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14.6.05

O dogmatismo liberal e a sua preocupação com Portugal 

Acho fantástica a posição do João do sempre divertido e interessante blog Jaquinzinhos. Começámos por polémicas que acabaram quando o "Crítico" se virou mais para a área musical ou quando o conhecimento pessoal amistoso tirou fogo e brilho a polémicas que eram impessoais. É para me maravilhar com a preocupação social que afinal o João tem que escrevo, o blog dele tornou-se num repositório de receitas e razões para salvar Portugal e os portugueses, a banca, os automobilistas, o mercado, a competitividade... É um blog de profunda militância política e de exposição de convicções próprias, sinceras, do João. Sempre mescladas com as razões liberais mais profundas. Razões que até partilho em muitos casos, sem a radicalidade do Jaquinzinhos. Afinal o Estado como legislador e reformador é no fundo a solução para o João, é ao Estado que compete a simplificação da legislação comercial e fiscal, é ao Estado que compete a eficácia de sair de motu próprio da sociedade deixando que esta funcione melhor. Infelizmente há um problema: os portugueses e os políticos, que são emanação dos portuguese e seu espelho fiel.
Os políticos são por sinal os mais ineficazes dos gestores, como se provou nos cem anos passados, quer da coisa pública quer da privada. Os políticos são legisladores e executores (nos diversos sentidos da palavra), e são gestores públicos e privados, posições que de forma obscena ocupam invariavelmente quando saiem de lugares executivos, precisamente por causa da influênica perniciosa que o Estado tem no favorecimento das empresas e da teia de influências que os políticos mantém e geram no aparelho do Estado. Os políticos raramente contribuem para o apuro da competitividade de per se mas participam nas empresas pelos favores que vão obtendo e que distorcem totalmente o mercado. Alguém sabe ou pergunta porque Marques Mendes pertenceu (ou pertence) à direcção de uma grande empresa? Alguém sabe qual é esta empresa?

Enquanto Portugal for assim, com os seus portugueses e os seus políticos portugueses, seremos sempre uma espécie de sombra de país, um mercado marginal para o exterior e um lugar de férias, se os políticos e os empreiteiros, os seus maiores aliados no poder local, não destruirem o que falta.
João não percas tempo com Portugal a dar receitas e a imaginar soluções. É uma pura perda de tempo, louvo o teu espírito irrequieto, vivo, sonhador, a tua luta diária. Lamento o tempo que perdes.
Dou uma sugestão ao Jaquinzinhos, de borla, sabendo que nunca será adoptada: Redução de deputados para um máximo de 75, reduzir as autarquias a 100 câmaras, aumento dos vencimentos dos deputados e agentes locais para o quíntuplo (talvez menos), para atrair gente mais capaz e evitar que percam dinheiro ao sair da esfera privada. Eliminar todos os apoios que os políticos têm ao sair da coisa pública. E já perdi tempo com isto...

Um abraço.

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