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24.4.06

Concertos de Domingo na Festa da Música I 

Concerto 79. Pequeno Auditório 11h30
Núria Rial soprano
Giovanna Pessi harpa
Ricercar Consort
Philippe Pierlot viola da gamba e direcção
Bach: Cantata “Weichet nur, betrübte Schatten” BWV 202
Handel: Concerto para harpa, duas flautas de bisel e cordas Op. 4 nº 6

No programa logo a abrir "Núria" com acento no "u", depois no interior "Rial" passa a "Real" e o "Nuria" perdeu o acento, onde ficamos?

Uma cantata de Bach em que a cantora demonstrou sensibilidade e musicalidade, mas em que faltou corpo aos débeis agudos de Rial. A respiração poderia ser mais controlada também, cortar frases para respirar exige critério interpretativo o que nem sempre foi o caso.
O ensemble de Pierlot mostrou-se muito coeso e com uma sonoridade muito bela. Excelente a prestação em oboé de amor de Patrick Beaugirard, demonstrando que quanoo se sabe e se estuda e se têm qualidades é possível tocar um instrumento tão ingrato de forma perfeita.
Giovanna Pessi foi muito aplicada no seu concerto de harpa, mas infelizmente numa das passagens a solo, a terceira secção do primeiro andamento, enganou-se e perdeu-se inventando frases inteiras para regressar finalmente à melodia. Chegámos a temer que pudesse vir mesmo a parar, tal a atrapalhação. Falha de memória? O que é certo é que o concerto estava a correr de forma poética e bela. A partir desse ponto Giovanna passou a tocar a medo acabando por se libertar apenas no final do longo primeiro andamento. A parte restante do concerto de harpa foi muito elegante no fraseado e na ornamentação muito refinada escolhida pela harpista.
A cantata de Handel decorreu normalmente sem uma grande intensidade emotiva por parte de Nuria Rial mas com intervenções notáveis de Pierlot na viola da gamba.
Um concerto para 15 valores numa apreciação global.

Nota curiosa - Pierlot esqueceu-se do arco da sua viola aquando da sua reentrada em palco para a cantata de Handel, e foi a correr aos bastidores; voltou, alguns minutos depois, visivelmente atrapalhado. Deve ter-se esquecido do lugar onde tinha deixado o arco, inédito e pitoresco.

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