29.9.05
DESCOBRIR A MÚSICA NA GULBENKIAN
Divulgo a press release do serviço de Música da Gulbenkian sobre o programa "Descobrir a Música". Mais para a frente debateremos aqui este programa que parece ser prometedor.
O projecto educativo Descobrir a Música na Gulbenkian, apresentado ontem na Fundação Calouste Gulbenkian, é, antes de mais, uma aposta na formação de novos públicos para a Música erudita. Dirige-se a um universo de destinatários muito amplo, das crianças em idade pré-escolar aos jovens do Ensino Secundário, e destes aos adultos interessados em alargar a sua cultura musical.
Não se trata, claro está, de um programa de aprendizagem musical formal. Essa é a função das escolas de Música de todos os níveis, dos Conservatórios e Academias às Escolas Superiores e Universidades. E não se pretende sequer propor módulos de formação sujeitos a uma sequência de conteúdos programáticos organizados. Apostamos antes potencial de sedução da própria Música, apresentando-a em contextos sugestivos que iluminem o seu processo criativo, a interrelacionem com as outras artes e estimulem a sua capacidade natural de comunicação poética com o ouvinte dos vários níveis etários.
O primeiro dos módulos propostos é o das visitas guiadas ao próprio espaço de trabalho da Orquestra Gulbenkian. O que está por detrás do momento mágico do concerto? Que instrumentos compõem a orquestra? Quais os processos básicos de produção do som? Como decorre um ensaio?
Os ateliers, assentes em sessões únicas são concebidos a partir da temporada de concertos do Serviço de Música, dirigindo-se a pequenos grupos de crianças e jovens que trabalham sobretudo a partir de estímulos interdisciplinares, associando a vivência da Música à experiência da Dança e das Artes Plásticas. As oficinas, construídas a partir dos espectáculos da mini-temporada, abaixo referidos, têm um carácter de continuidade e podem mesmo conduzir a uma experiência de montagem de um pequeno espectáculo musical, com meios rudimentares.
A mini-temporada de concertos encenados e de uma pequena ópera parte, também ela, da associação privilegiada da Música às demais Artes do Espectáculo. O Piano e os seus Amigos explora o universo da Música de Câmara e da interacção entre vozes e instrumentos, expondo sob uma forma teatralizada o fenómeno essencial do que é fazer Música em conjunto. A Menina do Mar parte do maravilhoso texto de Sophia de Mello Breyner e da partitura de Fernando Lopes Graça, que envolve já um conjunto instrumental de maiores dimensões, para propor uma introdução à linguagem orquestral. Uma Pequena Flauta Mágica revisita uma obra-prima da ópera de todos os tempos – a Flauta Mágica de Mozart – nos 250 anos do nascimento do seu compositor, e através dela abre caminhos para a compreensão do universo do Teatro Musical.
Os concertos comentados pela Orquestra Gulbenkian, dirigidos fundamentalmente a um público juvenil, procuram partir de uma situação de concerto formal e apresentar o repertório programado, falando de forma muito simples dos contextos históricos e culturais da sua composição e das características mais importantes das linguagens musicais utilizadas. A explicação prévia conduz à audição integral do programa a partir das chaves de leitura apresentadas.
As conferências e os cursos livres são momentos de apoio directo à programação da temporada de Música da Fundação para 2005-06. As conferências dirigem-se a um público interessado em aprofundar o seu conhecimento sobre alguns dos compositores mais relevantes cujas obras se executam nesta temporada: Gesualdo e o imaginário mais radical do Maneirismo europeu; Debussy e Ravel como expoentes do panorama do impressionismo e do simbolismo da Música francesa; uma figura-chave da Música dos nossos dias, que estará este ano em Lisboa para dirigir as suas obras, Peter Eötvös; os dois mestres do Modernismo musical português, Luís de Freitas Branco e Fernando Lopes-Graça, no momento da comemoração das suas efemérides biográficas. Os cursos livres alargam esta mesma abordagem a temas mais gerais: a eclosão dos nacionalismos musicais europeus entre o Romantismo final e o Modernismo; Viena como pólo de atracção da vida musical europeia entre o Império austro-húngaro e a ascensão do nazismo; Mozart como chave para a compreensão do Classicismo vienense.
Descobrir a Música na Gulbenkian é o traço comum a todas estas iniciativas com naturezas e destinatários tão diversificados. Trata-se, em todos os casos, de desvendar caminhos para a Música erudita, de possibilitar a sua vivência, de estimular a sua compreensão, de potenciar a sua presença no nosso quotidiano. Como tal, assume-se como um Projecto Educativo, na acepção mais larga que o conceito de Educação pode conter, e que é antes de mais o da qualificação da própria vida.
Projecto de formação de públicos, o seu âmbito cruza-se naturalmente com o da outra vertente educativa fundamental que é a da formação dos próprios músicos. Ao propor esta sua nova linha programática, o Serviço de Música completa assim o espectro da sua intervenção, que desde sempre privilegiou a acção formativa como factor estruturante da vida musical portuguesa.
29 Setembro 2005
O projecto educativo Descobrir a Música na Gulbenkian, apresentado ontem na Fundação Calouste Gulbenkian, é, antes de mais, uma aposta na formação de novos públicos para a Música erudita. Dirige-se a um universo de destinatários muito amplo, das crianças em idade pré-escolar aos jovens do Ensino Secundário, e destes aos adultos interessados em alargar a sua cultura musical.
Não se trata, claro está, de um programa de aprendizagem musical formal. Essa é a função das escolas de Música de todos os níveis, dos Conservatórios e Academias às Escolas Superiores e Universidades. E não se pretende sequer propor módulos de formação sujeitos a uma sequência de conteúdos programáticos organizados. Apostamos antes potencial de sedução da própria Música, apresentando-a em contextos sugestivos que iluminem o seu processo criativo, a interrelacionem com as outras artes e estimulem a sua capacidade natural de comunicação poética com o ouvinte dos vários níveis etários.
O primeiro dos módulos propostos é o das visitas guiadas ao próprio espaço de trabalho da Orquestra Gulbenkian. O que está por detrás do momento mágico do concerto? Que instrumentos compõem a orquestra? Quais os processos básicos de produção do som? Como decorre um ensaio?
Os ateliers, assentes em sessões únicas são concebidos a partir da temporada de concertos do Serviço de Música, dirigindo-se a pequenos grupos de crianças e jovens que trabalham sobretudo a partir de estímulos interdisciplinares, associando a vivência da Música à experiência da Dança e das Artes Plásticas. As oficinas, construídas a partir dos espectáculos da mini-temporada, abaixo referidos, têm um carácter de continuidade e podem mesmo conduzir a uma experiência de montagem de um pequeno espectáculo musical, com meios rudimentares.
A mini-temporada de concertos encenados e de uma pequena ópera parte, também ela, da associação privilegiada da Música às demais Artes do Espectáculo. O Piano e os seus Amigos explora o universo da Música de Câmara e da interacção entre vozes e instrumentos, expondo sob uma forma teatralizada o fenómeno essencial do que é fazer Música em conjunto. A Menina do Mar parte do maravilhoso texto de Sophia de Mello Breyner e da partitura de Fernando Lopes Graça, que envolve já um conjunto instrumental de maiores dimensões, para propor uma introdução à linguagem orquestral. Uma Pequena Flauta Mágica revisita uma obra-prima da ópera de todos os tempos – a Flauta Mágica de Mozart – nos 250 anos do nascimento do seu compositor, e através dela abre caminhos para a compreensão do universo do Teatro Musical.
Os concertos comentados pela Orquestra Gulbenkian, dirigidos fundamentalmente a um público juvenil, procuram partir de uma situação de concerto formal e apresentar o repertório programado, falando de forma muito simples dos contextos históricos e culturais da sua composição e das características mais importantes das linguagens musicais utilizadas. A explicação prévia conduz à audição integral do programa a partir das chaves de leitura apresentadas.
As conferências e os cursos livres são momentos de apoio directo à programação da temporada de Música da Fundação para 2005-06. As conferências dirigem-se a um público interessado em aprofundar o seu conhecimento sobre alguns dos compositores mais relevantes cujas obras se executam nesta temporada: Gesualdo e o imaginário mais radical do Maneirismo europeu; Debussy e Ravel como expoentes do panorama do impressionismo e do simbolismo da Música francesa; uma figura-chave da Música dos nossos dias, que estará este ano em Lisboa para dirigir as suas obras, Peter Eötvös; os dois mestres do Modernismo musical português, Luís de Freitas Branco e Fernando Lopes-Graça, no momento da comemoração das suas efemérides biográficas. Os cursos livres alargam esta mesma abordagem a temas mais gerais: a eclosão dos nacionalismos musicais europeus entre o Romantismo final e o Modernismo; Viena como pólo de atracção da vida musical europeia entre o Império austro-húngaro e a ascensão do nazismo; Mozart como chave para a compreensão do Classicismo vienense.
Descobrir a Música na Gulbenkian é o traço comum a todas estas iniciativas com naturezas e destinatários tão diversificados. Trata-se, em todos os casos, de desvendar caminhos para a Música erudita, de possibilitar a sua vivência, de estimular a sua compreensão, de potenciar a sua presença no nosso quotidiano. Como tal, assume-se como um Projecto Educativo, na acepção mais larga que o conceito de Educação pode conter, e que é antes de mais o da qualificação da própria vida.
Projecto de formação de públicos, o seu âmbito cruza-se naturalmente com o da outra vertente educativa fundamental que é a da formação dos próprios músicos. Ao propor esta sua nova linha programática, o Serviço de Música completa assim o espectro da sua intervenção, que desde sempre privilegiou a acção formativa como factor estruturante da vida musical portuguesa.
29 Setembro 2005
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