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22.12.06

Ana Quintans 

Gostei muito da voz de Ana Quintans, que beleza frágil, que belíssimo timbre agudo que nunca perde a beleza mesmo nos pontos mais elevados, um dom raro, raríssimo. Precisa apenas de mais naturalidade e de um mestre competente que lhe faça abrir a voz e florescer o estilo para um futuro sem igual em Mozart, em Rossini. Ana Quintans será uma grande cantora de música antiga. Um vibrato subtilíssimo. Precisa apenas de mais segurança, de mais à-vontade que só muitos concertos e palco lhe podem dar. É espantoso como os jovens artistas conseguem sobreviver a um sistema de ensino português notável pela sua mediocridade e se afirmam pelo seu talento natural e pela sua força. É fantástico como Ana Quintans cantou tão bem apesar do maestro. Realmente é obra.

Um coro de 85 vozes para Mendelssohn e 62 para uma missa de Mozart. No Salmo de Mendelssohn estavam cinco, pasme-se, cinco violoncelos para 85 cantores e vários trombones, um desequilíbrio objectivo e altamente pernicioso para uma audição equilibrada das obras...
Nunca se ouviu sequer um allegro, quanto mais um allegro vivace...
O órgão desapareceu misteriosamente da partitura de Corboz...
Os pobres músicos e membros do coro não têm culpa mas estilisticamente o concerto foi uma tragédia, o ano Mzar (faltam letras de propósito) encerra na Gulbenkian com chave muito ferrugenta.

Fica a lista dos tempos para o leitor saber com o que devia ter contado:

Andante Moderato
Allegro Vivace
Allegro Aperto
Allegro Moderato
Largo
Allegro
Adagio
Allegro Maestoso (credo)
Largo
Allegro Comodo
Allegro Comodo

Sobre o resto é melhor estar calado, far-me-ia mal aos nervos e era capaz de escrever dezenas de milhares de caracteres, os meus amigos ir-me-iam acusar de ser sempre um rabugento e já não estou para isso.
Parece que vai haver um orgasmo pela paz. Acho bem mas não sou capaz, infelizmente ouvi ontem o Michel Corboz a dirigir...


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