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22.3.07

Ensaios na Casa da Música 

Como no post anterior não fui muito claro, esclareço: Zilm, com a Orquestra nacional do Porto, para montar uma sinfonia como a sexta de Mahler teve seis ensaios contando com o ensaio geral.
Penso que se perdeu uma oportunidade de ouro para a orquestra portuguesa atingir um elevado nível interpretativo, que se percebeu perfeitamente estar ao seu alcance. A ONP poderia ser facilmente uma razoável orquestra no panorama internacional e está alguns furos acima do que tenho ouvido ultimamente à irregularíssima Orquestra Sinfónica Portuguesa que nasceu de forma muito torta, muito por culpa dos pecados originais de Álvaro Cassuto, e que muito tarde, ou nunca, se virá a endireitar.
Orquestras como a do Concertegebouw, que toca esta sinfonia há praticamente um século, ainda têm problemas com a obra quando não fazem uma preparação cuidada. Estranho muito que uma organização como a da Casa da Música não programe um trabalho sério para montar uma obra capital da história da música e de uma complexidade transcendente. Fazer seis ensaios para uma obra destas e com uma orquestra que não tem a obra no repertório é andar a brincar à música e desrespeitar o público, o que assiste e o que paga dos seus impostos.
É mesmo escandaloso e irresponsável que se trabalhe assim: ter uma bitola que nivela por baixo e de forma medíocre desde os concertos da treta até às obras mais importantes e complexas do repertório universal. É também andar a brincar com o dinheiro dos contribuintes.
Por outro lado a tão "gabada" (pelos próprios elementos locais) acústica da Casa da Música é desastrosa para uma orquestra sinfónica. O som das cordas é frio, seco, pouco ressonante, disperso de forma incoerente e decai espacialmente. A acústica é desigual no espectro sonoro e provoca gravíssimos desequilíbrios. Bola preta para a "acústica melhor da Europa" e rebéu-béu-béu, nem sequer é a melhor do Porto. Talvez seja a melhor acústica da Boavista.

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