23.10.07
Recital Sublime
Na Gulbenkian hoje, Wolfgang Holzmair e Imogen Cooper. O Canto do Cisne (Schwanengesang) de Schubert.
Música e poesia ditas na perfeição, um grande compositor, grandes poetas, grandes intérpretes e perfeita harmonia. Holzmair canta a poesia de forma notável, tem dicção, expressão, naturalidade e sabe jogar inteligentemente com os seus limites. Sublinha as palavras agrestes e sombrias com a voz agreste ou mais escura e fá-lo de forma tão natural que parece ter conversado com Schubert. Os arcos sonoros são amplos, a respiração perfeita.
Imogen Cooper não acompanha, Cooper canta também ao piano a música de Schubert numa total participação e ligação com o cantor e a música. Incrível o rubatto lido entre os dois como se fossem o mesmo intérprete, lindíssimas as nuances, suavíssimo o touché.
Apenas um pouco de exagero na entrada de Heinrich Heine, "Der Atlas" (um poema de grande força) em que Holzmair perdeu um pouco a compostura e exagerou na dinâmica, chegando ao grito, logo voltando à emocionada contenção que o caracterizou num lindíssimo Ihr Bild. Admito que é uma questão de gosto, mas depois daquela Serenata, depois do Ihr Bild, passando num angustiada sequência - verdadeiramente arrasadora - com Aufenthalt, Herbst, In der Ferne e acabando noutra incrível tripla, também de uma profundíssima interioridade com Am Meer, Die Stadt (onde os intérpretes estiveram sublimes numa música que atravessa o tempo e atinge a eternidade) e finalizando num superlativo Doppelgänger, perdoa-se o leve excesso de força em "Der Atlas".
Superlativos os jogos de palavras em Abschied, brilhantes as sibilantes e a dicção em todo o recital.
Apesar dos limites de Holzmair, um barítono sem graves profundos e com agudos algo agrestres, a sua inteligência e a sua capacidade interpretativa, a inteligência e o diálogo com Imogen Cooper fizeram deste recital um acontecimento do mais alto nível. Nota máxima para esta tarde na Gulbenkian perante um público relativamente amorfo e escasso, onde primaram tosses, palmas antes de acabar a meditação necessária no final do Doppelgänger, dois toques de telemóvel e dois toques de mensagem de telemóvel....
Música e poesia ditas na perfeição, um grande compositor, grandes poetas, grandes intérpretes e perfeita harmonia. Holzmair canta a poesia de forma notável, tem dicção, expressão, naturalidade e sabe jogar inteligentemente com os seus limites. Sublinha as palavras agrestes e sombrias com a voz agreste ou mais escura e fá-lo de forma tão natural que parece ter conversado com Schubert. Os arcos sonoros são amplos, a respiração perfeita.
Imogen Cooper não acompanha, Cooper canta também ao piano a música de Schubert numa total participação e ligação com o cantor e a música. Incrível o rubatto lido entre os dois como se fossem o mesmo intérprete, lindíssimas as nuances, suavíssimo o touché.
Apenas um pouco de exagero na entrada de Heinrich Heine, "Der Atlas" (um poema de grande força) em que Holzmair perdeu um pouco a compostura e exagerou na dinâmica, chegando ao grito, logo voltando à emocionada contenção que o caracterizou num lindíssimo Ihr Bild. Admito que é uma questão de gosto, mas depois daquela Serenata, depois do Ihr Bild, passando num angustiada sequência - verdadeiramente arrasadora - com Aufenthalt, Herbst, In der Ferne e acabando noutra incrível tripla, também de uma profundíssima interioridade com Am Meer, Die Stadt (onde os intérpretes estiveram sublimes numa música que atravessa o tempo e atinge a eternidade) e finalizando num superlativo Doppelgänger, perdoa-se o leve excesso de força em "Der Atlas".
Superlativos os jogos de palavras em Abschied, brilhantes as sibilantes e a dicção em todo o recital.
Apesar dos limites de Holzmair, um barítono sem graves profundos e com agudos algo agrestres, a sua inteligência e a sua capacidade interpretativa, a inteligência e o diálogo com Imogen Cooper fizeram deste recital um acontecimento do mais alto nível. Nota máxima para esta tarde na Gulbenkian perante um público relativamente amorfo e escasso, onde primaram tosses, palmas antes de acabar a meditação necessária no final do Doppelgänger, dois toques de telemóvel e dois toques de mensagem de telemóvel....
Etiquetas: Imogen Cooper, Schubert, Schwanengesang, Wolfgang Holzmair
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