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25.7.07

Alguém sabe? 

Que na Ota não podem aterrar os Airbus A-380?
Que a Ota vai abrir saturada a 75 voos por hora?
Que implica mais 1500 milhões de euros, custos actuais, do que uma solução plana?
Que é mais sensível sismicamente devido à engenharia subjacente?
Que é um aeroporto perigoso devido a nevoeiros e montanhas envolventes?
Que é a poluição afectará muitíssimo mais pessoas e de forma mais grave do que um aeroporto em zona plana?

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28.6.07

Mais Ota 

Alguém duvida que, apesar da excelente solução de Alcochete, a Ota vai ser a escolha?
É que mil e quinhentos milhões de euros a mais, contas por alto, para o lobby do betão dão para mais de vinte anos de financiamentos em luvas e luvinhas. Isto é política à séria, não é para meninos!
Acha o leitor que o interesse nacional pesa alguma coisa nas decisões dos políticos?
Outra coisa muito simples é esta: qual a pressa de andar a decidir fazer uma aeroporto agora quando a Portela satura, se saturar, em 2017. Um aeroporto em Alcochete leva dois anos a fazer. Um aeroporto é constituído, basicamente, por uma grande barraca e umas pistas. Qual a razão da pressa destes senhores? O leitor já se interrogou?

No tempo do Marquês de Pombal, o serviço público era encarado como uma forma natural de enriquecimento, era assim mesmo, sem qualquer pejo, mas havia mais tempo para enriquecer, décadas, hoje as legislaturas são mais curtas, tudo é efémero.
Viva Portugal.

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19.6.07

Ota e Alcochete II - O aldrabão 

António Costa anda a prometer um pulmão verde para o espaço a deixar vago pela Portela.

Entretanto leio em todos os estudos e argumentos contra Portela+1, Alcochete faseado + Portela, Portela + Montijo, mas sempre favoráveis à Ota, que seria impossível manter a Portela porque uma das partes atractivas do negócio são os terrenos a privatizar e urbanizar na Portela. Os estudo não o dizem assim directamente, usam palavras do género, "a viabilidade do novo aeroporto passa pela rentabilização dos terrenos que ficarão disponíveis, e blá, blá blá".

Costa sabe que a promessa que anda a fazer não pode ser cumprida, é impossível o novo aeroporto, diz o governo e dizem os que andam atrás destes negócios, sem a "rentabilização" dos terrenos da Portela. Quem promete sabendo que não pode cumprir, nem tem intenção de o fazer, é um aldrabão.

Em política à portuguesa pode-se ser descaradamente aldrabão, uma promessa é apenas mais uma palavra vã, algo que se esquece, algo que se diz numa campanha e não tem valor, "algo que se alterará com o avaliar de novas circunstâncias que não se conheciam". Um bom político português sabe perfeitamente que existem sempre circunstâncias que se vão alterar e que pode prometer o que quiser que depois não é necessário cumprir. Até quando?
E Costa diz a coisa candidamente, perante jornalistas e opinião pública, sem ninguém lhe dizer que o que está a dizer é uma aldrabice que contraria tudo o que o PS e o governo andaram a prometer e a fazer nos últimos dois anos com a tal tentativa de lavagem ao cérebro da Ota.

Já agora, a quem interessa a Ota? Ao lobby do betão, são pelo menos 300 milhões de contos a mais para o lobby do betão relativamente a Alcochete. Só em movimentos de terras e obras de preparação de terrenos. São mais umas larguíssimas centenas de milhões de contos, contos digo eu, em negócios imobiliários nas centenas de hectares a ficarem devolutos na Portela. São 125 milhões de contos em ajudas comunitárias que se deixam de receber.
Já agora, quem são os maior financiadores dos partidos do centrão? A nível central e através dos autarcas... Eu não acredito que o governo mude na questão da Ota precisamente por causa do lobby do betão. E o discurso de Costa é perfeitamente enquadrável dentro do espírito da coisa, umas aldrabices para empatar, uns estudos sobre Alcochete para deixar o caminho livre ao senhor ex-ministro de José Sócrates.

No fundo uma enorme monobra para limpar mais uns 300 milhões de contos dos bolsos dos portugueses em negócios tipo siciliano. E quando falo de limpar aos bolsos dos portugueses, é literal, porque mesmo que seja a iniciativa privada a pagar, serão sempre os portugueses os destinatários últimos da factura.

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13.6.07

Ota e Alcochete I 

Estava a dar aulas quando o professor Brotas passou pelo meu gabinete, não assinei o abaixo assinado dos professores do Técnico contra a Ota. Tive pena. Conheço muito bem a região, gosto de passear em Montejunto e no concelho de Alenquer no meu Land Rover Série 1, pelas estradas rurais e caminhos florestais, a precisa localização do aeroporto já mereceu diversos passeios do núcleo Oeste do clube Land Rover e passo os fins de semana, períodos de férias e de escrita muito perto. Um aeroporto na Ota ser-me-ia extremamente vantajoso em termos de valorização de terrenos. Por curiosidade tenho lido todos os relatórios sobre a Ota, li com muita atenção este, este e este. No meu raciocínio pesam:



1. Excessivos custos de terraplanagem.
2. Presença de Montejunto e de obstáculos orográficos imediatos, que comprometem as rotas de aproximação quando os ventos são de oeste.
3. Excessiva nebulosidade matinal na zona do aeroporto que se situa numa zona encravada entre montes.
4. Zona de desenvolvimento muito limitada por orografia, cursos de água e construção humana. O espaço da Ota é de facto um pequeno bidé.
5. Impossibilidade de construção de pistas em todas as direcções, impossibilidade de utilização de várias pistas ao mesmo tempo.
6. Limite de utilização de 70 voos por hora.

É evidente que acessibilidades, ecologia e outros factores são importantes, mas estes problemas invalidariam, para mim, logo à partida a construção de um aeroporto como pólo de desenvolvimento estratégico ou mesmo de acesso ao país. Dizer o contrário é irresponsável, creio que é mesmo criminoso atendendo às despesas que uma construção que tem disponível o dobro da área da Portela e nenhum espaço disponível de expansão.
Não tem espaço para plataformas logísticas, não tem espaço para a criação de uma zona de manutenção de aviões que seja competitiva a nível mundial, não será um aeroporto de grandes escalas, entre América e continente europeu, numa altura em que Frankfurt sofre tantos problemas e muitos dos grandes aeroportos europeus estão a saturar. Seria um aeroporto que não valeria o investimento, um elefante branco do tamanho de um bidé, com um número muito pequeno de slots. Um aeroporto demasiadamente grande para Portugal e muito pequeno no panorama mundial e a um custo desproporcionado. Custaria o mesmo que construir um aeroporto de grande escala para 200 voos diários e nunca conseguiria passaar dos 70! Inacreditável.

(Continua)



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17.4.07

Concertos extraordinários 

Gustav Leonhardt, mestre dos silêncios, em Sines. Sokolov, mestre dos efeitos, em Lisboa. Simon Rattle, mestre do equilíbrio, em Salzburg. Também em Salzburg: Bronfman, mestre dos contrastes, mais Lang Lang, mestre das momices. Salzburg linda na Páscoa com uma noite transfigurada pelos solistas de Filarmónica de Berlim. Lisboa com uma encenação possível, com alguns cantores de qualidade e um maestro mediano, num Montezuma de Vivaldi... algures num teatro sem director. Tudo isso e ainda Ota e TGV num Portugal sem projecto, os próximos temas deste blogue.
Algures numa noite aqui; antes disso a reflexão e o silêncio, tão necessários neste tempo sem tempo de Primavera fugidia nas ervas que crescem sem ninguém as cortar.

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