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2.10.07

Concerto no S. Carlos - Maestro escandalosamente incompetente 

Começa um programa no próximo domingo na Antena 2, é o "Preto no Branco", dois críticos, eu próprio e a Ana Rocha, e um moderador, o João Almeida, director adjunto da rádio.
Neste programa, criticam-se discos, criticam-se concertos e fazem-se antevisões, os chamados imperdíveis da próxima semana.
No próximo programa vamos discutir, em particular, o concerto do passado dia 28 de Setembro que reabriu o S. Carlos com programação Dammann. Por esse motivo faço apenas umas breves apreciações globais aqui e deixo o resto para o programa.

Uma grande cantora não basta para fazer um concerto

O maestro Connelius Meister, que andou aos pulinhos no estrado, foi uma espécie de anedota. Sem carisma, sem conhecimentos musicais, sem saber mexer os braços, sem dar indicações precisas aos músicos, sem qualquer capacidade de dar vida e cor à música, sem dar tempo para respirar aos cantores, sem a menor noção do estilo barroco e galante, sem compreensão da música portuguesa, numa leitura incapaz, incompetente, planar e arrastada, dando entradas com a batuta em cima e ao lado deixando confusos os músicos com o bailado caótico e aleatório da batuta, sem noção do espaço e do tempo, dirigindo aos solavancos, sem capacidade rítmica, atrasando e adiantando sem qualquer noção musical, assassinando positivamente as aberturas de Mozart e Verdi, transformando música de qualidade numa confusão inacreditável, destruindo inapelavalmente qualquer hipótese de brilho da música portuguesa, contribuindo para o massacre das jovens cantoras portuguesas em palco que não mereciam o tratamento sofrido. De onde saiu tal criatura? De um poço sem fundo?

Evidentemente que Cesário Costa seria um valor seguro, que até é afrontoso comparar com este rapazola vestido à Spirou que o Teatro de São Carlos teve o despudor de apresentar num concerto de abertura da temporada a "dirigir" Kasarova. Como diriam os ingleses este "maestro" foi acrescentar insulto à agressão... Proponho o Cesário Costa como director musical do Teatro de S. Carlos, o que até vai de encontro à filosofia "portuguesa" do sr. hermenêutica que leva a programas deste tipo. Façam programas assim mas com cabeça tronco e membros e ao menos assegurem a qualidade dos intérpretes a começar pelo maestro.

Um concerto mal programado, sem nexo temporal entre as obras em presença. Juntar génios como Mozart, Verdi, Rossini e Handel com Bellini, Marcos Portugal e Sousa Carvalho, juntar jovens cantoras pouco seguras à espera de oportunidade e dar-lhes árias inacreditáveis de dificuldade, sob a batuta de um incompetente incapaz de juntar tudo e dar brilho ao conjunto, ir buscar um cantor razoável, Fardilha, em certos papéis e pô-lo a berrar Handel, sem coloratura e numa desafinação capaz de arrepiar os cabelos de um surdo sob a capa de uns trompetes a dar notas erradas, sem estilo nem cor, a esborrachar passagens que deveriam ser brilhantes e sairam confrangedoras e, finalmente, enxovalhar uma grande cantora, depois desta ter sido dirigida por homens como Harnoncourt, com toda este terceiro mundismo, foi simplemente incoerente. Kasarova acabou a cantar ignorando olimpicamente o "maestro" depois de este ter destruído de forma incrível a sua primeira ária de Handel, com um acompanhamento orquestral de miséria que mais parecia um realejo sem corda. Um concerto miserável, apesar de Kasarova, um verdadeiro escândalo.
Apenas em Portugal se batem palmas a este circo, o público está surdo e completamente desprovido de sentido crítico e de cultura musical.

A direcção de Christoph Dammann, com o sr. hermenêutica por detrás, promete...

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