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17.12.05

Um bom quarteto amador 

O quarteto Filarmónico de Berlim esteve em Lisboa. Todos são chefes de estante da Filarmónica de Berlim.
Não se admite que um quarteto com estes pergaminhos e que ostenta as cores da Philarmoniker toque da forma ligeira como se apresentou. Desafinação constante do primeiro violino, pizzicatos todos ao calhas e saia como sair, sempre harpejados e nunca certos, articulações diferentes nos diversos instrumentos, tecido musical desconexo. Tocaram com prazer e deu-me prazer ouvir o concerto, os instrumentistas são bons, com destaque para o violoncelo. Mas uma coisa é tocar quase à primeira vista para um grupo de amigos num serão à noite, coisa em que este quarteto seria notável, e outra é fazer uma digressão com o nome da Berliner Philarmoniker por detrás em salas de concerto exigentes. E ainda por cima são de certeza capazes de fazer muito melhor com trabalho.
Este quarteto mais uma vez me leva a desconfiar de formações de orquestras que se juntam de vez em quando para fazer uma perninha na música de câmara. Nenhum dos grandes quartetos do mundo deixa de tocar repetidamente ao longo de anos e anos até atingir a perfeição de um Quarteto Italiano, de um Alban Berg ou de um Borodin.
Um concerto divertido pelo prazer da música e pelas obras notáveis mas muito deficiente do ponto de vista técnico. A Fundação Gulbenkian e o público de Lisboa merecia mais respeito e profissionalismo.


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