20.3.11
Orquestra Sinfónica Portuguesa II
Publicado originalmente no Jornal "O Diabo"
Henrique Silveira – crítico
Continuamos a analisar nesta edição a Orquestra Sinfónica Portuguesa. Como vimos é uma orquestra fraca que custa ao erário público mais de cinco milhões de euros por ano com os seus cento e dez músicos. Uma orquestra que nada tem evoluído desde a sua fundação. Uma orquestra que oscila na esquizofrenia de ser ao mesmo tempo uma orquestra sinfónica e uma orquestra de ópera e não faz bem nem uma coisa nem outra.
Quais as soluções para este problema crónico? Como escrevemos anteriormente não existe avaliação de desempenho. Os maestros vão e vêm e nunca deixam escrito qual a impressão causada por este ou aquele naipe, ou pelos músicos em particular. Depois das audições para entrar na orquestra nunca mais os músicos têm de provar se estão aptos, os instrumentos são de má qualidade e o som, sobretudo nas cordas, é horrendo. Este estado de coisas, com uma crítica geralmente amorfa e com pouco espaço, leva a que muitos músicos se estejam nas tintas para o estudo e a arte, e a coisa sai como calha e se vão dedicando a outros projectos que lhes vão rendendo proventos extra.
Qual a solução? No meu entender é simples, extinção da orquestra como orquestra “sinfónica” e passagem a “Orquestra Nacional de Ópera”. Redução dos quadros a cinquenta e cinco músicos escolhendo apenas os mais capazes e indemnizando os restantes através de audições com um júri internacional e os músicos a tocar atrás de cortinados. No futuro fazer uma avaliação de desempenho anual, com avaliações pelos maestros e por eventual audição dos músicos. Os avaliados como “insuficiente” por duas vezes teriam de sair da orquestra. Enfim, reformar a orquestra e transformá-la numa organização séria e capaz. Hoje em dia o público está afastado da orquestra pela sua falta de qualidade e esta não presta um grande serviço à comunidade. Deve-se investir o dinheiro poupado, que será da ordem dos três milhões de euros por ano, para fazer uma sala de ensaios e uma sede para a orquestra. Ao longo dos anos o dinheiro poupado permitiria uma muito maior actividade artística do Teatro de S. Carlos.
Para os concertos Portugal conta com orquestras de nível muito superior que cumprem a função de transmitir a música sinfónica ao público, orquestras que têm público fiel e mantém um nível razoável.
Os outros corpos artísticos permanentes sofrem dos mesmo defeitos. O coro do Teatro de S. Carlos é péssimo e os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado na sua maioria já nem sequer dançam. É necessário acabar com este estado de coisas que apenas serve para esbanjar dinheiro aos contribuintes portugueses, nesta época de crise, e criar soluções que permitam salvaguardar os artistas e o público.
o
o - Mau, * - sofrível, ** - interessante, *** - bom, **** - excepcional
Esclarecimento (a sair na edição de 22 de Março de 2011) – Nunca escrevi que a OSP deve ser extinta, o que eu defendo é a extinção do nome “Sinfónica” e a substituição por “Orquestra Nacional de Ópera”. Defendo de facto a redução de quadros mas penso que se devem, e cito, : “...criar soluções que permitam salvaguardar os artistas ...”.
Henrique Silveira – crítico
Continuamos a analisar nesta edição a Orquestra Sinfónica Portuguesa. Como vimos é uma orquestra fraca que custa ao erário público mais de cinco milhões de euros por ano com os seus cento e dez músicos. Uma orquestra que nada tem evoluído desde a sua fundação. Uma orquestra que oscila na esquizofrenia de ser ao mesmo tempo uma orquestra sinfónica e uma orquestra de ópera e não faz bem nem uma coisa nem outra.
Quais as soluções para este problema crónico? Como escrevemos anteriormente não existe avaliação de desempenho. Os maestros vão e vêm e nunca deixam escrito qual a impressão causada por este ou aquele naipe, ou pelos músicos em particular. Depois das audições para entrar na orquestra nunca mais os músicos têm de provar se estão aptos, os instrumentos são de má qualidade e o som, sobretudo nas cordas, é horrendo. Este estado de coisas, com uma crítica geralmente amorfa e com pouco espaço, leva a que muitos músicos se estejam nas tintas para o estudo e a arte, e a coisa sai como calha e se vão dedicando a outros projectos que lhes vão rendendo proventos extra.
Qual a solução? No meu entender é simples, extinção da orquestra como orquestra “sinfónica” e passagem a “Orquestra Nacional de Ópera”. Redução dos quadros a cinquenta e cinco músicos escolhendo apenas os mais capazes e indemnizando os restantes através de audições com um júri internacional e os músicos a tocar atrás de cortinados. No futuro fazer uma avaliação de desempenho anual, com avaliações pelos maestros e por eventual audição dos músicos. Os avaliados como “insuficiente” por duas vezes teriam de sair da orquestra. Enfim, reformar a orquestra e transformá-la numa organização séria e capaz. Hoje em dia o público está afastado da orquestra pela sua falta de qualidade e esta não presta um grande serviço à comunidade. Deve-se investir o dinheiro poupado, que será da ordem dos três milhões de euros por ano, para fazer uma sala de ensaios e uma sede para a orquestra. Ao longo dos anos o dinheiro poupado permitiria uma muito maior actividade artística do Teatro de S. Carlos.
Para os concertos Portugal conta com orquestras de nível muito superior que cumprem a função de transmitir a música sinfónica ao público, orquestras que têm público fiel e mantém um nível razoável.
Os outros corpos artísticos permanentes sofrem dos mesmo defeitos. O coro do Teatro de S. Carlos é péssimo e os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado na sua maioria já nem sequer dançam. É necessário acabar com este estado de coisas que apenas serve para esbanjar dinheiro aos contribuintes portugueses, nesta época de crise, e criar soluções que permitam salvaguardar os artistas e o público.
o
o - Mau, * - sofrível, ** - interessante, *** - bom, **** - excepcional
Esclarecimento (a sair na edição de 22 de Março de 2011) – Nunca escrevi que a OSP deve ser extinta, o que eu defendo é a extinção do nome “Sinfónica” e a substituição por “Orquestra Nacional de Ópera”. Defendo de facto a redução de quadros mas penso que se devem, e cito, : “...criar soluções que permitam salvaguardar os artistas ...”.
Etiquetas: Crítica, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Política, S. Carlos
Arquivos
- 11/03
- 03/04
- 04/04
- 05/04
- 06/04
- 07/04
- 08/04
- 09/04
- 10/04
- 11/04
- 12/04
- 01/05
- 02/05
- 03/05
- 04/05
- 05/05
- 06/05
- 07/05
- 08/05
- 09/05
- 10/05
- 11/05
- 12/05
- 01/06
- 02/06
- 03/06
- 04/06
- 05/06
- 06/06
- 07/06
- 08/06
- 09/06
- 10/06
- 11/06
- 12/06
- 01/07
- 02/07
- 03/07
- 04/07
- 05/07
- 06/07
- 07/07
- 09/07
- 10/07
- 11/07
- 12/07
- 01/08
- 02/08
- 03/08
- 04/08
- 05/08
- 06/08
- 07/08
- 09/08
- 10/08
- 12/08
- 01/09
- 02/09
- 03/09
- 04/09
- 07/09
- 11/09
- 02/10
- 03/10
- 03/11
- 04/11
- 05/11
- 06/11
- 09/12
- 05/13
- 06/13
- 07/13
- 08/13
- 09/13
- 10/13
- 11/13
- 12/13
- 01/14
- 02/14
- 03/14
- 04/14
- 05/14
- 06/14
- 07/14
- 09/14
- 01/15
- 05/15
- 09/15
- 10/15
- 03/16