17.2.05
S. Carlos Cancela Ópera
O Teatro de S. Carlos cancelou duas óperas porque o governo de Santana Lopes é incapaz de assumir compromissos. É ler a notícia e ficar a perceber a pouca vergonha.
Eu sei que no oceano de problemas que o país atravessa, com desemprego, caos na saúde, na educação, sub-desenvolvimento científico e tecnológico, falta de qualificação da mão-de-obra, incompetência de políticos, impreparação dos empresários, no meio tacanho do espírito nacional a cultura não ocupa muito espaço. A ópera é vista como coisa de elites. Mas é precisamente nestas pequenas coisas, no respeito pela palavra dada, na honra, na verdade da promessa, que se destacam os grandes homens, é com honra que os países se formam. Os políticos que nos desgovernam apenas corroboram junto das pessoas a imagens de aldrabões e corruptos que, infelizmente, o povo tem. Não é uma questão de duas óperas a menos ou a mais, é uma questão de política.
Infelizmente sou levado ao concluir que um Carrilho, um Santos Silva, mesmo um Sasportes e um Pedro Roseta, são muito melhores que esta gente sem categoria que serve apenas para andar a mostrar a despudorada face fingindo uma política cultural que, simplesmente, não existe. Já nem sequer se pedem políticas, apenas se pede gente séria, gente que volte a fazer do Estado uma pessoa de bem.
É preciso correr com esta gente da mesa do orçamento...
Adenda I Entretanto o Ministério da Cultura publica um comunicado (que pode ser consultado aqui e se transcreve no final deste post) em que se estranha o facto do Director do S. Carlos ter lançado agora este problema. Conversa de caloteiro. De caloteiro tão enfraquecido que sem coragem e força para levar às últimas consequências as palavras ocas do comunicado: se o dr. Paolo Pinamonti desrespeitou a tutela e o público porque não demiti-lo?
O que é certo é que o Director do S. Carlos deve ser louvado por múltiplas razões e está muitos furos acima de uma tutela que não existe enquanto tal. Felizmente o governo está para ser lavado com benzina daqui a três dias, como diria o Eça. Não tenha o Director e a Direcção do Teatro a tentação da demissão. Seria um erro, as palavras do comunicado da tutela, vindas de quem vêm, acabam por ser um elogio à actual Direcção do Teatro Nacional de S. Carlos. A única posição honesta para com o público e os artistas é a de Paolo Pinamonti e da sua direcção. Provavelmente a tutela está habituada a não pagar as contas e deixar as pessoas a quem deve à porta e de chapéu na mão? Ou será que a direcção deveria deixar de pagar as contribuições e impostos para pagar aos artistas e fornecedores?
A tentação de uma guerra de comunicados também deve ser evitada. O único comunicado válido da tutela será um cheque (visado)...
Adenda II Leio mais uma vez que o João Gonçalves depois de andar a culpar o dr. Paolo Pinamonti pelos males da cultura portuguesa nos últimos quinhentos aons resolve agora deitar as culpas para a "simpática, agradável e cultural" Teresa Caeiro. Completamente errado, Teresa Caeiro apenas sofre do pecado de servir de fachada a uma total ausência de política e de ideias da "ministra da cultura" e, sobretudo, da absoluta incompetência e desprezo pelos assuntos da cultura por parte de Santana Lopes e de um ministro das finanças sem qualquer margem de manobra política por pertencer a um partido pequeno na coligação. Teresa Caeiro até pode gostar de música, ou não, o que no caso é indiferente, a sua posição é única e exclusivamente decorativa. Serve para o frete de mostrar a cara...
Eu sei que no oceano de problemas que o país atravessa, com desemprego, caos na saúde, na educação, sub-desenvolvimento científico e tecnológico, falta de qualificação da mão-de-obra, incompetência de políticos, impreparação dos empresários, no meio tacanho do espírito nacional a cultura não ocupa muito espaço. A ópera é vista como coisa de elites. Mas é precisamente nestas pequenas coisas, no respeito pela palavra dada, na honra, na verdade da promessa, que se destacam os grandes homens, é com honra que os países se formam. Os políticos que nos desgovernam apenas corroboram junto das pessoas a imagens de aldrabões e corruptos que, infelizmente, o povo tem. Não é uma questão de duas óperas a menos ou a mais, é uma questão de política.
Infelizmente sou levado ao concluir que um Carrilho, um Santos Silva, mesmo um Sasportes e um Pedro Roseta, são muito melhores que esta gente sem categoria que serve apenas para andar a mostrar a despudorada face fingindo uma política cultural que, simplesmente, não existe. Já nem sequer se pedem políticas, apenas se pede gente séria, gente que volte a fazer do Estado uma pessoa de bem.
É preciso correr com esta gente da mesa do orçamento...
Adenda I Entretanto o Ministério da Cultura publica um comunicado (que pode ser consultado aqui e se transcreve no final deste post) em que se estranha o facto do Director do S. Carlos ter lançado agora este problema. Conversa de caloteiro. De caloteiro tão enfraquecido que sem coragem e força para levar às últimas consequências as palavras ocas do comunicado: se o dr. Paolo Pinamonti desrespeitou a tutela e o público porque não demiti-lo?
O que é certo é que o Director do S. Carlos deve ser louvado por múltiplas razões e está muitos furos acima de uma tutela que não existe enquanto tal. Felizmente o governo está para ser lavado com benzina daqui a três dias, como diria o Eça. Não tenha o Director e a Direcção do Teatro a tentação da demissão. Seria um erro, as palavras do comunicado da tutela, vindas de quem vêm, acabam por ser um elogio à actual Direcção do Teatro Nacional de S. Carlos. A única posição honesta para com o público e os artistas é a de Paolo Pinamonti e da sua direcção. Provavelmente a tutela está habituada a não pagar as contas e deixar as pessoas a quem deve à porta e de chapéu na mão? Ou será que a direcção deveria deixar de pagar as contribuições e impostos para pagar aos artistas e fornecedores?
A tentação de uma guerra de comunicados também deve ser evitada. O único comunicado válido da tutela será um cheque (visado)...
Adenda II Leio mais uma vez que o João Gonçalves depois de andar a culpar o dr. Paolo Pinamonti pelos males da cultura portuguesa nos últimos quinhentos aons resolve agora deitar as culpas para a "simpática, agradável e cultural" Teresa Caeiro. Completamente errado, Teresa Caeiro apenas sofre do pecado de servir de fachada a uma total ausência de política e de ideias da "ministra da cultura" e, sobretudo, da absoluta incompetência e desprezo pelos assuntos da cultura por parte de Santana Lopes e de um ministro das finanças sem qualquer margem de manobra política por pertencer a um partido pequeno na coligação. Teresa Caeiro até pode gostar de música, ou não, o que no caso é indiferente, a sua posição é única e exclusivamente decorativa. Serve para o frete de mostrar a cara...
Comunicado sobre alteração da programação do Teatro São Carlos
Muito estranha a Ministra da Cultura que o Director do Teatro Nacional de S.Carlos tenha anunciado a reformulação da temporada lírica. As razões que fundamentam a sua decisão não só não são verdadeiras, como revelam uma inqualificável conduta perante o público que, antecipadamente, adquiriu o direito de assistir à temporada apresentada, assim como perante os apoios mecenáticos concedidos, cuja continuidade se encontra garantida (um milhão de euros por ano, durante 5 anos), pelo Millenium BCP.
O público lesado não deixará de avaliar a decisão unilateral do Dr. Pinamonti, sendo certo que tal posição só contribui para uma degradação da imagem de um Teatro Nacional por iniciativa do seu primeiro responsável, em plena contradição com os objectivos e directrizes da tutela (Ministério da Cultura) e com total desrespeito pelo dinheiro de todos os contribuintes.
A reformulação anunciada constitui um acto irresponsável visto não existirem quaisquer razões de ordem orçamental que condicionem a realização da programação.
O gabinete da Ministra da Cultura tem vindo a acompanhar, atenta e pormenorizadamente a situação do TNSC, tendo encontrado, em tempo útil as soluções orçamentais por forma a garantir o integral cumprimento da temporada 2004/2005.
Salienta-se ainda que o Governo se encontra em gestão desde meados de Dezembro de 2004. Sucessivas reuniões e troca de correspondência entre a tutela e o Teatro são bem demonstrativas do apoio do Ministério da Cultura ao TNSC.
O compromisso assumido concretiza-se “em sede de execução orçamental” (todo o ano de 2005), conforme teor do despacho de S.Exa a Secretária de Estado das Artes e Espectáculos de 16 de Novembro de 2004 e não durante um mês e meio (até 17 de Fevereiro de 2005), como por razões incompreensíveis alega o Director do Teatro Nacional de S.Carlos.
Lisboa
17 de Fevereiro de 2005
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