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19.7.06

Poema Final da Clepsydra 

Ó cores virtuais que jazeis subterrâneas,
- Fulgurações azuis, vermelhos de hemoptyse,
Represados clarões, cromáticas vesânias -,
No limbo onde esperais a luz que vos baptize,

As pálpebras cerrai, ansiosas não veleis.

Abortos que pendeis as frontes cor de cidra,
Tão graves de cismar, nos bocais dos museus,
E escutando o correr da água na clepsydra,
Vagamente sorris, resignados e ateus,

Cessai de cogitar, o abismo não sondeis.

Gemebundo arulhar dos sonhos não sonhados,
Que toda a noite errais, doces almas penando,
E as asas lacerais na aresta dos telhados,
E no vento expirais em um queixume brando,

Adormecei. Não suspireis. Não respireis.

Camilo Pessanha

E depois deste poema, oriundo do extremo oriente, parto para o Japão amanhã de madrugada. Como em todas as viagens que se prezam o tempo da partida é a alvorada. Regresso marcado para o início de Agosto e logo a seguir Bayreuth.
Itália e Texas ficam para depois...
Se conseguir postar impressões assim farei, senão até um destes dias, algures no tempo da vindima.

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