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9.11.05

Joana Amaral Dias 

Resolvi colocar o poema de Voltaire sobre o Terramoto de Lisboa em versão integral ao ler a versão truncada de Joana Amaral Dias. A bem da pureza do texto de Voltaire.

Devo dizer que admiro a "jovem" pelo empenho idealista das suas causas. Acredito que o faz por convicções. Apoia um geriarca como candidato a presidente sem duvidar, ou pelo menos sem o aparentar, um instante que seja de um sistema e de um homem que não conhece o dom de saber que o seu tempo passou, caindo no absurdo de o levantar como bandeira como se estivesse vivo e não fosse apenas um símbolo, um mito, aliás falso como quase todas deificações in vivo ou in morto numa espécie de Octávio deus antes da passagem, espantalho de ideologias mortas levado á frente de um bando como bandeira contra outros bandos que levantam espantalhos iguais.
Joana Amaral Dias passa hoje pelo estádio de amadurecimento de um jovem Siegfried que amadurecerá e se tornará em alguém mais sábio, ou seja um Wagner feito um Wotan, assim o espero pela sua força e pela forma como passa por tudo de forma leviana e viva, como vai partindo lanças, pisando a seus pés todos os obstáculos sem grande reflexão, sem questionar a essência do homem, da sua real matriz pessimista. Joana a acreditar ainda nas pessoas é um caso paradigmático de jovem alemão do inicio do século XIX ou de jovem turco do início do XX, ou de jovem... O que eu não espero é que nesta sua renúncia ao mundo sábio e conhecedor, pessimista e real, renúncia necessária e obrigatória no seu percurso para o nada, não termine morta por uma traição com uma lâmina nas costas, como Siegfried, ou pior, velha e tontinha como tantos que a acompanham hoje e continuam sem perceber a roda motriz do mundo, ou pior ainda velhaca e ressentida, como outros tantos que estão na mesma barricada, que já perceberam como funciona a roda motriz do mundo e a exploram em seu benefício e das suas causas, sem perceber também que são mais outros arautos do nada... mas para beber na fonte da sabedoria, para colher os frutos da árvore do conhecimento há que perder um olho e dói, uma dor profunda como a da morte de um pai.
Hoje Joana leva-se a sério, será um Homem melhor quando conseguir olhar para si de fora. Resta-lhe a importância e a espectativa que até motiva algumas reflexões sobre o assunto da minha parte, caso de merecimento raro, raramente discursaria sobre um mero mandatário juvenil de um candidato presidencial, mas reconheço-lhe a aura e a propensão para herói. Não se esqueça nunca ninguém que quem procura o poder, seja de que forma, renuncia à forma suprema de bem. As ninfas reclamam nas profundezas das águas mas a caminhada faz-se gloriosa pela ponte do arco íris de espada na mão, uma espada que apenas corta aparentemente.
E este Voltaire truncado é um péssimo sinal.

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