13.4.05
Concerto de Ensemble Micrologus
A música antiga na Fundação está a expirar nesta temporada. O concerto com ensemble Micrologus foi de grande qualidade. A utilização criteriosa dos instrumentos antigos, que parecem cópias fidelíssimas das iluminuras da época foi um dos factores mais interessantes.
É de realçar que a linha melódica se pode decifrar com bastante segurança, mas que o ritmo pode ser objecto de diferentes interpretações (sendo objecto de várias divergências musicológicas). A parte harmónica e as opções instrumentais são totalmente deduzidas.
A recriação da atmosfera do tempo socorreu-se no caso do concerto em apreço, de elementos claramente populares e tradicionais das regiões durienses e galegas. O uso da gaita de foles com ornamentação bem característica do nosso povo (sem esquecer a origem também exterior a Portugal da compilação do rei Afonso X), o uso da combinação do tamboril e flauta, que se encontra desde Rio de Onor e Miranda do Douro até Vila Verde de Ficalho (numa enorme extensão territorial) foi amplamente usado pelo Micrologus, que se socorreu de outros instrumentos, como sanfona, harpas, sinos, rabecas ... Sempre com enorme ligação aos ritmos e harmonias arcaicas que subsistiram na tradição popular mas alicerçadas no conhecimento erudito das harmonias medievais.
Neste concerto tivemos a recriação musicológica combinada com uma interpretação, do ponto de vista musical, muito natural e seguríssima, sem esquecer, pelo menos aparentemente, a frescura de uma certa improvisação e um grande entusiasmo pela música como elemento vivo e sempre eterno. Esse lado da vivência musical pura, apesar do tempo e do lugar, fez deste concerto algo inesquecível.
De realçar que um ensemble de 10 elementos não precisou de amplificação sonora para nada ao contrário do enorme ensemble de Jordi Savall que utilizou uma bizarra panóplia de altifalantes e amplificadores mal concebidos para o espaço e distorcendo totalmente a audição. Um viva pela naturalidade do som produzido.
Hesito sempre em recomendar um concerto, por antecipação, neste blog, felizmente este não deslustrou as espectativas.
Recordo o Livro Instrumentos Musicais Populares Portugueses de Ernesto Veiga de Oliveira, editado pela Fundação Gulbenkian, onde se pode constatar a enorme riqueza de instrumentação que o nosso povo usava até meados do século vinte e que hoje parece ter caído em desuso e corre o risco de se perder.
É de realçar que a linha melódica se pode decifrar com bastante segurança, mas que o ritmo pode ser objecto de diferentes interpretações (sendo objecto de várias divergências musicológicas). A parte harmónica e as opções instrumentais são totalmente deduzidas.
A recriação da atmosfera do tempo socorreu-se no caso do concerto em apreço, de elementos claramente populares e tradicionais das regiões durienses e galegas. O uso da gaita de foles com ornamentação bem característica do nosso povo (sem esquecer a origem também exterior a Portugal da compilação do rei Afonso X), o uso da combinação do tamboril e flauta, que se encontra desde Rio de Onor e Miranda do Douro até Vila Verde de Ficalho (numa enorme extensão territorial) foi amplamente usado pelo Micrologus, que se socorreu de outros instrumentos, como sanfona, harpas, sinos, rabecas ... Sempre com enorme ligação aos ritmos e harmonias arcaicas que subsistiram na tradição popular mas alicerçadas no conhecimento erudito das harmonias medievais.
Neste concerto tivemos a recriação musicológica combinada com uma interpretação, do ponto de vista musical, muito natural e seguríssima, sem esquecer, pelo menos aparentemente, a frescura de uma certa improvisação e um grande entusiasmo pela música como elemento vivo e sempre eterno. Esse lado da vivência musical pura, apesar do tempo e do lugar, fez deste concerto algo inesquecível.
De realçar que um ensemble de 10 elementos não precisou de amplificação sonora para nada ao contrário do enorme ensemble de Jordi Savall que utilizou uma bizarra panóplia de altifalantes e amplificadores mal concebidos para o espaço e distorcendo totalmente a audição. Um viva pela naturalidade do som produzido.
Hesito sempre em recomendar um concerto, por antecipação, neste blog, felizmente este não deslustrou as espectativas.
Recordo o Livro Instrumentos Musicais Populares Portugueses de Ernesto Veiga de Oliveira, editado pela Fundação Gulbenkian, onde se pode constatar a enorme riqueza de instrumentação que o nosso povo usava até meados do século vinte e que hoje parece ter caído em desuso e corre o risco de se perder.
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