15.5.06
Bliss
Subitamente o calor chegou. Larguei o meu Aquascutum e as luvas no armário, freshly green and blossoming uma árvore roubou-me a vista para a Square, o jardim do pub lotou, partilhei o banco frente à Royal Academy of Arts enquanto almoçava um take- away japonês, nos passeios congestionados desviei-me de gente com copo na mão, nas salas da British Library, meias desertas, o sol triunfou sobre as exíguas janelas, no pátio os estudantes esquecidos dos pc’s e aquecidos pelos eflúvios do sol e não só, emparelharam na cidade da Europa menos dada ao flirt.
O meu marido chegou a casa um pouco mais tarde do que o habitual, deu-me um beijo a saber a umas quantas pints, leu o meu post with a funny accent, não entendeu uma linha. Na dvd shop do nosso bairro, o irishman vestido a cowboy greeted us: hi there you are, my first clients!
Sol. Quanto mais agreste a cidade mais se suaviza com esta benção. O meu corpo e cabeça dão-se enfim tréguas. Nos dias de inverno páro diante dos lugares da cidade pequena que vai ficando para trás, esses lugares retêm o poder e o fascínio de memórias golpeadas pelo tempo, pelo espaço, por uma dupla separação e distância, que sou sem eles? E a certeza: sou, sem eles também. Páro diante dos lugares de uma cidade anónima, sem lugares poderosos, rasos de todas as memórias, como uma casa vazia, vasta que liberta e que oprime. Nos dias de sol um canal parece possível a ligar os lugares mais adormecidos nessa ponta que aos poucos se desfaz e a ponta que os sonhos tentam a custo habitar. Uma ponte entre a língua em que este post me sai em solavancos e os sons infamiliares que circulam à minha volta, de uma língua na qual gatinho. Oh dear, Life doesn’t get any better than this (indeed, the next day clouds appeared and it started to rain. What a boring sentence).
Clara
Publicado também em Desejo Casar, um blogue que renasceu! Será que começou o tempo dos renascimentos na blogosfera?
O meu marido chegou a casa um pouco mais tarde do que o habitual, deu-me um beijo a saber a umas quantas pints, leu o meu post with a funny accent, não entendeu uma linha. Na dvd shop do nosso bairro, o irishman vestido a cowboy greeted us: hi there you are, my first clients!
Sol. Quanto mais agreste a cidade mais se suaviza com esta benção. O meu corpo e cabeça dão-se enfim tréguas. Nos dias de inverno páro diante dos lugares da cidade pequena que vai ficando para trás, esses lugares retêm o poder e o fascínio de memórias golpeadas pelo tempo, pelo espaço, por uma dupla separação e distância, que sou sem eles? E a certeza: sou, sem eles também. Páro diante dos lugares de uma cidade anónima, sem lugares poderosos, rasos de todas as memórias, como uma casa vazia, vasta que liberta e que oprime. Nos dias de sol um canal parece possível a ligar os lugares mais adormecidos nessa ponta que aos poucos se desfaz e a ponta que os sonhos tentam a custo habitar. Uma ponte entre a língua em que este post me sai em solavancos e os sons infamiliares que circulam à minha volta, de uma língua na qual gatinho. Oh dear, Life doesn’t get any better than this (indeed, the next day clouds appeared and it started to rain. What a boring sentence).
Clara
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