15.3.07
Cultura - como gerir um teatro de ópera
Modelo de trabalho e virtudes de um secretário de Estado:
Anunciar a fusão entre companhia de Bailado e Ópera sem dizer nada sobre o assunto.
Fazê-lo sem estudos prévios e sem consultar os interessados.
Anunciar que já está feito sem nada se ter feito.
Dar entrevistas em que não se diz nada a não ser treta política de segunda misturada com paleio pseudo intelectual.
Repetir termos como "hermenêutica pré-compreensão" sempre que necessário, como se o público tivesse como modelo alunos imberbes da Universidade Nova que ficariam aparvalhados com tanta sapiência e calados perante o Divino Mestre sem conseguir objectar.
Tornar-se chacota nos intervalos dos concertos e da ópera precisamente por causa da hermenêutica.
Não falar nunca com o director do Teatro de Ópera, nem a propósito de tudo, nem a propósito de nada.
Arranjar um orçamento que só dá para meia dúzia de récitas à espera que o director se demita, fazer cortes orçamentais a meio da temporada e, pelo contrário, ver Pinamonti a multiplicar os pães e conseguir fazer 43 récitas entre mais de 120 eventos performativos como concertos e recitais, sem contar com conferências e outras sessões.
Anunciar que há despesismo e que a ópera fica muito cara por espectador.
Dar a maior fatia do orçamento para custos fixos, restando uma fatia ínfima para produções, e depois vir acusar o director actual de fazer produções caras, porque divide a massa global por récita de ópera.
Exigir um salto qualitativo, querendo fazê-lo com cantores portugueses que nunca pisaram um palco de ópera!
Comparar entretanto o S. Carlos com os magníficos modelos de Paris, Viena ou Nova Iorque! Que aliás são popularíssimos porque os cantores que lá cantam são portugueses que nunca pisaram um palco de ópera e porque os bilhetes devem custar muito menos do que em Lisboa!
Queixar-se que o Teatro de S. Carlos tem sempre os bilhetes esgotados!
Agradecer no seu livrinho à secção internacional do PCP, e agora virar capitalista liberal primário, considerando que a ópera portuguesa sai cara ao Estado. Realmente é melhor o S. Carlos não esgotar e passar os bilhetes para os 250 euros, pelo menos...
Querer servir ópera ao turista ocasional que vem a Lisboa, como se isso fizesse sentido. O turista da ópera que se desloca de propósito a Lisboa para ver um cantor português que nunca pisou o palco ou o turista americano a mascar pastilha elástica e de bermudas e camisa havaiana, de máquina fotográfica em punho no meio de uma representação do Wozzeck em português! Genial raciocínio do camarada liberal capitalista estalinista hermeneuta.
Contratar à socapa do público e do director actual um Intendente da Ópera de Colónia, quase à beira de ser crucificado no seu país, que não se contrata em dois dias, para vir fazer um part time em Lisboa.
Não preparar a transição e não apresentar os directores com antecedência.
Fazer uma conferência de imprensa de apresentação do novo director quando o anterior ainda está em funções, tipo jogador de futebol. Será que lhe vai vestir uma camisola da selecção hoje à tarde?
Não pedir ao actual director que continue à frente da casa enquanto a temporada ainda não acabou, mesmo que a título transitório, quando o novo director nem sequer sabe onde fica o S. Carlos.
Pagar ao novo director dez mil euros por mês por um part-time. Bem pago hem? E a ópera está cara, demasiado cara para o Estado.
Dizer nas conferências de imprensa que convidou o Pinamonti para ficar e que este não aceitou!
Preparar-se para ser o próprio a mandar naquilo enquanto o outro estiver a perfurmar-se com água de colónia.
É um artista português formado na escola estalinista da RDA e chama-se Mário Vieira de Carvalho, conhecido em toda a lisboa melómana por hermeneuta ou como Sr. Hermenêutica.
Anunciar a fusão entre companhia de Bailado e Ópera sem dizer nada sobre o assunto.
Fazê-lo sem estudos prévios e sem consultar os interessados.
Anunciar que já está feito sem nada se ter feito.
Dar entrevistas em que não se diz nada a não ser treta política de segunda misturada com paleio pseudo intelectual.
Repetir termos como "hermenêutica pré-compreensão" sempre que necessário, como se o público tivesse como modelo alunos imberbes da Universidade Nova que ficariam aparvalhados com tanta sapiência e calados perante o Divino Mestre sem conseguir objectar.
Tornar-se chacota nos intervalos dos concertos e da ópera precisamente por causa da hermenêutica.
Não falar nunca com o director do Teatro de Ópera, nem a propósito de tudo, nem a propósito de nada.
Arranjar um orçamento que só dá para meia dúzia de récitas à espera que o director se demita, fazer cortes orçamentais a meio da temporada e, pelo contrário, ver Pinamonti a multiplicar os pães e conseguir fazer 43 récitas entre mais de 120 eventos performativos como concertos e recitais, sem contar com conferências e outras sessões.
Anunciar que há despesismo e que a ópera fica muito cara por espectador.
Dar a maior fatia do orçamento para custos fixos, restando uma fatia ínfima para produções, e depois vir acusar o director actual de fazer produções caras, porque divide a massa global por récita de ópera.
Exigir um salto qualitativo, querendo fazê-lo com cantores portugueses que nunca pisaram um palco de ópera!
Comparar entretanto o S. Carlos com os magníficos modelos de Paris, Viena ou Nova Iorque! Que aliás são popularíssimos porque os cantores que lá cantam são portugueses que nunca pisaram um palco de ópera e porque os bilhetes devem custar muito menos do que em Lisboa!
Queixar-se que o Teatro de S. Carlos tem sempre os bilhetes esgotados!
Agradecer no seu livrinho à secção internacional do PCP, e agora virar capitalista liberal primário, considerando que a ópera portuguesa sai cara ao Estado. Realmente é melhor o S. Carlos não esgotar e passar os bilhetes para os 250 euros, pelo menos...
Querer servir ópera ao turista ocasional que vem a Lisboa, como se isso fizesse sentido. O turista da ópera que se desloca de propósito a Lisboa para ver um cantor português que nunca pisou o palco ou o turista americano a mascar pastilha elástica e de bermudas e camisa havaiana, de máquina fotográfica em punho no meio de uma representação do Wozzeck em português! Genial raciocínio do camarada liberal capitalista estalinista hermeneuta.
Contratar à socapa do público e do director actual um Intendente da Ópera de Colónia, quase à beira de ser crucificado no seu país, que não se contrata em dois dias, para vir fazer um part time em Lisboa.
Não preparar a transição e não apresentar os directores com antecedência.
Fazer uma conferência de imprensa de apresentação do novo director quando o anterior ainda está em funções, tipo jogador de futebol. Será que lhe vai vestir uma camisola da selecção hoje à tarde?
Não pedir ao actual director que continue à frente da casa enquanto a temporada ainda não acabou, mesmo que a título transitório, quando o novo director nem sequer sabe onde fica o S. Carlos.
Pagar ao novo director dez mil euros por mês por um part-time. Bem pago hem? E a ópera está cara, demasiado cara para o Estado.
Dizer nas conferências de imprensa que convidou o Pinamonti para ficar e que este não aceitou!
Preparar-se para ser o próprio a mandar naquilo enquanto o outro estiver a perfurmar-se com água de colónia.
É um artista português formado na escola estalinista da RDA e chama-se Mário Vieira de Carvalho, conhecido em toda a lisboa melómana por hermeneuta ou como Sr. Hermenêutica.
Etiquetas: Pinamonti, S. Carlos, Sr. Hermenêutica, Vieira de Carvalho
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