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4.4.06

Um mau aldrabão 

Um bom aldrabão nunca conta apenas uma mentira, geralmente mascara-a com a verdade. Para a mentira ser completa terá de ter sempre algo de verdade, já dizia o poeta (António Aleixo) e continua a ser assim.
Se o aldrabão fingir uma pose serena consegue os seus efeitos de forma ainda mais eficaz. Vejamos o exemplo: No post pretendia-eu-serenamente-retomar de João Pedro George, pode ler-se a dado passo:

A crítica jornalística, em geral, utiliza termos abstractos (mas com uma aura técnica), termos opacos que permitem todas as interpretações. Por exemplo: José Mário Silva, na Casa Fernando Pessoa, veio outra vez com a história de que a crítica dele ao livro do Nuno Costa Santos era negativa. Para o justificar, referiu a expressão «poemas escritos no fio da navalha». No sábado, ao ler a crónica da Clara Ferreira Alves, sobre o último livro de Gabriel García Marquez, deparo-me com isto: «andar sobre o fio da navalha é o trabalho do génio». Repito: termos abstractos, opacos, passíveis das mais diversas e contraditórias interpretações. É assim que se faz uma carreira de crítico nos jornais.

Um bom exemplo de um candidato a aldrabão? Será o texto acima uma boa peta bem contada? Vamos ver com maior detalhe o que George omite: navalha que está quase sempre romba, era o que vinha escrito na crítica do DN, será que Clara Ferreira Alves diz o mesmo de Garcia Marquez? Parece que não! O facto de José Mário Silva ter afirmado que Nuno Costa Santos era um "quase poeta" é apropriadamente esquecido pelo putativo aldrabão que se revela na sua plenitude rasca de fraco mentidor, um bom aldrabão nunca se deve deixar enredar tão facilmente na teia das suas omissões. O lado negativo da crítica é absolutamente omitido pelo pseudo crítico George para distorcer a verdade e afirmar que Silva critica positivamente o amigo Santos. Temos aqui um exemplo pedagógico do que dizia o poeta. Será que o próprio George acredita no que diz?

Agora notamos que José Mário Silva e Nuno Costa Santos não são, nem nunca foram, colegas no mesmo jornal, apesar do que George diz e reafirma sistematicamente ao longo dos seus textos, apesar de lho ter sido dito na cara por José Mário Silva perante mais de uma centena de pessoas na Casa Fernando Pessoa, ficando o candidato a sociólogo-crítico visivelmente incomodado e sem palavras de resposta e se percebermos que o pseudo-crítico ficou com o blogue "Esplanar" depois de se ter incompatibilizado com Nuno Costa Santos, fundador do mesmo blogue, e depois de todos os outros membros terem saído, percebem-se os verdadeiros motivos de George, bem longe do "amiguismo" entre Silva e Santos, têm origem no ressentimento e no "inimiguismo" de George por Santos. Segundo sei o Santos está-se nas tintas para o George que não passa de uma espécie de borbulha prestes a rebentar, mas entre a amizade e o ódio julgará o leitor qual o sentimento mais nobre e o que inspira maior confiança.

Felizmente que, apesar do poeta, se apanha mais depressa um mentiroso do que um coxo.

Agora que "já gastei demasiada cera com tão vil defunto" volto à música. Recebi umas dezenas de CD's. Espero fazer aqui algumas críticas.

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