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7.3.05

Considerações 

Terminou uma semana fértil em acontecimentos. Fidelio na Gulbenkian, Dama del Lago de Rossini no S. Carlos, Beggars Opera no Teatro aberto e William Christie com Les Arts Florissants e Le Jardin des voix de novo na Gulbenkian.
Continua uma espécie de polémica, celeuma (segundo Jorge Calado no Expresso), sobre o título de Dionisio Re di Portugallo, com ecos que teimam em deixar de se escutar na imprensa. O rebarbativo Seabra continua a invocar o assunto sempre que pode, e ainda ontem e hoje retoma o tema nas suas colunas regulares no "O Público", no que creio ser apenas uma "auto-polémica" inventada pelo próprio para debater convulsivamente consigo mesmo.
De facto o título de Dionisio Re di Portugallo justifica-se por motivos de marketing e de cativação de público. Quem não percebeu isso não é muito dotado intelectualmente. A opção é justificável? É ética? A resposta é sim, claramente. O libreto original tinha esse título, o Rei é a figura tutelar da ópera, a personagem não é tão desenvolvida musical e teatralmente como o par Fernando de Castela/Elvida (porque não o título "Fernando e Elvida"?). Por outro lado o apelo português do título cativa algum público sem o enganar e é esse apelo que justifica o mesmo. Perdidos em elucubrações maniqueístas alguns críticos insistem no onanismo da manipulação de factos acessórios, factos que assumem, no entender destes, aspectos relevantes, mas que são absolutamente menores. O nome da obra nada tem a ver com o que está realmente em cima da mesa: a qualidade musical, o texto, a representação, o acto de apresentar uma ópera de Handel no S. Carlos.
Nos próximos posts será discutida a semana que decorreu.

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