21.4.05
Pinho Vargas na Culturgest
António Pinho Vargas continua a sua caminhada pela música do século XX. Tivemos a "contaminação da alta cultura" por elementos da baixa cultura, sem esquecer a alta e baixa costura, o Jazz e o seu diferente "status" na França, no resto da Europa, nos Estados Unidos, a importação de elementos da chamada cultura popular na arte e música do final de século XX com excursões ao "Vira do Minho".
Os códigos comunicacionais dos intérpretes, desde as fatiotas tradicionais das orquestras sinfónicas aos trajes negros estilizados, ou não, dos ensembles contemporâneos. Uma viagem que passou pelos hábitos de higiene do compositor pós moderno, ou moderno, e da variedade ou não do seu vestuário enquanto compositor e enquanto conferencista, o traje do conferencista enquanto intelectual: "uma autocrítica apavorada de um paradigma apreendido no instante da descoberta" (um título que Pinho Vargas não desdenharia para aquele momento). A influência da cor e do espírito do tempo. Boulez e as modas e a presença do omnipresente John Cage, uma espécie de Bête noire do final do século XX.
O mecanicismo do serialismo integral e das suas variantes e subvariantes. A improvisação, a condescendência da "alta cultura pela baixa cultura".
Contaminações que nos voltaram a tocar, desta feita Vargas realizou uma tremenda elipse num arco temporal real e referencial que apanhou de surpresa o público presente e..., de repente, tinham-se passado duas horas, Pinho Vargas regressava à terra no ponto em que tinha partido e quem o tinha escutado tinha sido obrigado a pensar numa conferência intraduzível. Parece que tinhamos estado a escutar o pensamento dentro da cabeça do pensador. Mais de duas horas e todos ainda estávamos presos pelas palavras mágicas, palavras duras e difíceis, mordazes sem serem arrogantes. Perguntas que ia fazendo ao público quando se esquecia de um nome num confronto amigo de pensamento colectivo, uma espécie de improvisação melhor que as do Michel Portal. Palavras que saiam trabalhadas, roladas, caídas, dolorosas, palavras feitas angústias da boca do poeta.
Há uma citação "proibida" que não resisto a fazer:
"O meu livro, um livro grande, um bom livro, barato, 20 euros, com um desconto podem trazê-lo por 18! Comprem o meu livro!" Gargalhadas... do conferencista e do público.
Concordo. O livro do António Pinho Vargas é bom é grande, não é caro e deve ser lido.
Post Scriptum pessoal:
Irrita-me escrever neste tom. Detesto ser tão encomiástico e ficar rendido a um autor, é uma questão de feitio, desculpem-me o desabafo. No entanto penso que este ciclo de conferências de Pinho Vargas é realmente um acto de inscrição na cultura musical portuguesa. Falta uma sessão, quarta feira próxima. A não perder.
Os códigos comunicacionais dos intérpretes, desde as fatiotas tradicionais das orquestras sinfónicas aos trajes negros estilizados, ou não, dos ensembles contemporâneos. Uma viagem que passou pelos hábitos de higiene do compositor pós moderno, ou moderno, e da variedade ou não do seu vestuário enquanto compositor e enquanto conferencista, o traje do conferencista enquanto intelectual: "uma autocrítica apavorada de um paradigma apreendido no instante da descoberta" (um título que Pinho Vargas não desdenharia para aquele momento). A influência da cor e do espírito do tempo. Boulez e as modas e a presença do omnipresente John Cage, uma espécie de Bête noire do final do século XX.
O mecanicismo do serialismo integral e das suas variantes e subvariantes. A improvisação, a condescendência da "alta cultura pela baixa cultura".
Contaminações que nos voltaram a tocar, desta feita Vargas realizou uma tremenda elipse num arco temporal real e referencial que apanhou de surpresa o público presente e..., de repente, tinham-se passado duas horas, Pinho Vargas regressava à terra no ponto em que tinha partido e quem o tinha escutado tinha sido obrigado a pensar numa conferência intraduzível. Parece que tinhamos estado a escutar o pensamento dentro da cabeça do pensador. Mais de duas horas e todos ainda estávamos presos pelas palavras mágicas, palavras duras e difíceis, mordazes sem serem arrogantes. Perguntas que ia fazendo ao público quando se esquecia de um nome num confronto amigo de pensamento colectivo, uma espécie de improvisação melhor que as do Michel Portal. Palavras que saiam trabalhadas, roladas, caídas, dolorosas, palavras feitas angústias da boca do poeta.
Há uma citação "proibida" que não resisto a fazer:
"O meu livro, um livro grande, um bom livro, barato, 20 euros, com um desconto podem trazê-lo por 18! Comprem o meu livro!" Gargalhadas... do conferencista e do público.
Concordo. O livro do António Pinho Vargas é bom é grande, não é caro e deve ser lido.
Post Scriptum pessoal:
Irrita-me escrever neste tom. Detesto ser tão encomiástico e ficar rendido a um autor, é uma questão de feitio, desculpem-me o desabafo. No entanto penso que este ciclo de conferências de Pinho Vargas é realmente um acto de inscrição na cultura musical portuguesa. Falta uma sessão, quarta feira próxima. A não perder.
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