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5.4.14

Hannah Arendt 

Hannah Arendt (Barbara Sukowa), filósofa política alemã de origem judaica é convidada pelo jornal The New Yorker para fazer a cobertura do julgamento do nazi Adolf Eichmann. A reportagem gera grande polémica, na medida em que Arendt tenta desmistificar a ideia que nem todos os que cometeram crimes de guerra deveriam ser julgados da mesma forma. Alguns desses homens, segundo Arendt, não eram agentes pensantes e por essa razão limitavam-se a cumprir ordens. Arendt acrescenta ainda um dado novo que irá causar revolta no seio da comunidade judaica quando afirma que alguns judeus não estavam isentos de culpa, uma vez que colaboraram, juntamente com os alemães, na exterminação do povo judeu.

Todos nós conhecemos a História e confesso que a figura de Hannah Arendt me provocou sentimentos contraditórios. Se, por um lado, reconhecemos em Arendt predicados como sejam a inteligência, coragem, tenacidade, por outro sentimos nela uma certa arrogância e houve momentos em que a olhamos como alguém desprovida de afectos. Evito ao máximo fazer julgamentos de valor, mas acho que pela importância do tema torna-se inevitável. 

Mas este é um filme demasiado complexo para ser analisado em breves linhas... continuo a pensar nele e nas questões que levanta. Não é de todo linear. Não estamos perante uma dialéctica entre bons e maus. Será que Arendt alguma vez se considerou judia? É um facto que não consigo esquecer a sua posição em relação aos seus (seriam assim tão seus?). Está em causa o maior genocídio da História, o que me incapacita, limita, impossibilita de ter uma abordagem racional, tanto em relação à temática como à forma como ela é retratada. 

O pensamento ou a falta dele justifica as nossas acções? Um caminho demasiado perigoso e por isso tão assustador. 

Estas são apenas algumas reflexões, inquietações que o filme me provocou. Uma interpretação extraordinária de Barbara Sukowa. O mesmo não se pode afirmar em relação ao filme, realizado por Margarethe von Trotta.





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