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21.9.06

O Papa 

Nunca tive particular admiração por Ratzinger, as razões nada têm a ver com as mesmas da esquerda desgrenhada e dos arautos do libertarismo verde, prendem-se com questões teológicas, com a decadência dos mais radicais princípios da fé e do enfraquecimento do próprio papel de Cristo no seio da Igreja Universal, a utilização e incremento de medianeiros, mais ou menos solenes, na relação com Deus. Isto teve a ver também com o aumento do papel do Opus Dei no seio da Igreja, longe das polémicas idiotas e difamações escabrosas da literatura barata, e a diminuição do lado puramente Cristão, tolerante e intelectual, com a redução da Ordem Jesuíta. Mas adiante.
A sociedade ocidental respeita a liberdade de expressão de uns caricaturistas medíocres e vem para a rua defendê-los, no caso do Papa esta sociedade onde Deus morreu de facto, deixa o Papa ser queimado na rua em efígie e simbolicamente, depois de ter feito um discurso sensato e apelando, no sentido máximo da sua missão, à tolerância. Este Islão violento, selvagem, atrasado, que rebaixa as mulheres à condição de seres de segunda, que apela descaradamente à guerra santa para a conquista de prosélitos, visa a destruição de todas as outras formas de pensar e absolutamente intolerante não me inspira o menor respeito. Penso que a sociedade em que vivemos não se apercebe do problema que nos afecta, nós queremos ser tolerantes, amar o próximo como a nós mesmos e a Deus que nos fez do mesmo barro, mesmo que o outro seja diferente na sua forma de pensar ou na sua aparência. Eles, de facto, querem acabar com a nossa forma de pensar e obrigar todos os outros a ajoelhar à sexta virados para Meca.
Bendito príncipe Eugénio da Saboia que hoje já não há, sem ti não teria havido Mozart ou Beethoven. Um homem vestido de branco e isolado no Vaticano não representa nada hoje a não ser um pretexto para a violência muçulmana e para a gritaria selvagem e, pior do que tudo, acéfala da multidão islâmica.
Mas Bento XVI continua a ser o Papa, vestido de branco e de paz enquanto os cardeais vestem de vermelho. É dos mandamentos que assim seja, pois para representar Cristo na terra terá de se ser tolerante e bom; e assim é.



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