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17.1.06

Factos notáveis 

VIeira da Silva, Ministro do Trabalho e da Segurança Social, vai dedicar um dia por mês ao desemprego, notícia da SIC. Se dermos de barato que em Agosto também vai estar ao serviço, estes 12 excelsos dias por ano vão ser mesmo decisivos nesta luta terrível que o governo trava.

Na mesma linha José Sócrates desloca-se ao Minho, se não caio em erro, para assinar um contrato qualquer de instalação de uma fábrica que terá 500 novos postos de trabalho! Este é o nível ao que o país chegou, um primeiro ministro ter de ir assinar um contrato com uns empresários para a instalação de uma fabriqueta de 500 funcionários... Se um secretário de Estado já seria demais até onde desce a visão da dignidade de Portugal por parte destes políticos?

As sondagens do DN.
um jornalista dizia na SIC que Alegre hoje tinha descido 1 ponto na sondagem do DN. Esclareço: Amostras com 600 a 800 indivíduos são totalmente irrelevantes sobre a possibilidade de subida ou descida de 1 ponto de um dia para outro. Imagine-se que Alegre teve 19% de intenções de voto e 3,44% de margem de erro com uma confiança de 95%. O que quer dizer é isto: com uma confiança de 95% o resultado de Alegre será entre 19%-3,44% e 19%+3,44%, ou seja o resultado deste candidato será de 15,56% a 22,44% em 95% dos casos, isto se a amostra for absolutamente aleatória, o que não é o caso (nunca é o caso).
A probabilidade de duas amostras diferentes de 800 indivíduos terem pelo menos um ponto de diferença no indicador "intenção de voto em Alegre" é muito elevada, mais de 90%. De estranhar será pois que com uma margem de erro de 3.44% usando duas amostras diferentes não haja flutuações estatísticas. Extrapolar subidas ou descidas de candidatos com base em amostras tão pequenas é uma asneira crassa de alguém absolutamente ignorante.

Facto extraordinário:
A forma como Sócrates já se anda a demarcar da derrota estrondosa de Soares, derrota única e exclusivamente devida a Sócrates que empurrou um pobre idoso para um combate político que num momento de clarividência política, cada vez mais raro, Soares classificou - anteriormente - de erro crasso. Foi um erro crasso, tudo o que se passou. A gestão da campanha, a agresssividade saloia de Soares contra Cavaco e contra os jornalistas. É também um erro crasso a escolha de João Paulo Velez, com qual até simpatizo, um homem que andou com Santana Lopes, o qual também se armou em vítima perante a imprensa. Velez é um assessor de imprensa de derrotados, com a imagem colada a Santana, Velez torna-se pouco credível junto da imprensa com Soares. E ainda está para descobrir se foi Velez que aconselhou ambos os políticos a vitimizarem-se perante os jornalistas...
Soares protagonizou um exemplo de sobranceria pouco esclarecida ao escarnecer da pouca cultura de Cavaco. É verdade que Cavaco é inculto, que vem do povo, mas é disso que o povo gosta, de um pai severo nos momentos de crise, de alguém que não seja muito diferente, é que o estranho afasta. Soares ao assumir-se como o candidato de uma esquerda culta e elitista, de uma esquerda burguesa, afasta o verdadeiro povo do seu caminho. Ao radicalizar afasta os moderados, ao fazer-se de vítima da imprensa atrai o gozo escarninho dos jornalistas, nem melhores nem piores que o resto da população.

Facto final:
Já pensou que ao votar está a dar dinheiro aos candidatos? 5000 salários mínimos serão distribuidos pelos candidatos que tiverem mais de cinco por cento dos votos. Cerca de 400000 contos ou cerca de 2000000 €. Oitenta por cento deste montante é decidido pelos eleitores. Se votarem 4 450 000 eleitores (número das eleições anteriores) cada voto conta cerca de 35 cêntimos, ou seja setenta escudos. Está disposto a dar 70 escudos a Mário Soares, a Louçã, a Jerónimo, a Cavaco ou a Alegre? Já reparou que se não votar, quem decidirá quanto cada candidato vai receber serão os outros?


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