9.6.13
Searching for Sugar Man
Searching for Sugar Man, realizado por Malik Bendjelloul, relata a história incrível de um homem, operário da contrução civil, com um talento natural para a música. Após o lançamento dos seus dois únicos albuns Cold Fact (1970) e Coming from Reality (1971) que se revelaram um fracasso nos Estados Unidos, Rodriguez, quase que como um passo de magia, "evapora-se" da Terra. Vários mitos foram sendo criados em torno do seu desaparecimento, em que o mais "repetido" era aquele em que se aventava que Rodriguez se teria suicidado em palco.
Mas o fenómeno Rodriguez ganha outra dimensão com as cerca de 500 mil cópias dos seus discos que foram vendidas na África do Sul, com grande relevância no auge do apartheid. Cedo se tornou claro que Rodriguez iria tornar-se num ícone para os que lutavam contra este regime opressor. As canções de Rodriguez transformaram-se em hinos contestatários direccionados ao poder que imperava de forte segregação racial, como é exemplo a canção "Establishment Blues". As letras das músicas que compunha, a fazer lembrar Bob Dylan, associadas à imagem de um jovem pobre, lutador, tiveram uma importância determinante na luta do movimento anti-regime.
E são dois sul-africanos (Stephen "Sugar" Segerman, dono de uma loja de discos e um jornalista Craig Bartholomew-Strydom) que iniciam uma verdadeira odisseia rumo à descoberta do seu ídolo musical de sempre. Num país extremamente conservador e controlador, a cultura era vedada. E é por causa destes dois destemidos e obstinados que o mundo ficou a conhecer Rodriguez. Uma das interrogações que fica no ar é saber quem recebeu os royalties dos mais de 500 mil álbuns que o músico teria vendido na África do Sul... sente-se um certo nervosismo no proprietário da produtora quando confrontado com esta questão, revelador do enorme poder da indústria musical americana e dos seus contornos pouco transparentes.
Seaching For Sugar Man é um documentário excepcional, transformando o mito em realidade, a qual culminou com uma série de concertos na África do Sul, no ano de 1998, em que Rodriguez foi recebido em apoteose.
Nunca saberemos até onde poderia ter ido... a imagem daquele jovem errante, sonhador, irreverente, ficará gravada, para sempre, nas nossas memórias. Com sorte, talvez um dia consigamos ver Sugar Man num palco português.
Etiquetas: Cinema, Crítica, Crítica de Cinema, Margarida Riscado
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