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2.1.06

João José Fraústo da Silva Exonerado 

O futuro o dirá, João José Fraústo da Silva no CCB teve um comportamento que se poderá dizer lhe abriu o caminho para esta demissão um ano antes do final do mandato, mas creio que ainda viremos a ter saudades dos seus tempos à frente do casarão de pedra de Belém.
O que está em causa são os modos e as motivações da ministra nesta demissão. Fraústo da Silva, apesar de ter uma posição perante a arte conservadora e pouco aberta, criou um Centro Cultural. Apesar de todos os defeitos tinha uma equipa e produziu ao longo do seu mandato momentos memoráveis. Como professor universitário foi notável. Contribuiu em momentos anteriores para o desenvolvimento do país, de forma muito positiva. É um homem de superior inteligência. Apesar da forma como actuou em momentos anteriores, e que serão provavelmente condenáveis, ninguém merece ser posto na rua desta forma por alguém que não tem a menor ideia do que quer fazer, que um dia diz umas coisas e no seguinte se desdiz e cujo projecto para a cultura em Portugal é, no mínimo, confuso e nebuloso.
Acrescento que a fuga de informação (ou de desinformação) para o Expresso que deixou Mega Ferreira queimado do ponto de vista ético é no mínimo lamentável. É ver para perceber quem vai lucrar com estas notícias, para se perceber a sua origem, e até que ponto o Expresso serve para este tipo de campanhas...
Fraústo da Silva chegou a sua vez de ser atirado para a rua pelos políticos da nova geração socrática. O substituto quem será? Mais um agente do PS? Mais um Vara da cultura? A situação errática em que se encontra o CCB, a forma como se tirou o tapete ao seu presidente, os cortes orçamentais sucessivos, prenunciam uma gestão irresponsável (no mínimo) dos fundos públicos no domínio da cultura. Após um consulado com evidentes defeitos mas com realizações de vulto quem sabe o que vem aí? O CCB como programador cultural está em risco. Albergue de acervos privados, albergue do S. Carlos nos próximos tempos, senhorio de produtores externos, sede de iniciativas promocionais e reuniões disto e daquilo. O futuro do CCB como grande motor cultural em Portugal é cada vez mais reduzido e corre o risco de se extinguir. A redução do pessoal usado para a produção própria é o próximo passo.
Os jornais não têm tratado o CCB com a atenção merecida, o folhetim da Casa da Música tem impedido mais interesse pelo elefante branco do cavaquismo, todavia trata-se de uma casa apetecível que desperta muitas cobiças... Era necessário um trabalho de investigação para se perceber, de forma séria, como tem funcionado a casa nos últimos tempos e para se avaliar quem são os verdadeiros competentes e os incompetentes nisto tudo.

P.S. (Acrescentado posteriormente) Parece que é mesmo Mega Ferreira o beneficiário da tal campanha do Expresso e do ministério das fugas de informação...

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