18.4.05
Crítica à crítica
Com a Casa da Música saúda-se a nova autora de críticas do Público. Jovem compositora, Diana Ferreira, é uma voz fresca que começa na nobre arte de criticar o trabalho dos outros.
Elogia-se a coragem da jovem em falar de compositores "relativamente" consagrados, como os que estrearam obra na Casa da Música neste fim de semana auspicioso.
Cuidado com os termos de apreensão imediata pelos entendidos e que ajudam claramente na leitura mas que podem ser inacessíveis ao grande público. Exemplo: o tremendo palavrão homorrítmico, que soa melhor dito em voz alta do que escrito. Vocábulo que descreve um ritmo sempre igual, repetido, presente em todas as linhas da partitura. Devo acrescentar, a título de descodificação, que homorrítmico é geralmente usado em contexto depreciativo. Mas em geral o texto de Diana é exemplar na sua concisão e na qualidade da pontuação!
A novel crítica deve também evitar demonstrar as admirações por este ou aquele e que apenas são fruto de gosto pessoal. Falo desse senhor que dá pelo nome de Emmanuel Numes. É um disparate essa do "expoente máximo da cultura musical portuguesa". Vivo ou morto? Intérprete, compositor, pedagogo, musicólogo, pensador? Não sabemos, apenas que é um expoente máximo! Não vale a pena enumerar uma lista de nomes para provar a enormidade do disparate. Basta-me um, e nem sequer é dos maiores, Jorge Peixinho... Se quisermos expoentes máximos temos Manuel Cardoso, Duarte Lobo e tantos outros! Generalizações descontextualizadas são abusivas e um crítico deve abster-se de fazer juízos opinativos genéricos quando o espaço é curto.
Elegante a forma como depreciou o trabalho dos compositores do primeiro concerto! No segundo concerto tivemos o genial Emmanuel Nunes, no primeiro "umas peças fáceis, brilhantes aqui e ali, homorrítmicas, de sucesso fácil pela simplicidade dos ritmos". O resumo do texto não podia ser mais elucidativo: "Se há um denominador comum entre os dois concertos, é o elevado nível dos intérpretes." Se descontarmos a vírgula, o texto diz-nos que a qualidade dos compositores é completamente díspar. Brilhante na sua concisão e na forma subtil como foi dito.
Os votos de grande sucesso a Diana Ferreira, merece continuar nas páginas do Público, com conhecimentos técnicos e capacidade de síntese superior, mas pede-se um pouco mais de cuidado nas apreciações bombásticas como a do Emmannuel Nunnes.
Henrique Silveira
Elogia-se a coragem da jovem em falar de compositores "relativamente" consagrados, como os que estrearam obra na Casa da Música neste fim de semana auspicioso.
Cuidado com os termos de apreensão imediata pelos entendidos e que ajudam claramente na leitura mas que podem ser inacessíveis ao grande público. Exemplo: o tremendo palavrão homorrítmico, que soa melhor dito em voz alta do que escrito. Vocábulo que descreve um ritmo sempre igual, repetido, presente em todas as linhas da partitura. Devo acrescentar, a título de descodificação, que homorrítmico é geralmente usado em contexto depreciativo. Mas em geral o texto de Diana é exemplar na sua concisão e na qualidade da pontuação!
A novel crítica deve também evitar demonstrar as admirações por este ou aquele e que apenas são fruto de gosto pessoal. Falo desse senhor que dá pelo nome de Emmanuel Numes. É um disparate essa do "expoente máximo da cultura musical portuguesa". Vivo ou morto? Intérprete, compositor, pedagogo, musicólogo, pensador? Não sabemos, apenas que é um expoente máximo! Não vale a pena enumerar uma lista de nomes para provar a enormidade do disparate. Basta-me um, e nem sequer é dos maiores, Jorge Peixinho... Se quisermos expoentes máximos temos Manuel Cardoso, Duarte Lobo e tantos outros! Generalizações descontextualizadas são abusivas e um crítico deve abster-se de fazer juízos opinativos genéricos quando o espaço é curto.
Elegante a forma como depreciou o trabalho dos compositores do primeiro concerto! No segundo concerto tivemos o genial Emmanuel Nunes, no primeiro "umas peças fáceis, brilhantes aqui e ali, homorrítmicas, de sucesso fácil pela simplicidade dos ritmos". O resumo do texto não podia ser mais elucidativo: "Se há um denominador comum entre os dois concertos, é o elevado nível dos intérpretes." Se descontarmos a vírgula, o texto diz-nos que a qualidade dos compositores é completamente díspar. Brilhante na sua concisão e na forma subtil como foi dito.
Os votos de grande sucesso a Diana Ferreira, merece continuar nas páginas do Público, com conhecimentos técnicos e capacidade de síntese superior, mas pede-se um pouco mais de cuidado nas apreciações bombásticas como a do Emmannuel Nunnes.
Henrique Silveira
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