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27.10.06

Diário - discos novos 

Na minha secretária estão os vinte e quatro discos com que reforcei a minha discoteca esta semana.
Em conversas com amigos discutia a obsessão de alguns de nós que compram, ou pedem a editoras discos sem cessar e muitas vezes sem terem tempo para escutar... Enfim, nem todos foram adquiridos por compra, sete destes discos foram recebidos de editoras devido à minha colaboração com a imprensa e a rádio.
Começo a pensar naquilo que me leva a mim e a muitos outros a adquirir sem cessar discos e mais discos, muitos dos quais nunca escutaremos.
Divido a coisa em dois grupos: novidades dos últimos meses de 2006 e reforços da minha colecção em autores de que gosto ou que não conheço e que me inspiram curiosidade. Trato de analisar aqui as minhas razões... Vejamos o capítulo novidades:

1. Venturini - La Cetra, David Plantier, violino e direcção, Concerti da Camara, Zig Zag Territoires. Comprei pela curiosidade em descobrir um compositor numa editora que é para mim uma referência de qualidade e com um agrupamento e direcção de grande nível que nos traz quase sempre interpretações superiores. Que fazer? Tinha de ter este disco. Estou a escutar agora, uma surpresa magnificente pela interpretação e pela música. A ouvir de novo, valeu a pena. Fonte VGM. Destino: ouvir na rádio e talvez um artigo sobre o assunto. A escutar mais vezes.

2. Marin Marais - Ensemble Spirale. Marianne Muller, gamba e direcção, Zig Zag Territoires. Marin Marais, este nome desperta-me sempre algo, é difícil ver um disco de Marais sem ter imediatamente a pulsão para o comprar, ainda por cima são tão poucos... 350 anos que ninguém lembra, apesar do meu amigo Chambers lhe ter dedicado um programa na Antena 2, apesar da Cristina Fernandes lhe ter dedicado um artigo no "O Público", apesar de o ter citado umas dez vezes no meu programa de rádio e de ter passado alguma da sua música, Marais continua afastado do main stream Mozart, que já enjoa (não há cão nem gato que não meta uma peça do Mozart e a assassine alegremente em dezenas de concertos por todo o lado), e dos outros que vêm atrás. Marais não vende tanto como Mozart, não é massificado ou massificável, nunca teve lobbies interpretativos ou ideológicos, se descontarmos o lobby dos gambistas (!), também não era português. Eu já conhecia a gambista por a ter escutado em concerto, não ouvi nada do disco na VGM do Tomás Oliveira Marques que continua a ter os melhores discos, e mais preciosos e mais raros, em Portugal. Não ouvi ainda o disco. Fonte VGM.

3. Johan Jakob Walther - Les Plaisirs do Parnasse, David Plantier, violino e direcção, Hortulus Chelicus Mainz, 1688 Zig Zag Territoires. O compositor Johan Jakob Walther era uma espécie de mago do violino no século XVII (segunda metade), o grupo é de alto nível trazendo de novo Plantier agora numa formação reduzida, a editora é de referência, tinha de ter o disco, ainda não ouvi. Fonte VGM.

4. Ravel - Anima Eterna, Jos van Immerseel, Zig Zag Territoires. Bolero, Pavana para uma Infanta Defunta, La Valse, Concerto para a Mão Esquerda e Raposódia Espanhola. Immerseel e Ravel, que combinação, instrumentos da época pois então: a sonoridade erótica de um fagote de 1905! Há quem chame louco ao Immerseel, e eu já chamei, mas o homem além das bizarrias com os intrumentos originais é um grande músico, e as bizarrias não o são assim tanto. Ouvi uma faixa no carro (não conta) da VGM para casa e não tenho ainda opinião. Fonte VGM.

5. Orlando de Lassus - Daedalus com Roberto Festa na direcção, Alpha 95, os discos da Alpha são quase sempre bons, como tenho a colecção quase toda e estou a caminho de a completar, é mais um com um compositor extraordinário. Não ouvi nada do disco ainda. Fonte VGM.

6. Carl Phillip Emanuel Bach - Arte dei Suonatori, Alexis Kossenko, traverso e direcção, Alpha 93. Desconfio dos discos dos filhos do Bach, estes fizeram muita música e nem toda é da mais alta qualidade, mas este disco é muito bom, escutei sem muita atenção no carro porque se tratava do disco mais à mão na caixa onde transportava os CDs (que critério), mas apercebi-me da qualidade interpretativa apesar do meio inapropriado e parei para poder ouvir melhor o último concerto, Ré menor Wq. 22, notável a música e muito boa a interpretação. Fonte VGM. Destino: ouvir mais vezes e passar 3ª faixa do último concerto na rádio.

7. Vários - Barbara Hendricks e Love Derwinger, "Arte Verum" nova editora da própria cantora. Recebido da editora, este era um disco que nunca compraria. Barbara Hendricks foi uma grande cantora mas esses tempos já passaram, escutei-a em concerto no ano passado na Gulbenkian, bastou, prefiro ficar com as boas memórias. Estou a tentar ganhar coragem para romper o celofane, este disco faz-me pena e entristece-me. Será melhor do que ao vivo?...

Continua.

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