9.10.05
Micro Causas ou Linchamento Fácil
Chega a ser divertida a forma como os blogueiros se tomam a si próprios como os últimos detentores da verdade e da consciência cívica de um país. Penso que eu próprio sofro às vezes do mesmo mal, embora não me canse de repetir que este nosso blogue é apenas um diário pessoal e as opiniões aqui escritas sejam apenas reflexões pessoais, sujeitas a contraditório, quem discorda do que eu penso pode sempre manifestar-se noutro blogue, num princípio simétrico claríssimo, que depende apenas do engenho pessoal de cada um, é barato, custa apenas uma ligação à net e nem é necessário comprar um computador, pode-se fazê-lo de um local público, uma biblioteca ou um café internet.
Evidentemente quem discorda de um jornal não pode abrir um jornal com facilidade. Poderá escrever uma carta ao director. Poderá, em casos extremos, colocar um processo ao jornal e obrigá-lo a provar o que foi publicado.
É neste contexto que o jornal O Público anda a ser pressionado por um grupo de blogueiros, que contam com a generosa, mas perversa oferta de um link no blog do Paulo Gorjão (e sabe-se como um link num blogue conhecido é apetitoso), a propósito dos contactos entre Fátima Felgueiras e o PS. E para mim esses são os factos, porque os li num jornal de referência. É por isso que os abusos de liberdade de imprensa têm especiais privilégios de urgência nos tribunais, para que os factos publicados não perdurem como tal (demasiado tempo) no espaço público se não corresponderem à realidade.
Neste caso, como em todos, temos de ser honestos e não hipócritas, por isso mesmo devo dizer que acredito no jornal, as razões são simples:
Colocamos na balança um jornal com as credenciais de O Público, e na outra políticos e partidos e teremos de acreditar à priori no jornal e nos jornalistas que assinam. Se conhecer os intervenientes e toda a envolvência ainda mais acreditamos no jornal.
O assunto por debaixo da mesa é muito grave para o PS, Fátima sabe obviamente muito, o financiamento dos partidos passa pelas autarquias, é natural um entendimento.
O ónus da prova no espaço público não é do jornal enquanto elemento desse mesmo espaço público, sobretudo se se trata de um jornal de prestígio. Um jornal de prestígio tem as suas fontes que deve proteger a todo o custo, e apenas em sede judicial, se outro bem mais elevado estiver em causa, devem estas fontes ser reveladas. Ninguém se preocuparia com uma notícia destas no 24 Horas. Quem se sente lesado tem direito a processar o jornal e apenas em sede judicial o ónus se inverte, o Jornal teria de provar se a informação é verdadeira. Acredito que um Jornal como o Público está preparado para enfrentar qualquer processo, senão nunca publicaria essas notícias. Esperamos que o PS coloque um processo ao jornal para então podermos ser confrontados com toda a extensão do problema. Enquanto assim não for, eu terei de acreditar nos jornalistas que assinam e que me merecem o maior respeito e estima, ao contrário dos políticos. E merecem certamente infinitamente muito maior credibilidade do que qualquer político como Fátima Felgueiras e o partido a que pertence e que a suportou e que beneficiou da sua existência até há pouco tempo. Existe claramente um esquema para salvar Fátima Felgueiras, que atravessou a própria magistratura e que se estende à situação presente que é mais uma vergonha para Portugal e uma prova manifesta da inexistência de um estado de direito. A ausência do PS nacional em Felgueiras é mais uma confirmação implicíta, o pobre do Almeida Santos (e o PS depende cada vez mais da brigada do reumático) até estava preparado para dar um abraço a Felgueiras se a encontrasse!
Por isso não alinho em grupos nem em carneiradas, mesmo que sejam organizadas por bloggers esclarecidos e muito visitados que oferecem links a quem os apoiar, numa espécie de oferta manipuladora de chouriços em campanha eleitoral. Não contem comigo.
Evidentemente quem discorda de um jornal não pode abrir um jornal com facilidade. Poderá escrever uma carta ao director. Poderá, em casos extremos, colocar um processo ao jornal e obrigá-lo a provar o que foi publicado.
É neste contexto que o jornal O Público anda a ser pressionado por um grupo de blogueiros, que contam com a generosa, mas perversa oferta de um link no blog do Paulo Gorjão (e sabe-se como um link num blogue conhecido é apetitoso), a propósito dos contactos entre Fátima Felgueiras e o PS. E para mim esses são os factos, porque os li num jornal de referência. É por isso que os abusos de liberdade de imprensa têm especiais privilégios de urgência nos tribunais, para que os factos publicados não perdurem como tal (demasiado tempo) no espaço público se não corresponderem à realidade.
Neste caso, como em todos, temos de ser honestos e não hipócritas, por isso mesmo devo dizer que acredito no jornal, as razões são simples:
Colocamos na balança um jornal com as credenciais de O Público, e na outra políticos e partidos e teremos de acreditar à priori no jornal e nos jornalistas que assinam. Se conhecer os intervenientes e toda a envolvência ainda mais acreditamos no jornal.
O assunto por debaixo da mesa é muito grave para o PS, Fátima sabe obviamente muito, o financiamento dos partidos passa pelas autarquias, é natural um entendimento.
O ónus da prova no espaço público não é do jornal enquanto elemento desse mesmo espaço público, sobretudo se se trata de um jornal de prestígio. Um jornal de prestígio tem as suas fontes que deve proteger a todo o custo, e apenas em sede judicial, se outro bem mais elevado estiver em causa, devem estas fontes ser reveladas. Ninguém se preocuparia com uma notícia destas no 24 Horas. Quem se sente lesado tem direito a processar o jornal e apenas em sede judicial o ónus se inverte, o Jornal teria de provar se a informação é verdadeira. Acredito que um Jornal como o Público está preparado para enfrentar qualquer processo, senão nunca publicaria essas notícias. Esperamos que o PS coloque um processo ao jornal para então podermos ser confrontados com toda a extensão do problema. Enquanto assim não for, eu terei de acreditar nos jornalistas que assinam e que me merecem o maior respeito e estima, ao contrário dos políticos. E merecem certamente infinitamente muito maior credibilidade do que qualquer político como Fátima Felgueiras e o partido a que pertence e que a suportou e que beneficiou da sua existência até há pouco tempo. Existe claramente um esquema para salvar Fátima Felgueiras, que atravessou a própria magistratura e que se estende à situação presente que é mais uma vergonha para Portugal e uma prova manifesta da inexistência de um estado de direito. A ausência do PS nacional em Felgueiras é mais uma confirmação implicíta, o pobre do Almeida Santos (e o PS depende cada vez mais da brigada do reumático) até estava preparado para dar um abraço a Felgueiras se a encontrasse!
Por isso não alinho em grupos nem em carneiradas, mesmo que sejam organizadas por bloggers esclarecidos e muito visitados que oferecem links a quem os apoiar, numa espécie de oferta manipuladora de chouriços em campanha eleitoral. Não contem comigo.
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