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3.2.08

Ensino de Artes 

O ensino das artes está realmente em perigo, foi feito um estudo sem a menor validade científica e aceite de forma acrítica (acontece muito com os estudos encomendados) pelos governantes. Uma ministra teimosa e insensível aos reais problemas do país e um secretário de Estado que ainda é pior: é um homem perigoso na sua ânsia regulamentar e obsessão burocrática e estalinista de controlar tudo até ao mais ínfimo pormenor, sem reflexão, sem inteligência da real situação. Fechados e autistas, estes governantes destroem a seu belo prazer uma geração. Comprometem o desenvolvimento do país e contribuem para um pior sistema de ensino do que o actualmente existente.

O que se passa na pretensa reforma do sistema de ensino artístico seria confrangedor e ridículo se não fosse trágico. Aulas de piano para vinte alunos ao mesmo tempo?

Enquanto noutros países o Estado investe na formação criteriosa dos jovens de maior talento. Portugal vai desinvestir, vai formatar tudo por igual. Se actualmente o nosso panorama artístico é lamentável, com poucos músicos de qualidade mundial, com poucos cantores de qualidade internacional, com poucos bailarinos de nível mundial, sem realizadores, sem encenadores, sem dramaturgos, sem nada, imagine-se um país em que o Estado desaparece do formação avançada de jovens talentosos?

Apenas os ricos poderão pagar aulas privadas aos jovens, não que não sejam proveitosas, mas eu creio que os dinheiros dos impostos devem servir também para encontrar na sociedade jovens talentosos sem meios de formação e dar-lhes de forma gratuita as mesmas oportunidades. Não acredito em mecenas liberais capazes de pagar a formação dos jovens de talento e sem recursos financeiros, algo impossível de distinguir à priori.

Enfim, isto são questões longas, não é só o Conservatório Nacional que está em risco, todo um sistema de base regional, feito com vontades, sacrifícios e esforços de muita gente que trabalhou de forma desinteressada pela formação artística dos jovens, e que tem sido responsável pelo pouco que nos temos desenvolvido nestes últimos tempos, que está ameaçado de destruição imediata. Tendo como base um esudo fanhoso de alguém que nem sequer visitou as escolas, nem contactou com agentes e pedagogos ligados ao meio artístico. Um relatório que é de facto uma fraude para justificar uma decisão política já tomada.
Segue o texto de um email recebido que me fala desta petição on-line. É importante realçar que esta petição não é apenas contra o encerramento de uma escola em particular, o Conservatório de Lisboa, algo que é lamentável de per se, mas que visa obstar a que esta calamidade se abata sobre todo o país.


Estimadas Senhoras e caros Senhores

O Ministério da Educação ultima uma Portaria (prevê-se que para 11 de Fevereiro) que retira às escolas de ensino artístico especializado, vulgo Conservatórios, públicos e privados, a continuidade de prestar os seus serviços no 1º ciclo (vulgo ensino primário), bem como anula o regime de "supletivo" no ensino básico, limitando-o ao regime integrado.

Estas medidas afectarão directamente cerca de 100 escolas frequentadas por cerca de 30.000 alunos, das quais apenas 6 são públicas e, indirectamente, toda e educação artística nas escolas de ensino regular onde as artes foram relegadas para programas apelidados de enriquecimento curricular facultativos.

Pela gravidade da decisão, em si, e pela dimensão de tão errada decisão, tentei um texto para petição que conseguisse agregar todos os interessados, uma vez que já há petições a dizer que o que está em causa é o Conservatório Nacional ou a Educação Artística pública. Há 6 Conservatórios públicos e mais de 80 privadas e cooperativas que por este país afora, prestam o mesmo serviço e são reconhecidas pelo Ministério da Educação.

Peço ainda, se entender por bem, divulgar este email.

Link Petição

Carlos Araújo Alves

ps: o post explicativo no blogue é este - Post


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