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25.9.13

Blue Jasmine 

Vi finalmente Blue Jasmine, realizado por Woody Allen! É obrigatório começar por Cate Blanchett. É ela a grande força do filme! Uma excelente actriz, mas isso já todos sabíamos! Em Blue Jasmine, Blanchett reinventa-se de todas as formas possíveis e impossíveis, atingindo a perfeição!

Jasmine é uma mulher complexa, profundamente infeliz. Facilmente (os menos atentos) podem cair na tentação de fazer juízos de valor demasiado simplistas. Jasmine consegue ascender a uma classe social que jamais sonhou que pudesse acontecer, emergindo num universo "encantado" (ou, melhor dizendo, envenenado...), frívolo, fútil, preconceituoso. Mas Jasmine é tudo menos fútil. Há nela uma espécie de alienação consentida perante um passado pesado, duro que a persegue. E, por isso, finge que não sabe; finge que não ouve; finge que não vê; finge que é o arquétipo da mulher perfeita que se enquadra nessa franja de uma Sociedade cínica, egoísta, elitista, cheia de tiques e "cheia de vazio". Sofre em silêncio, sem lamentações, sem queixumes... o seu maior "pecado" foi tentar ser feliz (afinal não é o que todos ambicionamos?). Qual a diferença entre ela e a irmã Ginger (ambas adoptadas)? Nenhuma! Ginger pode provocar uma certa compaixão porque é pobre, humilde, ou seja, é a "irmã boa" ("Jasmine sempre teve melhores genes..."). Também Ginger tenta "alcançar" a todo o custo uma vida melhor da mesma forma que Jasmine.

E que dizer de Woody Allen? Escrevi há um tempo atrás, a propósito de "To Rome with Love" que era urgente o seu regresso a Nova Iorque. Não regressou a Nova Iorque, mas regressou ao seu "Habitat" através da magnífica cidade de São Francisco. E voltamos a reconhecer a genialidade de Woody Allen de outros tempos. Aqui vemos uma nova faceta de Allen... mostra-nos o lado perverso, cruel da natureza humana, mas, ao mesmo tempo, há uma ternura infindável. A intelectualidade é sinónimo de inteligência? Não me parece! Não houve lugar às gargalhadas do costume... houve lugar a uma reflexão menos irónica e mais inquietante.

Não coloco Blue Jasmine ao nível de Manhattan, Annie Hall, Hannah and Her Sisters, só para citar algumas obras notáveis deste extraordinário cineasta porque não é suposto. Não são comparáveis. É um grande filme. Welcome back, Mr. Allen!



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