23.12.06
Mais Édipo
Voltei ontem ao Teatro Nacional de S. Carlos.
Primeira parte: Fanny Ardant estava menos rouca mas o sotaque ainda era o do inspector Clouseau. Quase não se percebeu a recitação em Genesis Suite. O coro esteve horrendo também: vozes femininas em plano péssimo, gritadas e feias, vozes amarelas é o termo.
Segunda parte: Felizmente o coro liberto das vozes femininas esteve francamente melhor, mais seguro, mais ponderado nos ataques e nas saídas, mais refinado, mas claro que aqui o plano é relativo, trata-se de um coro de terceira categoria, e assim será enquanto não for completamente remodelado.
Felizmente, e essa foi a grande razão de ter voltado, a música de Stravisnky é magistral e a orquestra esteve muito mais refinada e apurada. Os sopros, com clarinetes à cabeça, onde todos estiveram bem, flautas oboés, fagotes, metais (que não espezinharam os outros com sons estridentes) estiveram francamente em plano elevado, os violinos estiveram mais coesos mas não passando da habitual mediania e as violas, violoncelos e contrabaixos estiveram bem. Notou-se uma grande evolução da estreia para ontem, a tal instabilidade desta orquestra que se vai revelando a cada passo volta a manifestar-se. Infelizmente o som, ainda e sempre o som, não é o de uma grande orquestra sinfónica, mas ontem aceitou-se.
Os cantores estiveram também melhores, se é possível, Chaves cantou de forma natural e sem quaisquer erros o seu pequeno papel demonstrando uma belo timbre, Halem esteve mais profundo, Petchenka continua com o vibrato avassalador e não há nada a fazer senão deixar arrepiar os cabelos com aquele vibrato-trilho pesadíssimo, apesar disso cantou com grande empenho e sentido dramático o que foi reconfortante, Watson melhorou o fraseado mas continua sem graves e perdeu o tom numa passagem inteira, finalmente Willy Hartmann, o melhor para o fim, foi simplesmente notável, nada a acrescentar sobre o texto anterior. Fanny Ardandt no seu francês e na sua elegância foi também muitíssimo melhor do que no primeiro dia, apesar da voz pouco clara.
Renzetti está de parabéns pela evolução demonstrada, ouviu-se agora toda a verdade da obra de Stravinsky. Como diz Pinamonti, o director do Teatro, o todo foi melhor do que a soma das partes, houve emoção, ritmo, força, as acentuações resultaram melhor, a obra foi mais incisiva do que na estreia.
Primeira parte: Fanny Ardant estava menos rouca mas o sotaque ainda era o do inspector Clouseau. Quase não se percebeu a recitação em Genesis Suite. O coro esteve horrendo também: vozes femininas em plano péssimo, gritadas e feias, vozes amarelas é o termo.
Segunda parte: Felizmente o coro liberto das vozes femininas esteve francamente melhor, mais seguro, mais ponderado nos ataques e nas saídas, mais refinado, mas claro que aqui o plano é relativo, trata-se de um coro de terceira categoria, e assim será enquanto não for completamente remodelado.
Felizmente, e essa foi a grande razão de ter voltado, a música de Stravisnky é magistral e a orquestra esteve muito mais refinada e apurada. Os sopros, com clarinetes à cabeça, onde todos estiveram bem, flautas oboés, fagotes, metais (que não espezinharam os outros com sons estridentes) estiveram francamente em plano elevado, os violinos estiveram mais coesos mas não passando da habitual mediania e as violas, violoncelos e contrabaixos estiveram bem. Notou-se uma grande evolução da estreia para ontem, a tal instabilidade desta orquestra que se vai revelando a cada passo volta a manifestar-se. Infelizmente o som, ainda e sempre o som, não é o de uma grande orquestra sinfónica, mas ontem aceitou-se.
Os cantores estiveram também melhores, se é possível, Chaves cantou de forma natural e sem quaisquer erros o seu pequeno papel demonstrando uma belo timbre, Halem esteve mais profundo, Petchenka continua com o vibrato avassalador e não há nada a fazer senão deixar arrepiar os cabelos com aquele vibrato-trilho pesadíssimo, apesar disso cantou com grande empenho e sentido dramático o que foi reconfortante, Watson melhorou o fraseado mas continua sem graves e perdeu o tom numa passagem inteira, finalmente Willy Hartmann, o melhor para o fim, foi simplesmente notável, nada a acrescentar sobre o texto anterior. Fanny Ardandt no seu francês e na sua elegância foi também muitíssimo melhor do que no primeiro dia, apesar da voz pouco clara.
Renzetti está de parabéns pela evolução demonstrada, ouviu-se agora toda a verdade da obra de Stravinsky. Como diz Pinamonti, o director do Teatro, o todo foi melhor do que a soma das partes, houve emoção, ritmo, força, as acentuações resultaram melhor, a obra foi mais incisiva do que na estreia.
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