19.5.08
Kumba à Academia
A consideração de Adriano Moreira.
Penso que a nossa Academia das Ciências, sob a direcção excelsa de Adriano Moreira, é algo conservadora na admissão de novos sócios correspondentes. A recente nomeação de Mário Vieira de Carvalho (a par de Fernando Henrique Cardoso), leva-me, numa reflexão profunda, sem qualquer malícia ou comparação descabida, a propor a contratação para sócio correspondente desse grande filósofo da lusofonia (ou talvez mesmo como sócio honorário a par de Mário Soares) que dá pelo nome de Doutor Kumba Ialá, um antigo presidente soberano da Guiné Bissau eleito democraticamente e deposto em golpe de estado, que escreveu um tão belo e claro livro de pensamentos filosóficos, onde destaco a citação:
«A beleza de uma mulher elegante, é a atrapalhação do cabrão do macaco da Indochina!»
[Doutor Kumba Yalá, Os Pensamentos Políticos e Filosóficos, Bissau, Editora Escolar, 2003, p.51]
Note-se vírgula que obnubila a pontuação saramaguiana, essoutra luminária académica ornada com o Nobél da Academia Sueca. Kumba pode não ter sido ornado com a Academia Sueca mas joga muito bem à dita e é um intelectual de grande fôlego e rasgo, capaz de raciocínios hermenêuticos que deixam a anos-luz os hermeneutas nacionais.
O homem é formado em teologia, e segundo a wikipédia: Ele estudou Teologia na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa e em seguida estudou filosofia. Em Bissau, Ialá estudou Direito. Ele fala português, crioulo, espanhol, francês e inglês e pode ler em latim, grego e hebraico [!!!]. Após completar seus estudos, ele trabalhou como professor de Filosofia. Creio que depois dessa grande obra da Academia que é esse magnífico e excelso Acordo Ortográfico, só mesmo Kumba Ialá pode prestigiar a Academia de Lisboa...
Segue um soneto de Bocage:
De insípida sessão no inútil dia
Juntou-se do Parnaso a galegage;
Em frase hirsuta, em gótica linguage,
Belmiro um ditirambo principia.
Taful que o português não lhe entendia,
Nem ao resto da cômica salsage,
Saca o soneto que lhe fez Bocage,
E conheceu-se nele a Academia.
Dos sócios o pior silvou qual cobra,
Desatou-se em trovões, desfez-se em raios,
Dando ao triste Bocage o que lhe sobra.
Fez na calúnia vil cruéis ensaios,
E jaz com grandes créditos a obra
Entre mãos de marujos e lacaios.
Penso que a nossa Academia das Ciências, sob a direcção excelsa de Adriano Moreira, é algo conservadora na admissão de novos sócios correspondentes. A recente nomeação de Mário Vieira de Carvalho (a par de Fernando Henrique Cardoso), leva-me, numa reflexão profunda, sem qualquer malícia ou comparação descabida, a propor a contratação para sócio correspondente desse grande filósofo da lusofonia (ou talvez mesmo como sócio honorário a par de Mário Soares) que dá pelo nome de Doutor Kumba Ialá, um antigo presidente soberano da Guiné Bissau eleito democraticamente e deposto em golpe de estado, que escreveu um tão belo e claro livro de pensamentos filosóficos, onde destaco a citação:
«A beleza de uma mulher elegante, é a atrapalhação do cabrão do macaco da Indochina!»
[Doutor Kumba Yalá, Os Pensamentos Políticos e Filosóficos, Bissau, Editora Escolar, 2003, p.51]
Note-se vírgula que obnubila a pontuação saramaguiana, essoutra luminária académica ornada com o Nobél da Academia Sueca. Kumba pode não ter sido ornado com a Academia Sueca mas joga muito bem à dita e é um intelectual de grande fôlego e rasgo, capaz de raciocínios hermenêuticos que deixam a anos-luz os hermeneutas nacionais.
O homem é formado em teologia, e segundo a wikipédia: Ele estudou Teologia na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa e em seguida estudou filosofia. Em Bissau, Ialá estudou Direito. Ele fala português, crioulo, espanhol, francês e inglês e pode ler em latim, grego e hebraico [!!!]. Após completar seus estudos, ele trabalhou como professor de Filosofia. Creio que depois dessa grande obra da Academia que é esse magnífico e excelso Acordo Ortográfico, só mesmo Kumba Ialá pode prestigiar a Academia de Lisboa...
Segue um soneto de Bocage:
De insípida sessão no inútil dia
Juntou-se do Parnaso a galegage;
Em frase hirsuta, em gótica linguage,
Belmiro um ditirambo principia.
Taful que o português não lhe entendia,
Nem ao resto da cômica salsage,
Saca o soneto que lhe fez Bocage,
E conheceu-se nele a Academia.
Dos sócios o pior silvou qual cobra,
Desatou-se em trovões, desfez-se em raios,
Dando ao triste Bocage o que lhe sobra.
Fez na calúnia vil cruéis ensaios,
E jaz com grandes créditos a obra
Entre mãos de marujos e lacaios.
Etiquetas: Academia das Ciências, Bocage, Kumba Ialá, Sr. Hermenêutica
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