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14.9.07

Um pequeno país, gente pequena 

Luís Amado não recebe o Dalai Lama por razões "conhecidas de todos" e "óbvias". O professor Cavaco não tem agenda, o primeiro ministro Sr. José Sousa alinha nas razões óbvias e bem conhecidas do ministro dos estrangeiros português, anda entretido a distribuir portáteis nas escolas. Portáteis que hoje em dia são como os fontanários do velho Américo Tomás. Talvez assim os jovens portugueses não tenham de ir para universidades da treta e tenham uma real e efectiva qualificação, isto se os portáteis oferecidos por marcas de operadores móveis e exibidas pelos governantes como se modernos vendedores de banha da cobra, engravatados e excessivamente bem pagos, não forem usados para jogar e ver pornografia na internet. Talvez assim os jovens não tenham de andar a mentir sobre as suas habilitações profissionais para conseguir progredir numa qualquer carreira política acabando como ministro e ao mesmo tempo como delegado de promoções de uma qualquer operadora móvel. Os portáteis talvez contribuam para uma efectiva qualificação e mesmo que os jovens não vão para uma universidade podem sempre ter uma vida digna sem terem vergonha do que fazem e das habilitações que nem todos podem ter. Os portáteis são fáceis de dar mas o que parece ser muito mais difícil, e seria muito mais barato, é dar bons exemplos.

Na Assembleia da República é Gama que recebe Tenzin Gyatso "como Dalai Lama Líder Espiritual" e não como o prémio Nobel da paz e líder de um país esmagado pela bota chinesa, único porta voz de um povo contra a força bruta da ignomínia e da tirania chinesa.

A cobardia tem muitas formas de se esconder e utiliza vários nomes "óbvios" como desculpa.

Infelizmente este pequeno país já não tem a grandeza de outrora o que lhe dita complexos de inferioridade, tantas vezes disfarçados sob a capa de arrogância e tiques de autoritarismo dos seres ínfimos que nos governam.

Mas Portugal foi sempre um pequeno país com poucos habitantes. A sua grandeza passada resultou apenas da força dos portugueses de então, da sua coragem, da sua determinação em vencer os obstáculos, da tremenda resolução face à adversidade, da força para combater inimigos imensamente poderosos. Granjeámos respeito dos impérios, entre os quais do chinês. Mas isso foi em tempos, hoje os nossos governantes estão de cócoras, o país está de cócoras. Parece que os únicos que ainda resistem são um punhado de jogadores de rugby que chora convulsivamente ao som de um hino republicano que, diga-se en passant, representa o passo final da nossa decadência como país. Choram e pouco mais fazem, mas pelo menos vão a jogo.

Hoje, que restam apenas memórias das glórias passadas, a única forma de nos fazermos respeitar é pela força da nossa dignidade, é pela verticalidade da nossa fibra. Aqui não há meio termo, não há "meio cobardes" tal como não há gente "muito honesta". Ou se tem fibra ou não, ou se é honesto ou não, não há cinzentos. O que não precisamos é de mais cobardes e de mais aldrabões, basta! Podemos perder uns tostões mas perder a honra fica muito mais caro.

Há realmente "razões conhecidas de todos" são "as óbvias" e bem conhecidas razões da cobardia.

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