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12.2.09

O hermetismo 

O hermetismo esfíngico da ironia é algo verdadeiramente supremo.
Estou convencido que um texto curto, de hermenêutica desconcertante e difusa, simples na mera aparência, chocante na abordagem, faz mais por um debate do que poses inflamadas e mangas arregaçadas em tonitruantes parangonas seguidas de longas perorações. A parábola é evidente, destina-se aos simples, o labirinto é complexo, é secundário, terciário, e por diante...

Mesmo que o autor tenha uma posição firme e pensada, assumida com a sua almofada. Mesmo que o autor seja apenas um primário sem sentido abstracto. Mesmo que os significantes não correspondam aos significados, o labirinto desconcertante do pensamento é a ssuprema forma de questionar, de destruir.

Por isso prefiro não clarificar, clarificar é destruir o edifício da abordagem analítica. É tornar primário aquilo que não o é. Viva o labirinto, o labirinto do complexo de culpa, o labirinto da verdade, o labirinto da mentira.

E ao Homem cabe substituir-se a um Deus que foi destruindo como rei da Criação!... Ser Supremo acima de todos, ao Homem tudo é permitido, só ele é sagrado, só ele é eterno. Face ao Homem tudo resta relativo e só Ele é absoluto, até mesmo na floresta esfíngica do labirinto do medo.


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