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12.1.09

Monstra e Belo 

Dois concertos, dois destinos, Orquestra Barroca de Basileia, dirigida pela concertino Julia Shröder, na Gulbenkian, desinteressante, pouco estimulante, planar [chato], desafinado, sem recorte nem cor, com instrumentistas esforçados mas pouco dotados, caso da oboé e de quase todos os violinos. Uma cantora doente a fingir que cantava e a dar imensos esgares...
Concerto sem o menor interesse, interpretação indiferente e banal.

Giardino Armonico, duas horas depois no CCB, com quatro solistas de craveira mundial nos violinos: como pode conceber-se o Fabrizio Cipriani estar na terceira posição e o Colleti na quarta? Bem, nas primeiras estavam o Barneschi e o concertino era o Onofri, está tudo dito. Todos os quatro têm um nível muiscal muito superior a uma Julia Shröder, uma intérprete razoável mas muito esteriotipada. Um alaúdista do melhor que há no mundo, Luca Pianca, violoncelos fabulosos, com Beschi à cabeça, um excelente e sóbrio Riccardo Doni no cravo e todos os restantes a um nível de elevadíssima qualidade. Uma equipa assim estaria votada a dar-nos um concerto fabuloso sob a direcção de uma musicalidade e uma energia absolutas de Antonini.
Escutámos um Handel vivo, cheio de cor e energia, pujante de nuances, com pianíssimos de uma beleza e transparência sem par, constrastes cheios de surpresa, fantasia, poesia nos andamentos lentos. Apenas Marco Bianchi, o concertino dos segundos violinos, falhou um pouco no início do Concerto op. 6 n.1 de Handel, quando entrou de forma desastrada e a "inventar", acabando a patinar desesperadamente nos seus soli iniciais, felizmente concentrou-se a acabou de forma mais sóbria e mais consistente as suas intervenções.
Vibrámos com a Folia de Geminiani, com solos extraordinários de Beschi, de Onofri, e com a cor do alaúde de Pianca. Subimos ao Parnaso com o solo de Antonini na flauta doce, no concerto de Sammartini.
Um concerto de altíssimo nível, uma orquestra de solistas, uma ideia musical pelo seu director. Simplesmente brilhante.

O público aplaudiu entusiasticamente. Infelizmente a sala não estava cheia, como se exigia. Será a crise ou o melómano médio anda embotado?...

Entretanto o bilhete máximo a 30 euros era ao mesmo preço do concerto da Orquestra de Câmara Portuguesa de 21 de Dezembro.

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