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20.6.06

Nova temporada do S. Carlos foi anunciada hoje 

Così fan tutte, Mozart. 29, 30 Nov. 3, 5, 6, 7 Dez, 2006 pelas 20h. 9 de Dezembro pelas 16h. Produção San Carlo de Nápoles. Regressa a bela Irina Longu (Iolanta na última temporada) e o consagrado Bruno Praticò. Mário João Alves e Luís Rodrigues estão no elenco.
Renzetti dirige.

Oedipus Rex de Stravinsky (escrito entre 1926 e 7) e Genesis suite (1945) (Schönberg, Milhaud, Castelnuovo-Tedesco, Stravinsly). Versão de concerto com Fanny Ardant como recitante.
Donato Renzetti.
Dezembro

Wozzeck de Alban Berg (compositor que faleceu por causa da picada de um insecto) no CCB com Eliahu Inbal na direcção musical e encenação de Stéphane Braunschweig com Dietrich Henshel no principal papel. Ainda com os grandes Werner Prein e Birgitte Pinter. Co-produção com Aix e Lyon. Janeiro de 2007.

Walküre de Wagner, com Marko Letonja na direcção e o tal Graham Vick (à volta do qual tudo gira) na encenação democrática em que o bilhete mais barato são 25€ (há uns vinte). Wotan não anunciado (?) mas dito por Paolo Pinamonti numa entrevista breve à Antena 2. Felizmente não é o do último Ouro do Reno, um tal Ignatz que apesar de ser "muito bom" não conseguia cantar sem ser desafinado e não apenas quando estava deitado, antes fosse... Percebe-se assim a nova escolha do teatro. Infelizmente a equipa Pomàrico-Vick não funcionou, como foi admitido pelo director do Teatro de S. Carlos e substituiu-se o maestro, o elo mais fraco, talvez tenha sido a decisão acertada mas cá estamos para ouvir e ver... Teremos tempo para dissecar o assunto.
Março de 2007. Produção auctótone.

Montezuma, VIvaldi, a misteriosa ópera perdida e reencontrada, infelizmente é o agrupamento de Alan Curtis dirigido pelo próprio. Poderia ser outro director que as coisas já seriam melhores mas para termos a ópera temos de ter o homem. Parece que tem os direitos... Apenas se sabe que Vito Priante faz parte do elenco. Estreia moderna depois de muitos anos no olvido. Encenação de Vizioli. Co-produção com Wiesbaden. Abril 2007.

L'Italiana in Algeri, Rossini. Dirige Renzetti. Encena Servillo. Co-produção com Aix. Maio 2007. Kate Aldrich é a italiana no elenco principal, nada mau. Maio de 2007.

Macbeth de Verdi. Dirige Pirolli. Encena Istvan Gaal. Tehodossiu regressa para um papel talhado a matar para a sua presença e voz... Co-produção com ABAAO de Bilbao. Maio e Junho de 2007.

Maria de Buenos Aires (ai ai ai) com Mísia (ai ai ai). Viktor Lillena dirige a OSP (reforçada com acordeões?) Música de Piazolla. Produção do TNSC.

Bem contados são três títulos de ópera tradicional (Mozart, Rossini e Verdi), um título de ópera barroca (Vivaldi), uma versão de concerto de música que já não se pode chamar contemporânea (Stravinsky, etc...), uma ópera tango de Piazolla, uma obra de arte total e um drama contemporâneo (apesar da data da composição do Wozzeck ser 14-24) baseada na peça teatral de Georg Büchner. Creio que a temporada terá dois centros de gravidade certos pela qualidade e força das apostas: Wagner por Vick e Letonja, Wozzeck por Braunschweig e Inbal. Poderá ter ainda um terceiro grande pólo de atracção no Motezuma de Vivaldi. Isto se não se repetirem os erros musicais da última prestação de Curtis em Lisboa (desafinação constante das cordas e trompas lamentáveis), Vizioli não é certamente um grande nome da encenação barroca, veremos se não passamos a ter Vivaldi em género Elixir de Amor, Norma e Madame Butterfly. Esperamos com muito interesse. O eterno Macbeth de Verdi poderá ser ainda outro elemento de grande nível.

Uma temporada equilibrada onde mais um ou dois títulos substantivos poderiam dar mais cor e paladar, como, por exemplo, uma outra ópera russa em versão de concerto. Recordo que Iolanta foi o ponto supremo, em termos musicais, da anterior temporada. Uma dieta magra mas que aparenta ter qualidade. Mais um bom trabalho de Pinamonti um dos maiores cozinheiros de omeletes sem ovos de que há memória...
Para quando uma biografia?

H.S.




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