16.5.06
Jornais de referência
Não percebo critérios editoriais que levam um diário a deslocar uma análise da Festa da Música em Tóquio para domingo, para dar a primazia da notícia e da crítica a um "semanário de referência", desperdiçando precisamente a vantagem de se tratar de um diário.
Não percebo como palavras como "intervido" passam numa crónica de Augusto Seabra no "O Público" passando o autor por ignorante... Será que existem dicionários com gralhas em que um tipógrafo distraído passa por autoridade de referência? Intervir conjuga-se como vir, vindo implica intervindo. D. Carlos "vido" de Vila Viçosa! Seria realmente risível se não fosse trágico, a ignorância é sempre acompanhada de uma arrogância verdadeiramente insondável.
Por um lado com os cortes orçamentais lá vão servindo uns rapazes e raparigas licenciados que andam pela redacção há uns tempos e não têm jeito para mais nada a meterem-se a editores. Por outro lado devem ser sensíveis às pressões da direcção para colocar coisas populares e feitas para atrasados mentais, que é assim que tratam o público, em lugar de temas transcendentes que, supostamente afastam os leitores! Será que no "O Público" a crítica da tourada ainda virá a ser incluída na cultura, como no Correio da Manhã?
Não percebo porque razão o INAC aparece em siglas no "O Público" em título e em toda a primeira página, sem nunca se referenciar que se trata do "Instituto Nacional de Avição Civil", cometendo um erro básico de jornalismo que daria chumbo numa qualquer escola secundária.
Temos a chamada "crítica de música" para concertos de rock-pop, enquanto a verdadeira crítica de música é "clássica".
Por outro lado temos o Augusto Seabra a ser mauzinho, como habitual, e a passar pelos editores calmamente quando está a dar tiros no pé e dizer mal do próprio jornal onde escreve sobre os colegas "críticos distraídos". Como se justifica que o policrítico diga mal dos próprios colegas de jornal? "Críticos distraídos", que não assistiram a alguns concertos entre mais de uma centena na Festa da Música. Quantos são os "críticos distraídos"? Que ao mesmo tempo têm de escrever para enviar os textos para o Jornal e não apenas fazer uma crónica mais de uma semana depois. Se olharmos para o Seabra este deve ter faltado a mais de uma centena de concertos uma vez que parece que andou numa roda viva a ver cinema e a ouvir música nesse fim de semana, e também parece que não escreveu uma única crítica concreta sobre a Festa da Música para ajudar os tais "críticos distraídos" que teriam de assistir, cada um, a mais de cinquenta concertos no fim de semana para uma cobertura adequada do acontecimentos. Seabra tomou o gosto a criticar os críticos mas se desse o exemplo e mostrasse como se faz? É claro que o erro volta a ser dos editores que deixam passar textos em que se faz o ataque directo e sem fundamento aos colegas de jornal e, por tabela, ao próprio jornal.
Serve o presente post para me lamentar da decadência das páginas de cultura dos diversos jornais, num destes dias a análise ao paupérrimo "O Expresso" cuja curva descendente não tem fim.
Não percebo como palavras como "intervido" passam numa crónica de Augusto Seabra no "O Público" passando o autor por ignorante... Será que existem dicionários com gralhas em que um tipógrafo distraído passa por autoridade de referência? Intervir conjuga-se como vir, vindo implica intervindo. D. Carlos "vido" de Vila Viçosa! Seria realmente risível se não fosse trágico, a ignorância é sempre acompanhada de uma arrogância verdadeiramente insondável.
Por um lado com os cortes orçamentais lá vão servindo uns rapazes e raparigas licenciados que andam pela redacção há uns tempos e não têm jeito para mais nada a meterem-se a editores. Por outro lado devem ser sensíveis às pressões da direcção para colocar coisas populares e feitas para atrasados mentais, que é assim que tratam o público, em lugar de temas transcendentes que, supostamente afastam os leitores! Será que no "O Público" a crítica da tourada ainda virá a ser incluída na cultura, como no Correio da Manhã?
Não percebo porque razão o INAC aparece em siglas no "O Público" em título e em toda a primeira página, sem nunca se referenciar que se trata do "Instituto Nacional de Avição Civil", cometendo um erro básico de jornalismo que daria chumbo numa qualquer escola secundária.
Temos a chamada "crítica de música" para concertos de rock-pop, enquanto a verdadeira crítica de música é "clássica".
Por outro lado temos o Augusto Seabra a ser mauzinho, como habitual, e a passar pelos editores calmamente quando está a dar tiros no pé e dizer mal do próprio jornal onde escreve sobre os colegas "críticos distraídos". Como se justifica que o policrítico diga mal dos próprios colegas de jornal? "Críticos distraídos", que não assistiram a alguns concertos entre mais de uma centena na Festa da Música. Quantos são os "críticos distraídos"? Que ao mesmo tempo têm de escrever para enviar os textos para o Jornal e não apenas fazer uma crónica mais de uma semana depois. Se olharmos para o Seabra este deve ter faltado a mais de uma centena de concertos uma vez que parece que andou numa roda viva a ver cinema e a ouvir música nesse fim de semana, e também parece que não escreveu uma única crítica concreta sobre a Festa da Música para ajudar os tais "críticos distraídos" que teriam de assistir, cada um, a mais de cinquenta concertos no fim de semana para uma cobertura adequada do acontecimentos. Seabra tomou o gosto a criticar os críticos mas se desse o exemplo e mostrasse como se faz? É claro que o erro volta a ser dos editores que deixam passar textos em que se faz o ataque directo e sem fundamento aos colegas de jornal e, por tabela, ao próprio jornal.
Serve o presente post para me lamentar da decadência das páginas de cultura dos diversos jornais, num destes dias a análise ao paupérrimo "O Expresso" cuja curva descendente não tem fim.
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