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19.3.10

Niobe no S. Carlos 

Eu nem devia ir, mas tenho uma crítica para fazer. É já no dia 25, no S. Carlos em Lisboa, e começo já a ficar doente, ontem tive uma crise fortíssima de enxaqueca: aqueles cantores e orquestra fazem prever um desastre. Quem gosta de música antiga e tem uma paixão muito particular pelo século XVII sofrerá horrores com um previsível massacre e retalhe da ópera de Stefani. Em princípio é necessário uma fortíssima preparação psicológica para conseguir passar por aquilo sem uma crise grave de saúde. A antevisão possível e aconselhável é imaginar uma catástrofe de dimensões bíblicas, preparar o riso, em vez do choro, olhar para o que vai acontecer como uma espécie de segunda Aggripina de Handel e canalizar as energias para a anedota em vez da tragédia. Depois tudo o que vier de positivo, como umas notas certas aqui e ali, uma frase acertada estilisticamente de um cantor, acabará por ser um lenitivo que apaziguará o desconforto e o desencanto de ver uma obra programada assim....

Não aconselhei nenhum amigo a ir, infelizmente lá terei de subir ao cadafalso como o cordeiro para o sacrifício quase em tempo de Páscoa. Felizmente ainda será bem dentro da Quaresma mas deverá ser uma penitência muito pior do que o cilício, o jejum a pão e água e a auto-flagelação com chicote, coisas que já não se exigem ao devoto da música antiga.
A esperança é a última a morrer e dizem-me que nunca se sabe, mas o currículo de Christroph Dammann é desastroso. Aliás, depois do fiasco de D. Branca não se percebe porque razão ficou no cargo. Dammann devia ter sido despedido com justa causa no mesmo dia da estreia falhada por razões nebulosoas e mal explicadas e desculpas que não mascaram a incompetência do alemão.
Quem o contratou fazendo um contrato ruinoso para os cidadãos e o Estado devia ser fortemente responsabilizado.
E dizem que ser crítico é agradável...

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