30.9.15
Goodfellas
Goodfellas é mais um exemplo da genialidade de Martin Scorsese. Baseado em factos verídicos, a narrativa é centrada num retrato profundo da máfia nova-iorquina dos anos 50, 60 e 70, em que o protagonista é Henry Hill. Scorsese tranporta-nos para um universo vicioso, mas, no entanto, tão deslumbrante, acompanhando os primeiros passos de Hill nas ruas de Nova Iorque até à sua ascensão e subsequente queda nos anos setenta.
É Ray Liota quem assume o leme nesta viagem com um ritmo alucinante e frenético no papel de Henry Hill. A frase de abertura proferida por Hill, "As far back as I can remember I've always wanted to be a gangster" denuncia de imediato que iremos embarcar numa aventura repleta de contrastes, em que o glamour e o submundo irão andar lado a lado.
A forma como o olhar de Scorsece capta estas realidades tão distintas é soberba. Assistimos a um verdadeiro espectáculo num confronto entre o lado sonhador de Hill, a ilusão da figura do gangster que só um universo como a Máfia lhe pode proporcionar e o lado obscuro e amoral que desfaz, dilacera e mata sem dó nem piedade.
Para espelhar estes contrastes, há um elemento fundamental nesta trama, Nova Iorque, que é explorada de uma forma exímia, retratada no seu maior esplendor. A cidade que nunca dorme serve de palco às cenas mais terríficas, onde prevalecem imagens de uma cidade obscura e tumultuosa, em contraponto com a a sua atmosfera intensa e cosmopolita. A banda sonora é extraordinária, conferindo uma dinâmica brutal a esta obra-prima.
Mas nada disto seria possível sem o elenco de luxo que dá vida a esta ficção tão apaixonante, com um humor negro e sarcástico, Robert De Niro, Ray Liotta e Joe Pesci que brindam o espectador com interpretações absolutamente notáveis. Destaque também para Lorraine Bracco que é algo de transcendental no papel do grande amor de Hill.
O fillme levanta diversas questões sobre valores morais, sem nunca ser moralista. É esse o seu grande mérito. Cabe a cada um encontrar as respostas.
Pela minha parte, continuarei a idolatrar estes Goodfellas.
Etiquetas: Cinema, Crítica, Crítica de Cinema, Margarida Riscado
Arquivos
- 11/03
- 03/04
- 04/04
- 05/04
- 06/04
- 07/04
- 08/04
- 09/04
- 10/04
- 11/04
- 12/04
- 01/05
- 02/05
- 03/05
- 04/05
- 05/05
- 06/05
- 07/05
- 08/05
- 09/05
- 10/05
- 11/05
- 12/05
- 01/06
- 02/06
- 03/06
- 04/06
- 05/06
- 06/06
- 07/06
- 08/06
- 09/06
- 10/06
- 11/06
- 12/06
- 01/07
- 02/07
- 03/07
- 04/07
- 05/07
- 06/07
- 07/07
- 09/07
- 10/07
- 11/07
- 12/07
- 01/08
- 02/08
- 03/08
- 04/08
- 05/08
- 06/08
- 07/08
- 09/08
- 10/08
- 12/08
- 01/09
- 02/09
- 03/09
- 04/09
- 07/09
- 11/09
- 02/10
- 03/10
- 03/11
- 04/11
- 05/11
- 06/11
- 09/12
- 05/13
- 06/13
- 07/13
- 08/13
- 09/13
- 10/13
- 11/13
- 12/13
- 01/14
- 02/14
- 03/14
- 04/14
- 05/14
- 06/14
- 07/14
- 09/14
- 01/15
- 05/15
- 09/15
- 10/15
- 03/16