10.8.05
É fácil
É fácil viver. É fácil morrer. Basta caminhar. É mais fácil falar do que ficar calado? Dói falar, dói calar, dói caminhar, dói viver, dói morrer. Dói... O adeus é sempre mais fácil mas o adeus também dói.
Manter um blogue é fácil, existe um método fácil: posts curtos, temas quentes como o Verão, a seca, os fogos, citar os amigos, dizer mal do Soares, dizer bem do Soares, escrever umas coisas esotéricas, umas tretas poéticas também calham bem, uns quadros do Hopper animam também o pessoal, umas fotos da lua ou duns astronautas, para dar entender que se está a par, mandar umas bocas políticas, manter o peso, não tentar subir demasiado acima da nossa própria força e da nossa capacidade, evitar escrever depois do pequeno almoço, evitar escrever com a bexiga vazia... Citar os supostos inimigos. Jogar o jogo da blogosfera, um pequeno jogo da vida, como o Pacheco Pereira tão bem sabe, viver o jogo das máscaras. Criar teias, esquecer a liberdade. Fugir, porque quando se é sincero dói. Daí que os blogues fechem. A insustentável leveza do fácil torna-se pesada num jogo de máscaras asfixiante. O tempo passa e com cada texto a dor, o sofrimento da comunicação com o leitor. A morte que se apropria em cada segundo que perdemos a compor textos fáceis para serem lidos por gente fácil em dias fáceis.
Manter um blogue é fácil, existe um método fácil: posts curtos, temas quentes como o Verão, a seca, os fogos, citar os amigos, dizer mal do Soares, dizer bem do Soares, escrever umas coisas esotéricas, umas tretas poéticas também calham bem, uns quadros do Hopper animam também o pessoal, umas fotos da lua ou duns astronautas, para dar entender que se está a par, mandar umas bocas políticas, manter o peso, não tentar subir demasiado acima da nossa própria força e da nossa capacidade, evitar escrever depois do pequeno almoço, evitar escrever com a bexiga vazia... Citar os supostos inimigos. Jogar o jogo da blogosfera, um pequeno jogo da vida, como o Pacheco Pereira tão bem sabe, viver o jogo das máscaras. Criar teias, esquecer a liberdade. Fugir, porque quando se é sincero dói. Daí que os blogues fechem. A insustentável leveza do fácil torna-se pesada num jogo de máscaras asfixiante. O tempo passa e com cada texto a dor, o sofrimento da comunicação com o leitor. A morte que se apropria em cada segundo que perdemos a compor textos fáceis para serem lidos por gente fácil em dias fáceis.
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