25.2.07
Acústica
Na estreia da Walküre fiquei na bancada que ocupa o lugar tradicional do palco. A experiência pode ter melhorado marginalmente em relação ao ano passado com uma espécie de tecto de concha acústica que penduraram por cima do palco, mas a acústica naquela posição continua má. A orquestra soa abafadíssima e muito distante e as vozes soam de forma errática. Parece que faltam cordas e os metais pesados soam abafados, será que estão todos lá dentro? As cordas em divisi soaram desastrosas quase sempre por falta de massa sonora e problemas de afinação e coesão. Não creio que a orquestra wagneriana caiba naquele buraco...
Para além disso os cantores passam a maior parte do tempo de costas para a bancada tendencialmente em posições onde se vê o maestro, o que resulta numa qualidade sonora deficientíssima. Wotan na despedida parecia que estava a cantar de dentro da casa de banho da terceira ordem.
Entretanto o pessoal do teatro anda de botas cardadas no sector técnico que fica precisamente por detrás do palco, conversam e last but not the least ouvem-se os walkie-talkies de suas excelências com um volume altíssimo que perturbam de forma muito negativa a audição na bancada de palco. Hoje mais uma bola preta para os serviços da produção do teatro.
A ideia de Vick da democratização do Wagner não resulta, já se provou e volta-se a provar. Os desgraçados das frisas parece que estão nas galés e uma gigantesca árvore em palco corta a visão de metade do sector cénico aos infelizes da sub-cave no primeiro acto. No acto seguinte são bancos, cadeiras e maples que cortam a visão. Falámos com vários amigos que ficaram no sub-solo e queixaram-se amargamente. Entretanto no Ouro do Reno as cenas dos Nibelungos dentro do fosso só as puderam ver na televisão. Mais uma bola preta para a tal "democratização".
Mais detalhes sobre a produção e uma análise mais aprofundada quando tiver oportunidade de poder escutar de um lugar decente, é que ópera não é só teatro e encenação, é também música. A música é aquilo que mais é sacrificado nesta visão egocêntrica de Vick. É muito bonito terem-se caprichos mas sacrificar o público pagante é algo excessivo.
A produção, no entanto, e excluindo as ideias disparatadas de Vick, parece-me bem conseguida e ouviram-se e viram-se coisas bonitas. Os cantores são bons em alguns casos e a direcção de Letonja é muito razoável, creio que está mais no domínio do barco do que Pomaricò. Infelizmente a estreia continua a ser uma espécie de ensaio geral, muita coisa ainda está fora do sítio, ainda aparece trapalhada, entradas em falso, falta de coesão.
Para além disso os cantores passam a maior parte do tempo de costas para a bancada tendencialmente em posições onde se vê o maestro, o que resulta numa qualidade sonora deficientíssima. Wotan na despedida parecia que estava a cantar de dentro da casa de banho da terceira ordem.
Entretanto o pessoal do teatro anda de botas cardadas no sector técnico que fica precisamente por detrás do palco, conversam e last but not the least ouvem-se os walkie-talkies de suas excelências com um volume altíssimo que perturbam de forma muito negativa a audição na bancada de palco. Hoje mais uma bola preta para os serviços da produção do teatro.
A ideia de Vick da democratização do Wagner não resulta, já se provou e volta-se a provar. Os desgraçados das frisas parece que estão nas galés e uma gigantesca árvore em palco corta a visão de metade do sector cénico aos infelizes da sub-cave no primeiro acto. No acto seguinte são bancos, cadeiras e maples que cortam a visão. Falámos com vários amigos que ficaram no sub-solo e queixaram-se amargamente. Entretanto no Ouro do Reno as cenas dos Nibelungos dentro do fosso só as puderam ver na televisão. Mais uma bola preta para a tal "democratização".
Mais detalhes sobre a produção e uma análise mais aprofundada quando tiver oportunidade de poder escutar de um lugar decente, é que ópera não é só teatro e encenação, é também música. A música é aquilo que mais é sacrificado nesta visão egocêntrica de Vick. É muito bonito terem-se caprichos mas sacrificar o público pagante é algo excessivo.
A produção, no entanto, e excluindo as ideias disparatadas de Vick, parece-me bem conseguida e ouviram-se e viram-se coisas bonitas. Os cantores são bons em alguns casos e a direcção de Letonja é muito razoável, creio que está mais no domínio do barco do que Pomaricò. Infelizmente a estreia continua a ser uma espécie de ensaio geral, muita coisa ainda está fora do sítio, ainda aparece trapalhada, entradas em falso, falta de coesão.
Etiquetas: Acústica, Crítica de Ópera, S. Carlos, Valquíria, Wagner, Walküre
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