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1.11.06

Magazine Littéraire 



Pierre Pinoncelli em sua casa em Saint-Rémy-de-Provence
Julho de 2006

O mesmo homem que em 1993 provou que mijar e bater simbolicamente no urinol do Duchamp pode dar um mês de cadeia.


Eu por acaso até concordo que dar o uso inicial ao objecto lhe reconfere dignidade. O acto de Pinoncelli é um acto de artista, e como artista pagou por ele. Mais tarde (2006) aplicou-lhe mais um golpe de martelo no Centro Pompidou. O urinol, que já não era o original de 1917 (perdido entretanto), mas uma cópia de 1964, "realizada" (ou melhor: comprada numa casa de ferragens) pelo autor, Duchamp (que não a tinha assinado com o seu verdadeiro nome em 1917), que veio a cobrar uma fortuna pelo objecto aos imbecis dos franceses. Esta martelada valeu a Pinoncelli 427000 euros de multa e mais três meses de cadeia, o que aliás acho muito bem. Ainda não sei se Pinoncelli é um reaccionário ou um revolucionário, ou ambas as coisas ao mesmo tempo ou nenhuma. O que sei é que mandei para o lixo um urinol destes, quiçá o original de Duchamp..., que estava cheio de pó e teias de aranha numa velha arrecadação algures numa quinta... Por outro lado a reflexão imediata disto tudo é que gritar que o rei vai nu é muito caro na sociedade actual, mas também pode render: como é que Pinoncelli poderia aparecer no Magazine Littéraire se apenas tivesse feito mais outro urinol? Que, aliás, fez! Urinóis é o que andam muitos artistas actuais a fazer, isto quando não mijam directamente, para um público que abana a cabeça de contente e agradece. Isto nas artes plásticas e no resto..


Agradeço ao JND que me enviou, no dia dos meus anos, o último Magazine Littéraire.

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