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11.7.06

Soube agora - O Energúmeno 

I Solidariedade

Seabra foi condenado em primeira instância no processo que Rui Rio lhe moveu por o "cronista" lhe ter chamado energúmeno.
O processo ainda não terminou, Seabra recorreu, mas devo dizer que esta condenação é mais uma vergonha para a justiça portuguesa. Tenho criticado muito Augusto Manuel Seabra, mas passados alguns meses desta putativa condenação em primeira instância, e talvez atrasado, venho afirmar aqui que Seabra é um homem corajoso que não merecia esta condenação (apenas prévia) por muitas e variadas razões, a primeira é o direito à crítica livre que Seabra não exorbitou, a segunda é que parece que Seabra provou em tribunal que Rui Rio corresponde ao epíteto numa das suas variadas significâncias: homem obcecado que provoca desacatos, exaltado, endemoninhado, desnorteado.
Creio que em crítica se pode perfeitamente afirmar que alguém perdeu o norte, é uma questão de opinião pura que se pode e deve exercer livremente no "espaço público".
Fica aqui a solidariedade da qual Seabra certamente não necessita.

II Dicção e pronúncia

Entretanto, e naturalmente, continuarei livremente a criticar o policrítico do "O Público" na medida em que a sua incapacidade de crítica musical se continuar a manifestar, e como lhe devia esta cá fica o reparo:
Se Seabra não sabe o que é um trombone no Ouro do Reno já é normal, mas ao dizer que Willi Hartmann (Loge na mesma encenação) tinha má dicção cometeu um grosseiro erro. Willi Hartmnann tem a dicção (melhor dizendo pronúncia) do alemão que a sua região natal lhe deu, certamente diferente da região de Berlim mas não menos válida. A sua dicção é aliás notável compreendendo-se tudo o que dizia no Rheingold com uma pronúncia claríssima de Colónia, inusitada é certo para ouvidos menos experientes, mas muito cracterística e sem concessões ao hochdeutsch ou standarddeutsch...
Fica aqui o reparo ao pluricrítico.


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