12.6.07
Aquilino no Panteão?
Os mortos enterrados no Panteão são os exemplos de vivos que o regime quer dar.
Como o regime está desvalorizado o Panteão fica desvalorizado: depois das raves do Harry Potter em que o Panteão foi "alugado" por 500 euros a uma editora, depois da Amália Rodrigues estar lá, depois do pateta e incompetente do Manuel de Arriaga estar lá, este último com direito a discurso do Sampaio em que diziam as alarvidades do costume sobre o "grande lutador de liberdade", o que é que um grande escritor como o Aquilino faz lá? Esta seria a pergunta simples, ele há tanto escritor igual ou melhor que o Aquilino, porquê este senhor e não outro qualquer?
Creio que Aquilino faz lá pouco. Ele faz pouco e estão a fazer pouco daqueles que têm memória. A companhia não é grande coisa: o Guerra Junqueiro, o Garrett e o João de Deus escapam à mediocridade geral, mas também não são grandes figuras universais.
Aquilino foi de facto um grande escritor apesar dos constantes regionalismos que fazem dele um escritor pouco capaz de ultrapassar as fronteiras portuguesas. Mas a questão não é essa: Aquilino como cidadão não foi exemplar. Organizou, a par de muita outra gente, um regicídio organizado pela carbonária, instruída pela maçonaria e pago por traidores monárquicos, descontentes com a questão dos tabacos e fósforos.
O regicídio foi um crime hediondo, não foi um acto revolucionário, foi um assassinato na praça pública de dois homens, um Rei de portugal e o seu filho. Os regicidas podiam ter morto também D. Amélia e D. Manuel, apenas por serem mulher e filho mais novo de D. Carlos. Um crime que se dá num país democrático onde Afonso Costa era deputado às cortes e onde podia, inclusivamente, apelar ao assassinato do rei sem ser preso, tal como fez em 1906.
Aquilino nunca se arrependeu dessa participação, é certo que escapou à justiça e não sofreu a justa pena mas nunca negou o seu orgulho nesse acto terrorista. Aquilino Ribeiro, apesar de ser um escritor de grande valor, como homem e cidadão comportou-se como um bandido que nunca se arrependeu dos seus actos.
Quem se enterra no panteão não é o escritor, são os restos mortais do homem. Entre enterrarmos patetas e fadistas e glorificarmos criminosos vai uma enorme distância. É a legitimação do crime, do assassinato. É a esponja que lava o sangue que mancha ainda este regime sombrio que atrofiou Portugal nos últimos cem anos e que inapelavelmente traz a mediocridade e a vilania ao poder. É abjecto.
Aquilino, até como cidadão, é maior do que os que o querem meter no Panteão, como exemplo de grande português, e isso é trágico.
Como o regime está desvalorizado o Panteão fica desvalorizado: depois das raves do Harry Potter em que o Panteão foi "alugado" por 500 euros a uma editora, depois da Amália Rodrigues estar lá, depois do pateta e incompetente do Manuel de Arriaga estar lá, este último com direito a discurso do Sampaio em que diziam as alarvidades do costume sobre o "grande lutador de liberdade", o que é que um grande escritor como o Aquilino faz lá? Esta seria a pergunta simples, ele há tanto escritor igual ou melhor que o Aquilino, porquê este senhor e não outro qualquer?
Creio que Aquilino faz lá pouco. Ele faz pouco e estão a fazer pouco daqueles que têm memória. A companhia não é grande coisa: o Guerra Junqueiro, o Garrett e o João de Deus escapam à mediocridade geral, mas também não são grandes figuras universais.
Aquilino foi de facto um grande escritor apesar dos constantes regionalismos que fazem dele um escritor pouco capaz de ultrapassar as fronteiras portuguesas. Mas a questão não é essa: Aquilino como cidadão não foi exemplar. Organizou, a par de muita outra gente, um regicídio organizado pela carbonária, instruída pela maçonaria e pago por traidores monárquicos, descontentes com a questão dos tabacos e fósforos.
O regicídio foi um crime hediondo, não foi um acto revolucionário, foi um assassinato na praça pública de dois homens, um Rei de portugal e o seu filho. Os regicidas podiam ter morto também D. Amélia e D. Manuel, apenas por serem mulher e filho mais novo de D. Carlos. Um crime que se dá num país democrático onde Afonso Costa era deputado às cortes e onde podia, inclusivamente, apelar ao assassinato do rei sem ser preso, tal como fez em 1906.
Aquilino nunca se arrependeu dessa participação, é certo que escapou à justiça e não sofreu a justa pena mas nunca negou o seu orgulho nesse acto terrorista. Aquilino Ribeiro, apesar de ser um escritor de grande valor, como homem e cidadão comportou-se como um bandido que nunca se arrependeu dos seus actos.
Quem se enterra no panteão não é o escritor, são os restos mortais do homem. Entre enterrarmos patetas e fadistas e glorificarmos criminosos vai uma enorme distância. É a legitimação do crime, do assassinato. É a esponja que lava o sangue que mancha ainda este regime sombrio que atrofiou Portugal nos últimos cem anos e que inapelavelmente traz a mediocridade e a vilania ao poder. É abjecto.
Aquilino, até como cidadão, é maior do que os que o querem meter no Panteão, como exemplo de grande português, e isso é trágico.
Etiquetas: Aquilino Ribeiro, Panteão, Regicídio
Arquivos
- 11/03
- 03/04
- 04/04
- 05/04
- 06/04
- 07/04
- 08/04
- 09/04
- 10/04
- 11/04
- 12/04
- 01/05
- 02/05
- 03/05
- 04/05
- 05/05
- 06/05
- 07/05
- 08/05
- 09/05
- 10/05
- 11/05
- 12/05
- 01/06
- 02/06
- 03/06
- 04/06
- 05/06
- 06/06
- 07/06
- 08/06
- 09/06
- 10/06
- 11/06
- 12/06
- 01/07
- 02/07
- 03/07
- 04/07
- 05/07
- 06/07
- 07/07
- 09/07
- 10/07
- 11/07
- 12/07
- 01/08
- 02/08
- 03/08
- 04/08
- 05/08
- 06/08
- 07/08
- 09/08
- 10/08
- 12/08
- 01/09
- 02/09
- 03/09
- 04/09
- 07/09
- 11/09
- 02/10
- 03/10
- 03/11
- 04/11
- 05/11
- 06/11
- 09/12
- 05/13
- 06/13
- 07/13
- 08/13
- 09/13
- 10/13
- 11/13
- 12/13
- 01/14
- 02/14
- 03/14
- 04/14
- 05/14
- 06/14
- 07/14
- 09/14
- 01/15
- 05/15
- 09/15
- 10/15
- 03/16