um camarada hermenêutico em perspectiva. É casado e tem duas filhas. Espera-se que seja simpático e que goste de Wagner, talvez sobreviva aos políticos que o colocaram no S. Carlos.
Deve ser fácil sobreviver porque parece que vai continuar em Colónia como director da ópera da cidade. Segundo julgo saber o cargo de Lisboa será em part-time! Ai as nossas poucas dezenas de milhares de euros. E se o Sr. Hermenêutica cumulasse os lugares como sugeriu o proverbial Marcelo? Não se poupavam uns cobres? Part-time por part-time... Será que a Guta Moura Guedes não poderia também fazer um bom lugar? Parece que a perninha que o camarada Dammann virá fazer a Lisboa será excelente para manter o Teatro de S. Carlos no mapa internacional. Estamos a ver o director de Colónia a abandonar o seu belo teatrinho sempre que lhe apetecerem uns banhos de Sol ao Estoril e, já agora, passar pelo S. Carlos... E enquanto o senhor sorridente das fotos não andar a estorvar, sempre fica cá em Lisboa o grupo dos aparatchniks da Ajuda.
Entretanto deve manter-se o projecto da Tetralogia. Paradoxalmente a ópera do Nunes, a tal que "o génio" Emanuel (não confundir com o cantor pimba Emmannuel) não consegue acabar apesar de ter sido já acabada mas à qual faltam as partes vocais, num dos maiores e sublimes paradoxos pós-modernos, uma desconstrução que nem Derrida nem o falecido Baudrillard conseguiriam explicar senão pela ôntica pré-compreensão, afinal Deleuse puro, mas num universo aparente! Algo que poderia até justificar a hermenêutica pré-compreensão, se este último conceito não fosse claramente ôntico e não ontológico e claramente antagónico ao primeiro, o que nos deixa num beco sem saída hermenêutico; a não ser que um Boaventura Sousa Santos ou um qualquer catedrático Sr. Hermenêutica nos ajudem a perceber a nossa ignorância hermenêutico-ontológica-ante-compreensiva-ôntica-dualmente-ontológica.
Um Nunnnes que reinventa a ópera, apenas música instrumental e para-instrumental, orquestra e parafernália com dezenas de cantores em cena, cantores esses que não cantam(!). Reinvenção da ópera que poderá até ser representada e cantada por sopranos surdos, altos brigantinos, tenores ciciosos, mezzos sopinhas de massa e baixos mudos.
Voltando ao tema: o novel director artístico é um tal Dammann (assim mesmo com dois mm e dois nn), um senhor académico que dirige a ópera de Colónia, e que tem um currículo curto, apesar do que se afirma por aí em comunicados oficiais: "fabuloso" é o adjectivo e o meu adjectivo para tal adjectivo é "parolo". Parece que o tal senhor vem de Lübeck (da parte da DDR ou RDA), nasceu em 1964, tendo estudado na bem socialista Rostock. Parece que foi barítono e trabalhou em marketing artístico. Mais um doutorado na velha Alemanha de Leste, onde é que eu já vi isto antes?... Um camarada hermenêutico em perspectiva. É casado e tem duas filhas. Espera-se que seja simpático e que goste de Wagner, talvez sobreviva aos políticos que o colocaram no S. Carlos.
Deve ser fácil sobreviver porque parece que vai continuar em Colónia como director da ópera da cidade. Segundo julgo saber o cargo de Lisboa será em part-time! Ai as nossas poucas dezenas de milhares de euros. E se o Sr. Hermenêutica cumulasse os lugares como sugeriu o proverbial Marcelo? Não se poupavam uns cobres? Part-time por part-time... Será que a Guta Moura Guedes não poderia também fazer um bom lugar? Parece que a perninha que o camarada Dammann virá fazer a Lisboa será excelente para manter o Teatro de S. Carlos no mapa internacional. Estamos a ver o director de Colónia a abandonar o seu belo teatrinho sempre que lhe apetecerem uns banhos de Sol ao Estoril e, já agora, passar pelo S. Carlos... E enquanto o senhor sorridente das fotos não andar a estorvar, sempre fica cá em Lisboa o grupo dos aparatchniks da Ajuda.
Etiquetas: Christoph Dammann, Emanuel Nunes, Guta Moura Guedes, Humor, Irritações, Pinamonti, Ring, S. Carlos, Sr. Hermenêutica, Vieira de Carvalho
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