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10.4.08

Divino Sospiro poe Tomás de Oliveira Marques 

DO DIVINO SOSPIRO


NA BRUMA DA CRIAÇÃO


Ergo a taça da vida ao agrupamento Divino Sospiro e também aos bípedes que padecem de problemas respiratórios quando se metem a matutar na lendária e enternecedora (quando não dá para o torto) relação Divino/Humano.

Bebo, então, uns goles à saúde do Divino Sospiro, na sequência da sua primeira edição discográfica, que materializa uma emocionante e excepcional aproximação ao universo musical de Mozart, sob a batuta sábia e poética de Enrico Onofri.

Fico, assim, a dever ao Massimo Mazzeo, o ‘S. Pedro’ do Divino Sospiro, a ideia desta minha modesta e ‘mefistofélica’ abordagem ao Divino – abordagem essa que é, como não pode deixar de ser, humana (na generalidade, demasiado humana, diga-se em abono da verdade).

E, para vossa informação, já recebi um sms das Profundezas, no qual o Mestre Estigmatizado presenteia a minha insignificância com a sua sarcástica aprovação.


DO DIVINO SOSPIRO

Chiaroscuro

Da razão nas paixões


Quando suspira
O Divino embacia
Ao espelho do ego
Os olhos e ouvidos
Dos mortais entregues
(Na voragem dos tempos)
Ao diabo das paixões.

Em cada suspiro
O Divino empurra
Os mortais colados
À pesada aldraba
Da porta sem trinco
Das suas ilusões.

Sempre que suspira
O Divino embirra
(No silêncio das esferas)
Com a surdez em volta
Da Música que escapa
Prenhe e assustada
Das mortais razões.

Ao mínimo suspiro
O Divino espirra
No bafio e calor
Que os homens exalam
Aquando constipados
Das suas orações.

Ao longo do suspiro
O Divino jaz... e hesita
Sempre que fita
A condição humana
Porventura demasiado
De Si as contradições.

Em verdade vos digo
Que o Divino suspira
Sempre que transborda
(D’Ele) O suor dos homens
No silêncio da escuta
A dar danações.

Enfim, só resta dizer
Do Divino Sospiro
Que há a reter
Do seu restolhar
Fôlego ao poder
Das obnubilações.

Pois, sem dúvida em nós
Que o Divino suspira
Ao haver ardor
E cautela... aos sentidos
Que estes são tidos
Acima da razão
Da vida que obnubila
Sem objecções.



30/03/2008

Tomás de Oliveira Marques



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EXCRESCÊNCIAS
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Quando suspira
O Divino embirra
Com a humanidade
De joelhos, a pedir-Lhe
Conselhos, sem c... cauções.

Em verdade vos digo
Que o Divino Suspiro
Marulha na fragilidade
Undívaga do silêncio
De Prometeu agrilhoado
À voz das multidões.



01/04/2008

Tomás de Oliveira Marques

Fotografia: José Pedro Barros

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