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22.9.07

Medíocre é o Pulido Valente 

O Pulido Valente vem falar de Aquilino Ribeiro, diz que é um escritor medíocre. Logo a seguir, uma turba de medíocres, muito piores que o Vasco e que nunca leram o Aquilino, vem atrás do soba e aproveita os disparates do Vasquinho Correia Guedes para alarvemente mandar os arrotos da praxe e chafurdar no esterco habitual.

Aquilino foi, isso sim, um bandido, um mau bandido mas um medíocre bandido, bem haja por isso, o que nada tem a ver com a sua escrita.
Tenho lido Aquilino com prazer, "O Romance da Raposa" foi o meu primeiro livro era eu menino de bibe, muitos outros se seguiram. Às vezes a sua ânsia de regionalismos torna-o demasiado paroquial e fechado sobre a sua língua beirã o que reduz fortemente a sua dimensão. Compare-se Aquilino a Cardoso Pires, a escrita tortuosa de um e a escrita vertical, complexa no conteúdo mas simples no vernáculo, do outro e percebe-se facilmente a diferença entre um bom escritor e um génio.

Nada disto tem a ver com o Panteão, existem muitos melhores escritores do que Aquilino. Aquilino não foi escolhido por ser um bom escritor. Foi escolhido, entre outras coisas, por ter sido um bandido enquanto jovem. Foi escolhido para credibilizar um regime e a classe política com uma figura identificativa de esquerda q.b., aquilo a que se costuma chamar um "homem vertical", e teve unanimidade no parlamento. Infelizmente para todos nós, o bandido Aquilino está muito acima da gentalha que foi buscar o seu esqueleto ao saco dos esquecidos do cemitério dos Prazeres. O Panteão serve para o circo do regime e a vaidade de umas quantas figuras públicas, nada tem a ver com a nossa identidade nacional, que também nada tem a ver com estes políticos.

Os serviços do Panteão não são religiosos e a casa não é de culto, servem a histeria colectiva que seguiu a Amália e servem de circo para a palhaçada do regime da mediocridade em que se tornou Portugal.


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